Pintura do Barroco

A pintura barroca é uma pintura realista, concentrada
nas paisagens, nas naturezas mortas e nas cenas populares (barroco holandês). O movimento identifica-se com o Absolutismo e a Contra Reforma.[1][2] Na Itália e na Espanha, a Igreja Católica, em clima de militância e Contra-Reforma, pressionava os artistas para que buscassem o realismo mais convincente possível.
Entre os maiores pintores do Barroco estão Velázquez, Caravaggio, Rembrandt, Rubens, Georges de La Tour, Anthony van Dyck, Poussin, os Irmãos Le Nain e Vermeer.
CaracterísticasEditar
- Composição assimétrica, em diagonal - que se revela num estilo grandioso, monumental, retorcido, substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista.
- Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos) - era um recurso que visava a intensificar a sensação de profundidade.
- Realista, abrangendo todas as camadas sociais.
- Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramática.
- A luz não aparece por um meio natural, mas sim projetada para guiar o olhar do observador até o acontecimento principal da obra, como acontece na obra "Vocação de São Mateus", de Caravaggio.
RegiõesEditar
Barroco ItalianoEditar
A Igreja Católica revitalizava-se com a Contra-Reforma. Os artistas italianos eram então convocados a transformar as Escrituras em realidade perceptível aos fiéis. O conteúdo emocional intensificado e o realismo do barroco eram meios ideais para que se atingisse esse objetivo.
A pintura passou por uma reforma. No século XIX, o novo estilo foi denominado barroco. Antes, acreditava-se que fosse apenas uma forma de voar pós-renascentista, associado a Rafael. Os artistas afastaram-se do Maneirismo e criaram obras mais medrosas àquelas da Alta Renascença. Os pioneiros dessa mudança foram dois artistas de grande importância: Caravaggio, em Roma (Caravagismo e Tenebrismo) e Annibale Carracci, em Bolonha (Escola de Bolonha).
Outros artistas da mesma época foram Orazio Gentileschi, sua filha, Artemisia Gentileschi, expoentes do Caravagismo.
A família Carracci foi uma talentosa família de pintores italianos que residia em Bolonha. Compreendia três irmãos: Agostino Carracci, Annibale Carracci e Ludovico Carracci. Eles fundaram uma Academia chamada Accademia degli Incamminati, onde vários outros artistas da época estudaram, entre eles, Domenichino. Outro ex-aluno quase eclipsou a fama dos Carracci: Guido Reni, com seus quadros eminentemente religiosos. Outro grande artista da época foi Guercino.
Artistas da Europa setentrional, já com tradição na pintura de paisagem e de gênero, visitaram a Itália e lá deixaram sua marca, entre eles, Adam Elsheimer.
Artistas Barrocos ItalianosEditar
- Agostino Tassi
- Artemisia Gentileschi
- Caravaggio
- Carlo Cignani
- Carlo Dolci
- Carlo Maratta
- Carlo Saraceni
- Família Carracci
- Ciro Ferri
- Domenichino
- Domenico Campagnola
- Domenico Fetti
- Federico Barocci
- Francesco Albani
- Francesco Furini
- Francesco Solimena
- Giovanni Andrea Ansaldo
- Giovanni Baglione
- Giovanni Battista Gaulli
- Giovanni Battista Salvi da Sassoferrato
- Giovanni Benedetto Castiglione
- Giovanni Lanfranco
- Giuseppe Maria Crespi
- Guercino
- Guido Reni
- Luca Giordano
- Lucio Massari
- Mattia Preti
- Nicola Malinconico
- Pier Francesco Mazzucchelli
- Salvator Rosa
- Sebastiano Conca
Barroco FlamengoEditar
Artistas Barrocos FlamengosEditar
Barroco EspanholEditar
Artistas Barrocos EspanhóisEditar
- Juan de Arellano (1614-1676)
- Alonso Cano (1601-1667)
- Juan Carreño de Miranda (1614-1685)
- Claudio Coello (1642-1693)
- Francisco Herrera, o Jovem (1622-1685)
- Juan Bautista Maíno (1581-1649)
- Juan Bautista Martínez del Mazo (1611-1667)
- Bartolomé Esteban Murillo (1618-1682)
- Pedro de Orrente (1580-1645)
- Antonio de Pereda (1611-1678)
- Francisco Ribalta (1565-1628)
- José de Ribera (1591-1652)
- Juan Sánchez Cotán (1560-1627)
- Juan de Valdés Leal (1622-1690)
- Diego Velázquez (1599-1660)
- Francisco de Zurbarán (1598-1664)
- Henrique Sotero
- Juan van der Hamen
- Antonio Palomino
Barroco dos Países BaixosEditar
Embora a Holanda fizesse fronteira com Flandres, os dois países não podiam ser mais diferentes, tanto cultural como politicamente. Enquanto Flandres era regida pela monarquia e pela Igreja Católica, a Holanda - ou Países Baixos - era um país independente, democrático e protestante. Nos rígidos e despojados templos protestantes, a arte religiosa era proibida e as fontes normais de mecenato - Igreja , corte e nobreza - tinham se acabado. O resultado foi uma democratização da arte, tanto em relação aos temas quanto aos proprietários. Pela primeira vez, os artistas foram deixados à mercê do mercado. Felizmente, a próspera classe média tinha mania de colecionar arte. Em 1640, um visitante de Amsterdã observou: "Quanto à arte da Pintura e à afeição do povo pelos quadros, acho que nenhuma outra se interpõe entre eles. Antes todos, em geral, se empenham em adornar suas casas pagando altos preços."Até açougueiros, padeiros e ferreiros compravam quadros . Em decorrência surgiu uma pintura de alta qualidade e com um número de artistas que chegava a 500 pintores, somente trabalhando com naturezas-mortas."
A natureza morta surgiu como gênero de pintura nos Países Baixos pós-Reforma. Embora considerada uma forma inferior em outros lugares, o século XVII foi o período alto da natureza-morta na Holanda, onde os artistas atingiram um extraordinário realismo retratando objetos domésticos. A natureza- morta era emblemática: as pinturas vanitas mostravam símbolos como crânios e velas fumegantes representando a transitoriedade da vida. As paisagens holandesas eram tratadas com realismo, geralmente com um fundo de altas nuvens num céu cinzento.
Artistas Barrocos HolandesesEditar
- Rembrandt (1606–1669)
- Hendrick Avercamp (1585–1634)
- Gerard ter Borch (1617–1681)
- Adriaen Brouwer (1605–1638)
- Aelbert Cuyp (1620–1691)
- Gerrit Dou (1613–1675)
- Jan van Goyen (1596–1656)
- Frans Hals (1580–1666)
- Meindert Hobbema (1638–1709)
- Gerard van Honthorst (1592–1656)
- Pieter de Hooch (1629–1684)
- Willem Kalf (1619–1693)
- Pieter van Laer (1599–1642)
- Judith Leyster (1609-1660)
- Gabriël Metsu (1629–1667)
- Adriaen van Ostade (1610–1685)
- Jacob van Ruisdael (1628–1682)
- Salomon van Ruysdael (1602–1670)
- Pieter Jansz. Saenredam (1597–1665)
- Johannes Vermeer (1632–1675)
- Jan Steen (1626–1679)
- Leonaert Bramer
- Cornelis Saftleven
- Jan Lievens
- Theodoor van Thulden
- Abraham van Beijeren
- Abraham van Diepenbeeck
- Ambrosius Bosschaert
- Clara Peeters
- Gerard ter Borch
Barroco PortuguêsEditar
Artistas Barrocos PortuguesesEditar
- Josefa de Óbidos (1630–1684)
Barroco BrasileiroEditar
Artistas Barrocos BrasileirosEditar
Barroco AlemãoEditar
No século XVII, a pintura alemã sofreu com as circunstâncias históricas, tais como a Guerra dos Trinta Anos, que devastou o território alemão reduzindo sua população a 30%. Um centro importante de produção artística foi a corte de Rodolfo II do Sacro Império Romano-Germânico, em Praga, onde trabalharam Johann Andreas von Düwens, Hans von Aachen e Hans Rottenhammer.
Mas os artistas mais destacados da época viveram na Itália: Adam Elsheimer e Johann Liss.
Artistas Barrocos AlemãesEditar
- Cosmas Damian Asam (1686–1739)
- Adam Elsheimer (1578–1610)
- Johann Liss (1590–1627)
- Sebastian Stoskopff (1597–1657)
Barroco BritânicoEditar
Peter Paul Rubens, que foi em missão diplomática e artística para o Reino Unido, e seu discípulo Anthony van Dyck, que se radicou por lá como pintor da corte e conquistou sucesso imediato, foram os maiores responsáveis pela introdução do Barroco na região, embora ele já fosse visível na obra do flamengo Daniël Mijtens.
Artistas Barrocos BritânicosEditar
- William Dobson (1611-1646)
- George Jamesone (1587–1644)
- Godfrey Kneller (1646–1723)
- Peter Lely (1618–1680)
- Daniël Mijtens (1590–1648)
- John Michael Wright (1617-1694)
- Allan Ramsay
Barroco Checo (Boêmio)Editar
Petr Brandl foi um dos mais conhecidos pintores dessa época na Boêmia e uma figura importante do Barroco Tardio.
Artistas Barrocos ChecosEditar
- Václav Hollar (1607–1677)
- Karel Škréta (1610–1674)
- Petr Brandl (1668–1735)
- Václav Vavřinec Reiner (1686–1743)
Barroco FrancêsEditar
Artistas Barrocos FrancesesEditar
- Valentin de Boulogne (1591–1632)
- Philippe de Champaigne (1602–1674)
- Laurent de La Hyre (1606–1656)
- Georges de La Tour (1593–1652)
- Charles Le Brun (1619–1690)
- Irmãos Le Nain:
- Antoine Le Nain (c.1599–1648)
- Louis Le Nain (c. 1593–1648)
- Mathieu Le Nain (1607–1677)
- Eustache Le Sueur (1617–1655)
- Claude Lorrain (1600–1682)
- Pierre Mignard (1612–1695)
- Hyacinthe Rigaud (1659–1743)
- Nicolas Poussin (1594–1665)
- Simon Vouet (1590–1649)
- Nicolas de Largillière
Ver tambémEditar
Referências
- ↑ Counter Reformation, na Encyclopædia Britannica Online, latest edition, full-article.
- ↑ Counter Reformation, na The Columbia Encyclopedia, Sixth Edition. 2001–05.
BibliografiaEditar
- BECKETT, Wendy. A História da Pintura. São Paulo: Ática, 1997.
- JANSON, H. W. A História Geral da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2001.