Praia de Mira

vila e freguesia do município de Mira, Portugal
(Redirecionado de Poço da Cruz)

Praia de Mira é uma vila portuguesa sede da Freguesia de Praia de Mira do Município de Mira. A Freguesia de Praia de Mira tem 39,82 km² [1] e 3 246 habitantes (censo de 2021),[2] e, assim, uma densidade populacional de 81,5 hab./km², sendo que no verão a sua população triplica. Situada na região centro, é um dos mais procurados e conhecidos destinos turísticos.

Portugal Portugal Praia de Mira 
  Freguesia  
Praia de Mira, Mira, Portugal
Praia de Mira, Mira, Portugal
Praia de Mira, Mira, Portugal
Símbolos
Brasão de armas de Praia de Mira
Brasão de armas
Localização
Praia de Mira está localizado em: Portugal Continental
Praia de Mira
Localização de Praia de Mira em Portugal
Coordenadas 40° 27' 22" N 8° 48' 07" O
Região Centro
Sub-região Região de Coimbra
Distrito Coimbra
Município Mira
Código 060804
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
Área total 39,82 km²
População total (2021) 3 246 hab.
Densidade 81,5 hab./km²
Código postal 3070
Outras informações
Orago Nossa Senhora da Conceição

A Freguesia de Praia de Mira foi criada em 1984.[3]

Por sua vez, em 1951, a povoação de Palheiros da Costa de Mira passou a denominar-se Praia de Mira.[4] Esta povoação foi elevada à categoria de vila em 1995.[5]

Localização no município de Mira

História editar

Uma das referências mais conhecidas aos palheiros de Mira, data de 1821 que ao referir-se à Vila de Mira, diz que “está distante 6 km do oceano e tem estrada para «palheiros de Mira, na praia do Mar», lugar cujos habitantes são «quase todos pescadores».[6]

Há, no entanto, outras referências mais obscuras e mais antigas, no Jornal de Coimbra de 1812[7] num artigo consagrado à Barra Velha de Aveiro informa que «A Barra velha de Aveiro tinha de profundidade sobre o banco, ou na menor altura, no ano 1777–8 palmos: em 1778–6 palmos: em 1802–5 palmos. Era ela perto da costa e palheiros de Mira».

No mesmo ano de 1812, nas Memórias económicas da Academia real das Ciências de Lisboa[8], encontra-se uma das mais antigas referências à pesca artesanal que se pratica até aos dias de hoje (ainda que bastante modificada): «Na Costa de Mira, onde não se observa outra pescaria, senão aquela que se faz com o aparelho chamado Artes, fui informado que este com o barco faz de despesa 600 000.»

Em 1815, novamente no Jornal de Coimbra[9], encontra-se uma nota referente ao abate de pinheiros na Praia de Mira, sendo esta uma das primeiras referências à localidade pela nome que o tempo fixou: «Em outubro de 1815, estando eu na Praia de Mira, ouvi a muitos dos habitantes daquela vila chorar a futura perdição dos seus prédios pelo sucessivo corte dos pinheiros que os abrigavam das areias.»

Em 31 de dezembro de 1984 foi criada a freguesia pela Lei nº 66/84 de 31/12/1984, desanexada da freguesia de Mira.

A Praia de Mira em 2021 tornou-se na única praia do mundo totalista da Bandeira Azul.

 

Os Palheiros editar

Em meados dos anos 50 existiam mais de 600 construções em madeira. A maior originalidade deste aglomerado de pescadores/agricultores era exactamente a sua arquitectura de madeira que, sem ser exclusiva nesta região completamente desprovida de pedra e com abundância de pinhais, adquiriu aqui a sua expressão mais pura. As casas chegavam a atingir dois e mesmo três andares, possuindo dimensões não encontradas noutras praias e formavam a quase totalidade da povoação até ao final dos anos 60, a própria capela, junto da praia e ainda existente, é de madeira, pintada de azul e branco e é um dos principais símbolos desta povoação.[10]

Pesca artesanal editar

Cada barco era lançado à água e retirado de lá por duas juntas que puxavam cabos presos às argolas da proa ou da ré do barco. Este deslizava sobre rolos de pinho colocados no sentido da largura que, por sua vez, rolavam sobre uma dezena de vigas compridas e flexíveis, de eucalipto, dispostas longitudinalmente. A rede era puxada por dez juntas de bois. Quando o barco saía, ficava logo um cabo preso na praia, o outro era trazido pelo barco no regresso.[10]

No momento trabalham apenas 5 embarcações intituladas: Sr. dos Aflitos, S. José, Alexandre Vieira, Lago do Mar e Estrela do Mar.

Capela editar

A intenção de construir uma capela na, então designada, Costa do Mar, surge pela primeira vez no último quartel do Séc. XVIII. Já no início do segundo quartel do Séc. XIX, em 1829, surge por parte de um morador do lugar de Moinhos da Areia, Manuel da Costa da Luísa, a intenção de construir uma capela em honra a Nossa Senhora da Graça. Devido às exigências das autoridades eclesiásticas, a obra não avançou. Por fim em setembro de 1843 procedeu-se à revista e bênção da capela, mandada edificar por José Maria Pimentel, dedicada a Nossa Senhora da Conceição.

 

Brasão de Armas editar

Escudo de azul, crescente e duas gaivotas voantes, bicadas e armadas de ouro, a da dextra volvida, tudo de prata e dispostas em roquete; campanha diminuta ondada de prata e azul de três tiras, navegando nela um barco de ouro. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro, “ PRAIA DE MIRA “.

Segundo o parecer da Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses de 27/02/2002

Estabelecida em reunião de Assembleia de Freguesia, em 20/04/2002

Publicada no Diário da República, III Série de 13/05/2002

Registado na Direção Geral de Autarquias Locais, com o Nº 117/2002, em 20/05/2002

Demografia editar

A população registada nos censos foi:[2]

População da freguesia da Praia de Mira
Ano População ±%
1991 3 167
2001 2 985 -5,7
2011 3 147 +5,4
2021 3 246 +3,1
Distribuição da População por Grupos Etários[11]
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 546 448 1567 424
2011 427 370 1713 637
2021 402 302 1729 813

Política editar

DATA % V % V % V % V % V % V % V % V % V
Comissão instaladora PPD/ PSD PS Il PCP-PEV CDS-PP III I MAR
1985 Nomeada
2001 41,22 4 56,19 5 0,61 0,83
2005 30,97 55,63 5,23 1,60 1,55
2009 30,21 3 50,13 5 16,02 1 0,71
2013 32,68 3 40,76 4 1,19 11,65 1 9,76 1
2017 33,66 3 52,27 5 0,58 9,57 1
2021 29,49 3 66,58 6

Fonte: SGMAI

Orago editar

O orago da freguesia é a Nossa Senhora da Conceição, sendo realizada anualmente no dia 8 de dezembro a festa em sua honra. Imaculada Conceição

Festividades editar

Todos os anos é celebrado o dia de Nossa Senhora da Conceição com a participação de alguns artistas conhecidos.

Património edificado editar

  • Capela da Praia de Mira
  • Estátua em Homenagem ao Povo da Praia de Mira — Escultura em bronze de André Alves[12]
  • Igreja Nova da Praia de Mira
  • Museu Etnográfico
  • Viveiros piscícolas

Turismo editar

  • Praia de Mira

Asfixiada pela construção envolvente, tem lotação esgotada durante o verão. O areal é extenso e ocupado por famílias da região centro. Está bem servida de bares e cafés, sempre importantes nesta zona ventosa.[13]

  • Lagoa da barrinha
  • Mata de Mira
  • Parque de campismo Mira Lodge Park
  • Parque de campismo municipal
  • Parque de campismo da Orbitur
  • Clube náutico
  • Mira Villas

Contactos de Junta de Freguesia da Praia de Mira editar

  • Tel.: 231472796; email: geral@praiademira.pt; site oficial: www.praiademira.pt

Referências

  1. «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013 
  2. a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  3. «Lei n.º 66/84, de 31 de dezembro». diariodarepublica.pt. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  4. «Decreto n.º 38581, de 29 de dezembro». diariodarepublica.pt. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  5. «Lei n.º 72/95, de 30 de agosto». diariodarepublica.pt. Consultado em 7 de novembro de 2023 
  6. Corografia Moderna do Reino de Portugal, João Maria Baptista, 1875
  7. Jornal de Coimbra, volume 2, Lisboa. Impressão Régia, 1812. pp. 23.
  8. Memórias económicas da Academia real das ciências de Lisboa, Volume 4. Lisboa: Academia real das ciências, 1812. pp.344 nota b.
  9. Jornal de Coimbra, volume 8, Lisboa. Impressão Régia, 1815. pp. 192.
  10. a b Palheiros de Mira, Formação e Declinío de um Aglomerado de Pescadores, Raquel Soeiro de Brito, Lisboa, 1960, Instituto de Alta Cultura
  11. INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022 
  12. «André Alves». Cm-cantanhede.pt. Arquivado do original em 11 de maio de 2008 
  13. Guia Visão das Praias (2004), pág. 42.

Ligações externas editar

 
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