Pedro Pedalé

político angolano

Pedro Maria Tonha "Pedalé" (Cabinda, 7 de Julho de 1943[1]Londres, 22 de julho de 1995) foi um militar e político angolano.[2]

Integrou-se ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) no ano de 1963 em Brazavile.[3] Foi enviado por Agostinho Neto para receber treinamento no Centro de Instrução Revolucionária (CIR) Calunga, em Dolisie, República do Congo, tendo como companheiros Eugénio Nzaji e Hoji-ya-Henda.[3] Tornou-se um destacado comandante militar na luta contra o domínio colonial português,[2] recebendo seu famoso nome de guerra "Pedalé" por seu entusiasmo, energia e capacidade de combate, em alusão ao verbo "pedalar", como se andasse de bicicleta muito rapidamente enquanto em batalha.[4]

Em 1968, Pedalé acaba por ser nomeado Comissário Político da 2º Região Político-Militar (Cabinda). Recebeu uma bolsa do partido em 1969 para receber treinamento militar na União Soviética, concluíndo o curso de oficial tenente-general.[5]

Em 1974 tornou-se membro do Comité Central MPLA e, em 1976, ascende à membro do Bureau do MPLA.[6] Foi um dos oficiais responsáveis pela delegação do MPLA liderada por Agostinho Neto que assinou o Acordo de Cessar-Fogo do Lunhamege, em outubro de 1974, o primeiro passo de normalização das relações entre o partido e Portugal, permitindo as negociações do Acordo do Alvor.[5]

Falhadas as negociações do Alvor, foi designado a liderar a 2º Região Político-Militar, comandando a vitoriosa Campanha Miconje-Cabinda, tendo como braço-direito e oficial auxiliar Evaristo Domingos Kimba.[5]

Depois que Angola alcançou a independência em 1975, foi promovido a General do Estado-Maior nas Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), ficando nesta posição até 1977.[6] Tornou-se também governador da província do Huambo, permanecendo nesta função até 1979.[2]

Após o congresso do MPLA em 1977, tornou-se membro correspondente do Bureau do partido[6] e membro do Conselho Revolucionário do Povo (ou Conselho da Revolução), suplente efetivado, portanto, da primeira legislatura angolana.[6]

Na data da morte de Agostinho Neto, integrou a Comissão de Direção Nacional, o conselho de governo interino angolano, que trabalhou sob a supervisão Lúcio Lara, e era composto também por Ambrósio Lukoki, José Eduardo dos Santos e Pascoal Luvualo.[7]

Entre 1978 e 1980, Pedalé acumulou a função de Vice-Ministro da Defesa, sendo eleito, em 1980, para a Assembleia do Povo, tornando-se membro da sua Comissão Permanente. A partir de 1986 serve também como membro da Comissão Central de Controle do Partido.

Serviu como Ministro da Defesa angolano, entre 1980 e 1995, no governo de José Eduardo dos Santos,[8] sendo um dos grandes responsáveis pela vitória angolana sobre a África do Sul na Batalha de Cuito Cuanavale.[5]

Vítima de doença, faleceu enquanto ministro no ano de 1995, sendo enterrado em Cabinda.[5]

Referências

  1. Pedro Maria Tonha. ATD. 2021.
  2. a b c Deaths. The Washington Post. 24 de julho de 1995
  3. a b «Dolisie: onde os guerrilheiros forjaram a luta». Jornal de Angola. 29 de novembro de 2021 
  4. Serguei Kolomnin (2005). Русский спецназ в Африке (em russo). [S.l.]: Yauza. 315 páginas. ISBN 5-699-09837-2 
  5. a b c d e «Recordada figura do General Pedalé». Jornal de Angola. 23 de julho de 2014 
  6. a b c d Matadores de 27 de Maio de 1977. [S.l.]: Fundação 27 de Maio. 2013 
  7. «Reconstrução da História. Afinal quem sucedeu a Agostinho Neto na Presidência da República?». Lil Pasta News. 10 de fevereiro de 2022 
  8. Hunter, Brian. (Ed.) (1995). The Statesman's Year-Book 1995-96 132 ed. Londres: Macmillan. p. 79. ISBN 0333620747