O filo Phoronida (do grego phoronis, na mitologia o epíteto de Io, transformada numa novilha branca) é constituído por metazoários que apresentam como características principais:

Como ler uma infocaixa de taxonomiaPhoronida

Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Phoronida
Hatschek, 1888
Géneros
Phoronis

Phoronopsis

Wikispecies
Wikispecies
O Wikispecies tem informações sobre: Phoronida

As espécies ocorrem em diversos biótopos: os adultos no bentos costeiro e as larvas no plâncton.. A larva, denominada actinotrocha, é do tipo trocófora, livre-natante, que se metamorfoseia no adulto. O comprimento do adulto varia de 6 a 250mm (Forneris, 1987).

Descrição editar

Estrutura Corporal editar

Os Phoronidas adultos apresentam um comprimento de 2 a 25 centímetros (cm) e cerca de 1,5 milimetros (mm) de largura, porém alguns podem chegar a 50 centímetros de comprimentos. A parede corporal não apresenta cutículas em sua estrutura mas sim tubos rígidos que secretam quitina, semelhante ao material que forma um exoesqueleto, que muitas vezes é reforçado com outros materias e até mesmo detritos. Vivem dentro de "tubos", onde quando se sente ameaçado comprime seu corpo em até 20% por cento do seu tamanho máximo. Para a alimentação e a respiração os Phoronidas apresentam os lofóforos ("coroa" de tentáculos). Em pequenas espécies a "coroa" é um simples círculo, em espécies de médio porte é dobrado em forma de ferradura com tentáculos nos lados externo e interno, e nas espécies maiores as extremidades da ferradura são em espirais complexas. Estas formas mais complexas aumentam a superfície de contato, logo, aumentam a respiração e a alimentação. A boca é localizada no interior da "coroa"de tentáculos e o estômago é executado a partir da boca e logo depois vem o intestino e por último o ânus. O corpo é dividido em celomas e compartimentos forrados por mesotélios, que são partições que correm todo o corpo. A boca apresenta um epistome, que ajuda no fechamento e na abertura da boca.

Reprodução editar

O filo pode apresentar tanto reprodução sexuada como assexuada. Na reprodução sexuada, a fecundação é externa e os gametas são liberados na água através dos nefrídeos. E a reprodução assexuada pode ser por brotamento ou fissão transversal. Na reprodução por brotamento, nasce uma protuberância no metazoário que depois se desprende dele e passa a ter vida própria. Já na reprodução por fissão transversal quando um Phoronida é cortado as partes resultantes irão formar outro metazoário. Os metazoários desse filo podem ser monóiocos, dióicos ou hermafroditas. Apresentam clivagem radial e um par de metanefrídios.

Circulação editar

Apresentam um sistema circulatório com vasos aferentes e eferentes. Esses vasos são opostos e geralmente compartilham aberturas nos tentáculos lofoforais. Nesse filo é possível observar animais que apresentam sangue com hemoglobina, onde o sangue circula primeiro nos vasos e depois a circulação se torna aberta e o sangue circula primeiro nos vasos dorsais e depois nos vasos laterais.

Digestão editar

São animais filtradores, que captam plâncton e detritos. Com a movimentação dos tentáculos as partículas de alimentam grudam neles e são levados a boca, logo depois ao estômago, que apresenta forma em U. A digestão é extracelular e ocorre dentro do estômago e do esôfago.

Excreção editar

O material depois de passar pela digestão fica em forma de cristais e é excretado pelos nefridiopóros.

Sistema Nervoso editar

Apresenta um sistema nervoso intra-epidérmico, com anel nervoso na base do lofóforo. Apresentam também nervos motores para os músculos longitudinais e neurônios sensoriais, que ficam localizados entre a epiderme e os feixes musculares.

Ecologia editar

São encontrados em quase todos os oceanos e mares do mundo e podem ser encontrados tanto na zona intertidal como a 400 metros (m) de profundidade. Alguns ocorrem separadamente, em tubos verticais embutidos em sedimentos macios, como areia, lama ou cascalho fino. Outros formam uma massa de emaranhados de muitos indivíduos enterrados ou incrustantes em rochas e conchas. Em alguns habitats as populações de phoronida podem chegar a dezenas de milhares de indivíduos por metro quadrado. As larvas estão familiarizadas entre o plâncton e algumas vezes são responsáveis por uma boa parte da biomassa de zooplâncton existem em um lugar. Alguns Phronidas fazem furos nas paredes das anêmonas e usam como base para a construção do seu próprio tubo. Uma anêmona pode abrigar até 100 phoronidas. Esses animais apresentam predadores não muito bem conhecidos, que incluem peixes, gastrópodes e nematóides.

Referências editar

Bibliografia editar

Emereva, E.N. (2009). "New data on distribution, morphology and taxonomy of phoronid larvae (Lophophorata: Phoronida)". Invertebrate Zoology 6 (1): 47–48.

Santagata, Scott (2009). "Phorida of the Gulf of Mexico". In Darryl L. Felder, Sylvia A. Earle. Gulf of Mexico Origin, Waters, and Biota: Biodiversity. Texas A&M University Press. pp. 1133–1134.

Taylor, Paul D.; Olev Vinn and Mark A. Wilson (2010). "Evolution of biomineralization in ‘Lophophorates’". Special Papers in Paleontology 84: 317–333.

Helmkampf, Martin; Iris Bruchhaus and Bernhard Hausdorf (August 2008)."Phylogenomic analyses of lophophorates (brachiopods, phoronids and bryozoans) confirm the Lophotrochozoa concept". Proceedings of the Royal Society: B 275(1645): 1927–1933.

Halanych, K.M (2004). "The new view of animal phylogeny". Annual Review of Ecology, Evolution, and Systematics 35: 229–256.

Ruppert, E.E., Fox, R.S., and Barnes, R.D. (2004). "Lophophorata: Phoronida". Invertebrate Zoology (7 ed.). Brooks / Cole. pp. 817–821.

Ruppert, E.E; Fox, R.S., and Barnes, R.D (2004). "Bryozoa". Invertebrate Zoology (7 ed.). Brooks / Cole. pp. 829–845.

Ruppert, E.E., Fox, R.S., and Barnes, R.D. (2004). "Kamptozoa and Cycliophora".Invertebrate Zoology (7 ed.). Brooks / Cole. pp. 808–812.

Doherty, P.J (2001). "The Lophophorates". In Anderson, D.T. Invertebrate Zoology (2 ed.). Oxford University Press. pp. 356–363.

Doherty, P.J. (1998). "The lophophorates – Phoronida, Brachiopoda and Ectoprocta". In D.T. Anderson. Invertebrate Zoology (1 ed.). Oxford University Press Australia. pp. 346–349.

Ruppert, E.E., Fox, R.S., and Barnes, R.D. (2004). "Arthropod". Invertebrate Zoology (7 ed.). Brooks / Cole. p. 518.

Hinton, Sam (1987). Seashore life of southern California: an introduction to the animal life of California beaches south of Santa Barbara. University of California Press.

Morris, Christopher G. (1992). "Ampulla". Academic Press dictionary of science and technology. Gulf Professional Publishing. p. 102.

Ruppert, E.E., Fox, R.S., and Barnes, R.D. (2004). "Compartmentalization".Invertebrate Zoology (7 ed.). Brooks / Cole. pp. 205–206.

Bartolomaeus, T. (2001). "Ultrastructure and formation of the body cavity lining in Phoronis muelleri (Phoronida, Lophophorata)". Zoomorphology 120 (3): 135–148.

"The Structures of Life". National Institute of General Medical Sciences.

Margulis, Lynn; Karlene V. Schwartz (1998). "Phoronida". Five kingdoms: an illustrated guide to the phyla of life on earth (3 ed.). Elsevier. pp. 340–341.

Ruppert, E.E., Fox, R.S., and Barnes, R.D. (2004). "Introduction to Bilateria".Invertebrate Zoology (7 ed.). Brooks / Cole. pp. 212–213.

"Gonad – Definition". The Free Merriam-Webster Dictionary. Merriam-Webster, Incorporated.

Rinkevich, Baruch; Valeria Matranga (2009). "Stem Cells in Asexual Reproduction of Marine Invertebrates". Stem Cells in Marine Organisms. Springer. p. 123.

"Hermaphrodite – Definition". The Free Merriam-Webster Dictionary. Merriam-Webster, Incorporated.

"Cross-fertilization – Definition". Free Merriam-Webster Dictionary. Merriam-Webster, Incorporated.

"Dioecious – Definition". The Free Merriam-Webster Dictionary. Merriam-Webster, Incorporated.

"Gamete – Definition". The Free Merriam-Webster Dictionary. Merriam-Webster, Incorporated.

Bailey-Brock, Julie H.; Christian C. Emig (2000). "Hawaiian Phoronida (Lophophorata) and Their Distribution in the Pacific Region". Pacific Science 54 (2): 119–126.

Emig, C.C. (1982). J.H.S. Blaxter, ed. Advances in Marine Biology. Academic Press. pp. 22–23.

Temereva, E.N.; Malakhov V.V., Yakovis E.L., Fokin M.V. (Sep–Oct 2000). "Phoronis ovalis (Phoronida, Lophophorata) in the White Sea: the first discovery of phoronids in the Arctic Basin". Doklady Biological Sciences 374: 523–525.