Pietro Serantoni

futebolista italiano

Pietro Serantoni (Veneza,12 de dezembro de 1906Roma, 6 de outubro de 1964) foi um futebolista e treinador de futebol italiano, sendo um dos médios titulares da seleção de seu país campeã da Copa do Mundo FIFA de 1938.[1] Baixo, medindo 1,65 metros,[2] e sem possuir maior técnica, compensava tais condições com seu grande fôlego, seu forte: parecia interminável. Serantoni era o mais velho dos titulares e também foi o primeiro deles a falecer, em 1964.[1]

Pietro Serantoni
Informações pessoais
Nome completo Pietro Serantoni
Data de nasc. 12 de dezembro de 1906
Local de nasc. Veneza, Itália
Morto em 6 de outubro de 1964 (57 anos)
Local da morte Roma, Itália
Altura 1,65 m
Informações profissionais
Posição meio-campista
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos (golos)
1926–1927
1928–1934
1934–1936
1936–1940
Venezia
Ambrosiana-Inter
Juventus
Roma
Seleção nacional
1933-1939 Itália 0017 000(4)
Times/clubes que treinou
19471950
19501951
Padova
Roma
A Internazionale, então chamada Ambrosiana-Inter, na temporada 1933-34. Serantoni é o sexto jogador, da esquerda para a direita, entre o goleiro Carlo Ceresoli e Giuseppe Meazza, também campeões da Copa do Mundo FIFA de 1938.
A Juventus na temporada 1935-36. Serantoni é o terceiro jogador em pé, da esquerda para a direita.
O treinador Vittorio Pozzo com a taça Jules Rimet, rodeado por seus jogadores após a final da Copa do Mundo FIFA de 1938. Serantoni é o jogador sentado.

Na época do mundial, defendia a Roma, sendo o único representante deste clube nos titulares. Já havia defendido antes Internazionale e Juventus,[1] quando estas duas equipes ainda não faziam o Derby D'Italia, rivalidade que só viria a ser fomentada na década de 1960.[3]

Carreira editar

Clubes editar

Nascido em Veneza, despontou na equipe da cidade, o Venezia, transferindo-se em 1929 à Internazionale,[1] que naquele mesmo ano foi renomeada como Ambrosiana por pressão do regime fascista.[4] Em sua primeira temporada, conseguiu ser campeão italiano, marcando inclusive os dois gols de vitória por 2-0 no clássico com o Milan, além de outros quatorze naquele campanha. A Inter ficou dois pontos acima do Genoa, na época o maior campeão, com nove títulos. O time de Milão, por sua vez, obtinha o troféu pela terceira vez, a primeira após dez anos. Igualava-se ao rival Milan, desde a década de 1900 possuidor de três conquistas, e seguia atrás também das sete do Pro Vercelli.[carece de fontes?]

Entre as temporadas 1930-31 e 1934-35, porém, o campeonato foi dominado pela Juventus, que acumulou um então recordista pentacampeonato,[5] só superado entre 2012 e 2017 pelo hexacampeonato do mesmo clube. O time de Turim, que até então tinha dois títulos, abaixo da Inter, chegou assim a sete.[carece de fontes?] O ciclo fez a Juve naturalmente compor a base da seleção italiana na época,[5] o que não impediu que Serantoni estreasse pela Azzurra em 1933.[carece de fontes?]

Em 1934, Serantoni transferiu-se à própria Juventus,[1] que ainda não fazia com a Inter o chamado Derby D'Italia, só fomentado na década de 1960.[3] Participou do último título do pentacampeonato, no qual contribuiu com seis gols nas quinze partidas em que foi usado. A vice-colocada, por dois pontos, foi justamente a Ambrosiana-Inter. Com a conquista, a equipe igualou-se às sete taças do Pro Vercelli.[carece de fontes?]

A Juventus não manteve a regularidade na temporada subsequente, terminando em quinto. Serantoni chegou a marcar no duelo com o ex-clube da Ambrosiana, mas converteu somente outro único gol. O campeão foi o Bologna, um ponto à frente da Roma.[carece de fontes?] A equipe da capital foi a partir da próxima temporada o novo clube de Serantoni.[1] Marcou três gols, incluindo sobre a própria Juventus e no Derby della Capitale contra a Lazio, ambas derrotadas por 3-1. A Roma ficou somente na décima colocação, mas foi finalista da Copa da Itália.[carece de fontes?]

Na temporada seguinte, a de 1937-38, os giallorossi terminaram em sexto. Mas Serantoni, desde 1936 uma peça mais regular na seleção, terminou convocado à Copa do Mundo FIFA de 1938.[carece de fontes?] Eraldo Monzeglio, Guido Masetti (ambos presentes na Copa do Mundo FIFA de 1934) e Aldo Donati foram outros romanistas convocados, mas somente Serantoni foi titular.[1]

Após a Copa, Serantoni defendeu a Roma por mais duas temporadas, sem que a equipe chegasse a brigar pelo título. Seguiu carreira em clubes modestos, parando de jogar em 1947, no Padova.[carece de fontes?]

Seleção editar

Serantoni estreou pela Itália em 12 de fevereiro de 1933, em vitória por 3-2 sobre a Bélgica em Bruxelas. Na época, defendia a Ambrosiana-Inter.[carece de fontes?] A Juventus estava no ciclo do seu pentacampeonato e compunha a base da seleção, dominando a convocação à Copa do Mundo FIFA de 1934.[5] O terceiro jogo de Serantoni pela Azzurra foi precisamente no único compromisso dele nas eliminatórias. Foi a única vez em que o país-sede precisou joga-las, vencendo por 4-0 a Grécia já em 25 de março de 1934.[6]

Apesar da goleada e da classificação, Serantoni acabou não convocado ao mundial de 1934. Voltou a defender a seleção ainda naquele ano, em novembro, já como jogador da Juventus. Passou, porém, cerca de dois anos ausente, entre a vitória por 4-2 sobre a Hungria em 9 de dezembro de 1934 em Milão e o empate em 2-2 com a Alemanha em Berlim, em 15 de novembro de 1936. A partir desse retorno, obteve maior frequência nas partidas e disputou todos os jogos da Itália na Copa do Mundo FIFA de 1938, sempre compondo a linha média com Miguel Andreolo e Ugo Locatelli.[carece de fontes?]

Na decisão, participou do início do rápido contra-ataque que resultou no primeiro gol da partida, já aos 8 minutos; e depois foi essencial para o setor defensivo conter o ímpeto da Hungria quando o oponente conseguiu diminuir para 3-2 ainda aos 15 minutos do segundo tempo,[7] a ponto de os magiares não aparentarem ameaça séria ao título.[8]

Após a Copa, Serantoni, que era o jogador mais velho dos titulares,[1] jogou somente mais três vezes pela Itália. A última foi em 13 de maio de 1939, em empate em 2-2 com a Inglaterra em Milão,[carece de fontes?] algo honroso: na época, as nações britânicas julgavam-se de direito as melhores, ausentando-se voluntariamente das competições fora de suas ilhas. Era costume a Inglaterra convidar candidatas a melhor do mundo para enfrenta-la; como costumava vencer, mantinha a postura prepotente, só alterada após ser derrotada pela primeira vez em casa para uma seleção não-britânica — a Hungria de Ferenc Puskás, em 1953.[9]

Títulos editar

Internazionale editar

Juventus editar

Seleção Italiana editar

Referências

  1. a b c d e f g h GEHRINGER, Max (novembro de 2005). Os campeões. Placar: A Saga da Jules Rimet, fascículo 3 - 1938 França. Editora Abril, pp. 42-43
  2. DINIZ, Guilherme (abril de 2013). «Times históricos: Itália 1934-1938». Calciopédia. Consultado em 3 de março de 2018 
  3. a b OLIVEIRA, Nelson (30 de março de 2013). «Dérbis: Inter x Juventus». Calciopédia. Consultado em 3 de março de 2018 
  4. BERTOZZI, Leonardo (set. 2009). Uma dupla de grife. Trivela n. 43. São Paulo: Trivela Comunicações, pp. 56-59
  5. a b c GEHRINGER, Max (outubro de 2005). E la nave va. Placar: A Saga da Jules Rimet, fascículo 2 - 1934 Itália. Editora Abril, pp. 24-26
  6. GEHRINGER, Max (outubro de 2005). As primeiras eliminatórias. Placar: A Saga da Jules Rimet, fascículo 2 - 1934 Itália. Editora Abril, pp. 18-21
  7. CASTRO, Robert (2014). Capítulo IV - Francia 1938. Historia de los Mundiales. Montevidéu: Editorial Fín de Siglo, pp. 56-78
  8. GEHRINGER, Max (nov. 2005). A Itália é bi, com justiça. Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 3 - 1938 França". São Paulo: Editora Abril, p. 40
  9. GEHRINGER, Max (janeiro de 2006). Ninguém segura a Hungria. Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 5 - 1954 Suíça". São Paulo: Editora Abril, pp. 6-8