Asplenium scolopendrium
Asplenium scolopendrium, comummente conhecida como língua-cervina[3], é uma espécie do género botânico Asplenium, da família da Aspleniaceae e pertence ao tipo fisionómico dos hemicriptófitos.[4][5]
língua-cervina Asplenium scolopendrium, | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
![]() Quase ameaçada | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Asplenium scolopendrium L. | |||||||||||||||
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Sinónimos | |||||||||||||||
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A espécie aparece frequentemente incluída no género Phyllitis com a designação de Phyllitis scolopendrium (L.) Newman[6].
Nomes comuns
editarDá ainda pelos seguintes nomes comuns: escolopendra[7], broeira[4][5], língua-cervina-dos-Açores[5], língua-de-vaca[5][4] e língua-de-veado[5][4].
Descrição e taxonomia
editarFeto com frondes longas, com até 50–60 cm de comprimento e 5–6 cm de largura, inteiras e sem lóbulos. A ráquis é de cor castanho escura, espessa, com brilho ceroso.[8] Nervuras bem marcadas, especialmente na página inferior do limbo.[8]
Os soros são lineares, com 12–15 mm de comprimento, localizados na página inferior da fronde, inserido paralelamente às nervuras na parte distal, mas sem se aproximarem da margem da fronde.[8]
A espécie integra o complexo Asplenium, mas por ter frondes inteiras é por vezes inserido no género Phyllitis. Ainda assim, é um feto facilmente identificável, pois as suas frondes não estão divididas e subdivididas em segmentos, como ocorre na quase totalidade das espécies deste tipo. O rizoma é alargado, recoberto de páleas de cor castanha.[8]
Distribuição
editarEspécie com distribuição na Macaronésia e sudoeste da Europa.[5]
Encontra-se em Portugal continental[4], em todas as ilhas do arquipélago dos Açores, embora raro na ilha do Corvo[9], e ainda no arquipélago da Madeira[4][8].
Ecologia
editarA. scolopendrium é uma espécie das áreas com elevada humidade atmosférica, preferindo habitats sombrios e abrigados, onde a humidade relativa do ar se aproxime frequentemente da saturação.[4] Ocorre em geral acima dos 400 m de altitude (mais alto nas regiões com clima mediterrânico mais marcado), em ravinas ou em bosques densos. Quando a humidade do ar seja suficientemente elevada, apresenta comportamento epilítico, ocorrendo em fissuras de rochas, em especial nos recessos sombrios das escoadas de lava.[8]
A dependência em relação ao ensombramento tornam a espécie vulnerável à desflorestação, mas permite a sua sobrevivência em associação com espécies invasoras, entre as quais o Pittosporum undulatum. O tamanho das suas frondes e a preferência por habitats hiper-húmidos leva a que seja frequente a presença de hepáticas epífilas sobre as plantas[6].
As populações de A. scolopendrium são em geral pouco numerosas e esparsas, aparecendo em geral associadas às formações mais densas da laurissilva ou dos matos higrófilos. É comum a associação da espécie com o pteridófito Trichomanes speciosum e com diversos briófitos[6].
Usos
editarEm infusão, é utilizada contra a diarreia e para reduzir as inflamacões intestinais. Em gargarejos é útil contra as inflamações da boca e garganta.[1]
Referências
- ↑ a b «Asplenium scolopendrium». Real Jardín Botánico: Proyecto Anthos. Consultado em 30 de outubro de 2009
- ↑ Sinónimos em Tela Botánica.
- ↑ Infopédia. «língua-cervina | Definição ou significado de língua-cervina no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 6 de novembro de 2021
- ↑ a b c d e f g «Phyllitis scolopendrium subesp. scolopendrium| Flora-On | Flora de Portugal». flora-on.pt. Consultado em 16 de outubro de 2021
- ↑ a b c d e f «Phyllitis scolopendrium subesp. scolopendrium». Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Consultado em 17 de março de 2020
- ↑ a b c Erik Sjögren, Plantas e Flores dos Açores. Direcção Regional da Cultura, Angra do Heroísmo, 2001.
- ↑ Infopédia. «escolopendra | Definição ou significado de escolopendra no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 6 de novembro de 2021
- ↑ a b c d e f «Phyllitis scolopendrium L.». www3.uma.pt. Consultado em 6 de novembro de 2021
- ↑ «Asplenium scolopendrium no AzoresBioPortal».
Bibliografia
editar- Erik Sjögren, Plantas e Flores dos Açores. Edição do autor, 2001.
- Hyde, H. A., Wade, A. E., & Harrison, S. G. (1978). Welsh Ferns. National Museum of Wales (ISBN 0-7200-0210-9).
- Murakami, N., S. Nogami, M. Watanabe, K. Iwatsuki. 1999. Phylogeny of Aspleniaceae inferred from rbcL nucleotide sequences. American Fern Journal 89: 232-243.
Ligações externas
editarGaleria
editar-
Habitat e hábito.
-
Um cultivar com frondes onduladas. -
Um espécime num muro. -
A variedade norte-americana. -
-
Ilustração científica de Asplenium scolopendrium.