Piiê

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Piiê[1] (Piye) ou 'Pianque' (Piankh [2]) foi o segundo faraó da XXV dinastia egípcia, de origem cuxita. Foi também o terceiro rei da dinastia napatana do Reino de Cuxe, sucedendo seu pai Cáchita.

Piiê
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Q3S34M17M17
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Piankh, Piankhi, Piankhy, Paankhi, Paanchi
Parte superior direita da "Estela da Vitória" do faraó Piye, representando Piye sendo tributado por quatro líderes do Delta do Nilo: Nimlot (segurando um cavalo) e sua rainha (antes dele), Osorkon IV, Iuput II e Peftjauawybast. A estela original em granito foi encontrada em Jebel Barcal, sendo datável ao reinado de Piye. Hoje a estela se encontra no Museu do Cairo.
Parte superior direita da "Estela da Vitória" do faraó Piye, representando Piye sendo tributado por quatro líderes do Delta do Nilo: Nimlot (segurando um cavalo) e sua rainha (antes dele), Osorkon IV, Iuput II e Peftjauawybast. A estela original em granito foi encontrada em Jebel Barcal, sendo datável ao reinado de Piye. Hoje a estela se encontra no Museu do Cairo.
Faraó do Egito
Reinado 751–716 a.C.,  XXV dinastia
Predecessor Cáchita
Sucessor Xabataca
Esposa(s) Tabiry, Abar, Khensa, Peksater
Filhos Taraca, Xepenupete II, Qalhata, Arty, Tabekenamun, Takahatenamun, Naparaye, Har, Khaliut
Pai Cáchita
Mãe Pebatjma (provavelmente)
Falecimento 716 a.C.

Histórico editar

Piiê era filho de Cáchita, rei que tinha iniciado a conquista núbia do Antigo Egito, e da rainha egípcia Xepenupete I (filha de Osocor III).[2] Tornou-se rei da Núbia em 751 a.C., tendo se dedicado à conquista do Egito nos anos seguintes. Apresentando-se como campeão do deus Amom, consegue ganhar o apoio do clero deste deus em Tebas. A sua irmã, Amenirdis foi nomeada Divina Adorada de Amom.[1]

Piiê contava então com vinte anos quando seu pai morre e assume reinado.[3] Nessa época o rei Tefenacte da XXIV dinastia, que controlava a região ocidental do Delta do Nilo, avançava para o sul do Egito com a conquista de Mênfis. Tefenacte tinha formado uma aliança militar com vários reis locais, entre os quais o rei Namarte de Hermópolis, que cercaria a cidade de Heracleópolis, controlada por um aliado de Piiê, Pefetuaubaste.[4]

Piiê decidiu intervir nestas questão, deslocando-se ao Egito por volta de 734 a.C.. Depois de participar no festival Opete dedicado a Amom, decidiu cercar a cidade de Hermópolis com o objetivo de derrotar o rei Namarte, no qual se revelou sucedido. Heracleópolis foi libertada do cerco e Mênfis foi conquistada por Piiê. Os vários reis locais acabariam por se render, incluindo Osocor de Tânis e Tefnacte (embora este último depois de alguma resistência).[1]

Regressou a Napata, a partir de onde governou o Egito. Os seus feitos militares foram gravados numa estela em granito, a chamada "Estela da Vitória", achada no Templo de Amom em Napata, que se encontra actualmente no Museu Egípcio do Cairo.[5] Foi sepultado numa pequena pirâmide em El-Curru, necrópole onde seriam sepultados vários monarcas da XXV dinastia. Foi sucedido pelo seu irmão Xabaca, de acordo com o costume da realeza núbia em atribuir a sucessão ao irmão do rei. Dois dos seus filhos, Xabataca e Taraca seriam também reis do Egito.[1]

Titulatura editar

Nome de Sa-Rá
Hieroglifo
G39N5
 
<
Q3S34M17M17
>
Transliteração Pˁnḫy
Transliteração (ASCII) p.ankhy
Transcrição Piankh
Tradução Pianque ou Piiê
Nome de Nesut-bity
Hieroglifo
nswt&bity
<
N5Y5L1
>
Transliteração Mn-ḫpr-Rˁ
Transliteração (ASCII) mn-xpr-ra
Transcrição Menkheper-rá
Tradução "A manifestação de é eterna"



Precedido por
Cáchita
Rei da Dinastia Napata
do Reino de Cuxe

751 - 716 a.C.
Sucedido por
Xabaca
Precedido por
Cáchita
  2º Faraó da
XXVª Dinastia

751 - 716 a.C.
Sucedido por
Xabaca


Referências

  1. a b c d Silva, Alberto da Costa e (2014). A enxada e a lança. [S.l.]: Nova Fronteira, pp 135=136. ISBN 9788520939475 
  2. a b Budge, E. A. Wallis (2010). The Mummy:. A Handbook of Egyptian Funerary Archaeology (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press, p. 72. ISBN 9781108018258 
  3. Jennings, Anne M. (1995). The Nubians of West Aswan:. Village Women in the Midst of Change (em inglês). [S.l.]: Lynne Rienner Publishers, p. 24. ISBN 9781555875923 
  4. Vaughn, Andrew G.; Killebrew, Ann E. (2003). Jerusalem in Bible and Archaeology:. The First Temple Period (em inglês). [S.l.]: Society of Biblical Lit, p. 223 nota 24. ISBN 9781589830660 
  5. Sims, Sedrick (2009). Ancient African History. A Journey Highlighting Africa's Past (em inglês). [S.l.]: Lulu.com, pp. 53-54. ISBN 9780557096947