Asplenium scolopendrium

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Asplenium scolopendrium, comummente conhecida como língua-cervina[3], é uma espécie do género botânico Asplenium, da família da Aspleniaceae e pertence ao tipo fisionómico dos hemicriptófitos.[4][5]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaAsplenium scolopendrium,
língua-cervina
Asplenium scolopendrium subsp. scolopendrium.
Asplenium scolopendrium subsp. scolopendrium.
Estado de conservação
Quase ameaçada
Quase ameaçada
Classificação científica
Domínio: Eukarya
Reino: Plantae
Divisão: Monilophyta
Classe: Polypodiopsida
Ordem: Polypodiales
Família: Aspleniaceae
Género: Asplenium
Nome binomial
Asplenium scolopendrium
L.
.
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Sinónimos
  • Phyllitis scolopendrium (L.) Newman
  • Scolopendrium officinale Sm.
  • Scolopendrium phyllitis Roth [1799, Tent. Fl. Germ., 3 (1) : 47]
  • Scolopendrium officinarum Sw. [1802, J. Bot. (Schrader), 1800 (2) : 61]
  • Scolopendrium lingua Cav. [1802, Descr. : 253]
  • Phyllitis vulgaris Hill [1757, Brit. Herb. : 525]
  • Scolopendrium vulgare Sm. [1793, Mém. Acad. Roy. Sci. (Turin), 5 : 421]
  • Scolopendrium officinale DC. in Lam. & DC. [1805, Fl. Franç., éd. 3, 2 : 552] [nom. illeg.]
  • Glossopteris scolopendrium (L.) Raf. [1815, Chloris Aetn. : 13]
  • Blechnum linguifolium Stokes [1812, Bot. Mat. Med., 4 : 616] [nom. illeg.]
  • Asplenium elongatum Salisb.[1][2]
Soros com esporos.

A espécie aparece frequentemente incluída no género Phyllitis com a designação de Phyllitis scolopendrium (L.) Newman[6].

Nomes comuns editar

Dá ainda pelos seguintes nomes comuns: escolopendra[7], broeira[4][5], língua-cervina-dos-Açores[5], língua-de-vaca[5][4] e língua-de-veado[5][4].

Descrição e taxonomia editar

Feto com frondes longas, com até 50–60 cm de comprimento e 5–6 cm de largura, inteiras e sem lóbulos. A ráquis é de cor castanho escura, espessa, com brilho ceroso.[8] Nervuras bem marcadas, especialmente na página inferior do limbo.[8]

Os soros são lineares, com 12–15 mm de comprimento, localizados na página inferior da fronde, inserido paralelamente às nervuras na parte distal, mas sem se aproximarem da margem da fronde.[8]

A espécie integra o complexo Asplenium, mas por ter frondes inteiras é por vezes inserido no género Phyllitis. Ainda assim, é um feto facilmente identificável, pois as suas frondes não estão divididas e subdivididas em segmentos, como ocorre na quase totalidade das espécies deste tipo. O rizoma é alargado, recoberto de páleas de cor castanha.[8]

Distribuição editar

Espécie com distribuição na Macaronésia e sudoeste da Europa.[5]

Encontra-se em Portugal continental[4], em todas as ilhas do arquipélago dos Açores, embora raro na ilha do Corvo[9], e ainda no arquipélago da Madeira[4][8].

Ecologia editar

A. scolopendrium é uma espécie das áreas com elevada humidade atmosférica, preferindo habitats sombrios e abrigados, onde a humidade relativa do ar se aproxime frequentemente da saturação.[4] Ocorre em geral acima dos 400 m de altitude (mais alto nas regiões com clima mediterrânico mais marcado), em ravinas ou em bosques densos. Quando a humidade do ar seja suficientemente elevada, apresenta comportamento epilítico, ocorrendo em fissuras de rochas, em especial nos recessos sombrios das escoadas de lava.[8]

A dependência em relação ao ensombramento tornam a espécie vulnerável à desflorestação, mas permite a sua sobrevivência em associação com espécies invasoras, entre as quais o Pittosporum undulatum. O tamanho das suas frondes e a preferência por habitats hiper-húmidos leva a que seja frequente a presença de hepáticas epífilas sobre as plantas[6].

As populações de A. scolopendrium são em geral pouco numerosas e esparsas, aparecendo em geral associadas às formações mais densas da laurissilva ou dos matos higrófilos. É comum a associação da espécie com o pteridófito Trichomanes speciosum e com diversos briófitos[6].

Usos editar

Em infusão, é utilizada contra a diarreia e para reduzir as inflamacões intestinais. Em gargarejos é útil contra as inflamações da boca e garganta.[1]

Referências

  1. a b «Asplenium scolopendrium». Real Jardín Botánico: Proyecto Anthos. Consultado em 30 de outubro de 2009 
  2. Sinónimos em Tela Botánica.
  3. Infopédia. «língua-cervina | Definição ou significado de língua-cervina no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 6 de novembro de 2021 
  4. a b c d e f g «Phyllitis scolopendrium subesp. scolopendrium| Flora-On | Flora de Portugal». flora-on.pt. Consultado em 16 de outubro de 2021 
  5. a b c d e f «Phyllitis scolopendrium subesp. scolopendrium». Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Consultado em 17 de março de 2020 
  6. a b c Erik Sjögren, Plantas e Flores dos Açores. Direcção Regional da Cultura, Angra do Heroísmo, 2001.
  7. Infopédia. «escolopendra | Definição ou significado de escolopendra no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 6 de novembro de 2021 
  8. a b c d e f «Phyllitis scolopendrium L.». www3.uma.pt. Consultado em 6 de novembro de 2021 
  9. «Asplenium scolopendrium no AzoresBioPortal» .

Bibliografia editar

  • Erik Sjögren, Plantas e Flores dos Açores. Edição do autor, 2001.
  • Hyde, H. A., Wade, A. E., & Harrison, S. G. (1978). Welsh Ferns. National Museum of Wales (ISBN 0-7200-0210-9).
  • Murakami, N., S. Nogami, M. Watanabe, K. Iwatsuki. 1999. Phylogeny of Aspleniaceae inferred from rbcL nucleotide sequences. American Fern Journal 89: 232-243.

Ligações externas editar

 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Asplenium scolopendrium
 
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Galeria editar