Política energética do Brasil

O Brasil é o 7º maior consumidor de energia do mundo e o maior da América do Sul, assim como um grande produtor de petróleo e gás natural na região e o segundo maior produtor de etanol combustível do mundo.

Sede da Petrobras no Rio de Janeiro

As agências governamentais responsáveis ​​pela política de energia são o Ministério de Minas e Energia (MME), o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).[1][2][3] As empresas estatais Petrobras e Eletrobras são os principais atores do setor de energia do Brasil, assim como da América Latina.

A matriz energética do Brasil é tida como uma das mais limpas do mundo[4][5] (ver: Energia sustentável e Lista de países por produção de eletricidade renovável).

Matriz energética

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A principal característica da matriz energética brasileira é ser muito mais renovável do que a mundial. Enquanto em 2019 a matriz mundial era de apenas 14% de energias renováveis, a brasileira era de 45%. Petróleo e derivados representaram 34,3% da matriz; derivados da cana-de-açúcar, 18%; energia hidráulica, 12,4%; gás natural, 12,2%; lenha e carvão, 8,8%; energias renováveis variadas, 7%; carvão mineral, 5,3%; nuclear, 1,4%, e outras energias não renováveis, 0,6%.[6]

Na matriz elétrica, a diferença entre o Brasil e o mundo é ainda maior: enquanto o mundo tinha apenas 25% da energia elétrica renovável em 2019, o Brasil tinha 83%. A matriz elétrica brasileira era composta por: energia hidráulica, 64,9%; biomassa, 8,4%; energia eólica, 8,6%; energia solar, 1%; gás natural, 9,3%; derivados de petróleo, 2%; nuclear, 2,5%; carvão e derivados, 3,3%. [6]

Atualmente, alguns empreendimentos tencionam produzir o chamado hidrogênio verde.[7][8] O hidrogênio é classificado como "marrom", "cinza", "azul", "verde" de acordo com a fonte de energia usada para produzi-lo.[9] O H2 "verde", é aquele produzido de fontes renováveis e/ou não poluentes.[10]

Comparações internacionais

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A Agência Internacional de Energia posiciona o Brasil entre os principais países do mundo em diversos indicadores:

Posição do Brasil no ranking mundial
Fonte de energia indicador classificação ano quantid unidade % mundo comentários
Petróleo bruto Produção 2019p 145 Mt 3,3% 1º: Estados Unidos 742 Mt, 2º: Rússia 560 Mt, 3º: Arábia Saudita 546 Mt
Eletricidade Produção 2018 601 TWh 2,3% 1º: China 7149 TWh, 2º: Estados Unidos 4434 TWh
Importação líquida 2018 35 TWh 9,3% 1º: Estados Unidos 44 TWh, 2º: Itália 44 TWh
Produção de eletricidade por fonte Renováveis 2018 495 TWh 7,4% 1º: China 1833 TWh, 2º: Estados Unidos 743 TWh
Hidroeletricidade Produção 2018 389 TWh 9,0% 1º: China 1232 TWh, 3º: Canadá 386 TWh
Potência instalada 2018 105 GW 8,1% 1º: China 352 GW, 3º: Estados Unidos 103 GW
% hidro / elet * 2018 64,7 % 1º: Noruega (95,0%)
Energia eólica Produção de eletricidade 2018 48 TWh 3,8% 1º: China 366 TWh, 2º: Estados Unidos 276 TWh
Potência instalada 2018 14,4 GW 2,6% 1º: China 184,3 GW
% eólico / elet * 2018 8,1 % 1º: Espanha (18,5%)
Biomassa Produção de eletricidade 2018 53,9 TWh 10,4% 1º: China 90,6 TWh, 2º: Estados Unidos 59,5 TWh
* % hidro/eletr : participação da hidroeletricidade na produção de eletricidade (classificação entre os 10 maiores produtores)
2019p = estimativa provisória para 2019.

Fontes de energia primária

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Petróleo

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 Ver artigo principal: Petróleo no Brasil
 
Ao longo dos anos, o Brasil passou de importador à exportador de petróleo
 
Cerimônia de lançamento da plataforma de petróleo P-52, que opera na Bacia de Campos.
 
Usina termelétrica à base de óleo em Camaçari, Bahia

O Brasil é o 8º maior produtor de petróleo do mundo. Até 1997, o monopólio do setor pertencia a Petróleo Brasileiro SA (Petrobras). Atualmente, mais de 50 companhias petrolíferas estão envolvidas na exploração de petróleo no país.[1] O único produtor mundial de petróleo é a Petrobras, com saída de mais de 2 milhões de barris (320.000 m³) equivalentes por dia. A empresa estatal também é uma grande distribuidora de produtos petrolíferos e possui refinarias e navios petroleiros.[11] Em 2006, o Brasil tinha 11,2 bilhões de barris (1,78 × 109 m³), a segunda maior reserva provada na América do Sul, depois da Venezuela. A maior parte das reservas comprovadas estão localizadas nas bacias marítima de Campos e Santos na costa sudeste do Brasil.[11] Em novembro de 2007, a Petrobras anunciou uma estimativa de que o Campo de Tupi tenha entre 5 e 8 bilhões de barris (1,3 × 109 m³) de campos de petróleo leve recuperável e campos vizinhos que podem conter reservas ainda maiores, o que poderia tornar o Brasil um dos maiores produtores de petróleo do mundo.[12]

O país é um exportador líquido de petróleo desde 2011. No entanto, o Brasil ainda importa petróleo leve do Oriente Médio, porque várias refinarias, construídas nos anos 1960 e 1970 durante a ditadura militar, não são adequadas para processar o petróleo pesado das reservas brasileiras, descobertas posteriormente.[13] A Transpetro, subsidiária da Petrobras, opera uma rede de transporte de petróleo bruto. O sistema é composto de 6.000 quilômetros oleodutos , terminais de importação costeiros e instalações de armazenamento no interior.[11]

Em 2017, a produção de petróleo foi de 957 milhões de barris, com média diária de 2,622 milhões de bbl/d. Trata-se de um aumento de 4% em relação à produção de 2016.[14] Em dezembro, a produção de petróleo e gás no pré-sal brasileiro atingiu, pela primeira vez, mais da metade da produção nacional. A produção total do Brasil foi de 3,325 milhões em barris de óleo equivalente por dia (boe/d, soma das produções de óleo e de gás natural), sendo 1,685 milhão de boe/d (50,7%) do pré-sal.[14] O Campo de Tupi (no pré-sal), na Bacia de Santos, foi o maior produtor de petróleo e gás natural. Produziu, em média, 803 mil bbl/d de petróleo e 33,1 milhões de m3/d de gás natural.[14] Os campos marítimos produziram 95,5% do petróleo e 79,8% do gás natural. A produção ocorreu em 7.990 poços, sendo 743 marítimos e 7.247 terrestres. Os campos operados pela Petrobras produziram 93,7% do petróleo e gás natural.[14]

Gás natural

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Carros movidos a gás natural, como este Fiat Siena, são comuns no Brasil.
 
O consumo de gás natural aumentou drasticamente a partir do ano 2000

As principais reservas estão em uso estão localizadas nas bacias de Campos e Santos. Outras bacias de gás natural incluem Foz do Amazonas, Ceará e Potiguar, Pernambuco e Paraíba, Sergipe/Alagoas, Amazonas, Espírito Santo (onshore) e bacia do Parnaíba (Maranhão).[2] A Petrobras controla mais de 90% das reservas de gás natural do Brasil.[11]

Em 2005, a produção de gás foi de 18,7 x 109 m³, menor que o consumo brasileiro de gás natural.[1] As importações de gás vêm principalmente da bacia do rio Grande na Bolívia, através do gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol); da Argentina através de o gasoduto Transportadora de Gás do Mercosul (também conhecido como Paraná–Uruguaiana) e da importação de GNL. O país também tem mantido conversações com a Venezuela e a Argentina para construir um novo sistema de gasodutos denominado Grande Gasoduto do Sul, que ligaria os três países; porém, o plano não foi além do cronograma inicial.[11] No final de 2005, as reservas provadas de gás natural do Brasil foram estimadas em 306 x 109 m³, com reservas que se espera serem ser 15 vezes maiores. Até recentemente, o gás natural era produzida como um subproduto da indústria do petróleo.[2]

Os sistemas de gasodutos do interior brasileiro são operados pela subsidiária Transpetro. Em 2005, começou a construção do gasoduto GASUN, que liga Mato Grosso do Sul, no centro-oeste do Brasil, ao Maranhão, no nordeste. O gasoduto Urucu-Coari-Manaus, que liga as reservas de gás de Urucu às usinas de energia no estado do Amazonas foi entregue em 2009. O GASENE, que liga a rede do Sudeste à rede do Nordeste, foi entregue em 2010.

Em 2017, a produção total de gás natural foi de 40 bilhões de m³, com média diária de 110 milhões de m³/d. Esse volume representa um aumento de 6% com relação a 2016.[14] A geração termelétrica foi responsável por 46% da demanda total de gás natural no país, enquanto que a demanda industrial foi de 43% e a automotiva foi de 5%. A Petrobrás é proprietária de 53% da potência instalada de termelétricas a gás natural.[15][16] O país produziu 69% da demanda interna pelo combustível. 27% do gás foi importado da Bolívia e 4% foi importação de GNL. O contrato de importação com a Bolívia prevê o fornecimento de até 30 milhões de metros cúbicos.[15]

A produção de gás natural no Brasil em julho totalizou 115 milhões de metros cúbicos por dia (m3/d) em 2017. Os campos marítimos produziram 95,2% do petróleo e 77,6% do gás natural. A produção do pré-sal correspondeu a 48,2% do total produzido no Brasil, com perspectivas de ampliação da produção de gás natural.[17] Os maiores estados produtores são (2017): Rio de Janeiro (46%); São Paulo (17%); Amazonas (12%); Espírito Santo (9%); Bahia (6%); Maranhão (5%); Sergipe/Alagoas (3%); Ceará/Rio Grande do Norte (1%).[15] Em 2018, 166 usinas termelétricas no Brasil utilizavam gás natural como combustível, sendo este principal a principal fonte do setor.[15]

Carvão

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O Brasil tem reservas totais de carvão de cerca de 30 trilhões de toneladas, mas os depósitos variam de acordo com a qualidade e quantidade. As reservas provadas recuperáveis ​​são cerca de 10 bilhões de toneladas.[18] Em 2004, o Brasil produziu 5,4 milhões de toneladas de carvão, enquanto o consumo brasileiro de carvão alcançou 21,9 milhões de toneladas.[1] Quase toda a produção de carvão do país é o carvão de vapor, o qual move cerca de 85% das estações de energia. As reservas de carvão sub-betuminoso estão localizadas principalmente nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, na região sul do país.[18]

Urânio

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Centrífuga a gás para a extração de hexafluoreto de urânio em uma instalação militar em Iperó, São Paulo, construída com tecnologia brasileira.

O Brasil tem a 6ª maior reserva de urânio do mundo.[19] Os depósitos de urânio são encontrados em oito estados diferentes do país. As reservas provadas são de 162 mil toneladas. A produção acumulada no final de 2002 era de menos de 1.400 toneladas. O centro de produção de Poços de Caldas, em Minas Gerais, foi encerrado em 1997 e substituído por uma nova fábrica em Lagoa Real, na Bahia. Há um plano para construir outro centro de produção em Itatiaia, Rio de Janeiro.[18]

Xisto betuminoso

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 Ver artigo principal: Petrosix

O Brasil tem a segunda maior reserva conhecida de xisto betuminoso do mundo (na Formação Irati, uma formação geológica Permiana da Bacia do Paraná) e tem a segunda maior produção de óleo de xisto depois da Estônia. As principais reservas de xisto betuminoso encontram-se em São Mateus do Sul, Paraná, e no Vale do Paraíba, em São Paulo. A Petrobras desenvolveu uma tecnologia para extrair óleo combustível das rochas de folhelho betuminoso, também chamado de xisto betuminoso, chamada Petrosix. A produção em 1999 foi de cerca de 200 mil toneladas.[20][21]

Eletricidade

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Produção elétrica no Brasil, 2019[22]

  Hidroeletricidade (63.70%)
  Energia eólica (9.20%)
  Biomassa (9.00%)
  Gás natural (8.10%)
  Petróleo (5.40%)
  Carvão mineral (2.00%)
  Energia nuclear (1.20%)

As reformas em meados da década de 1990 e um novo quadro regulamentar aplicado em 2004 mudaram o setor de energia no país. Em 2004, o Brasil tinha 86,5 GW de capacidade instalada, tendo produzido 387 TWh de eletricidade.[1] Cerca de 66% da distribuição e 28% da geração de energia é de propriedade de empresas privadas.[1] Em 2004, 59 empresas operavam a geração de energia e 64 a distribuição de eletricidade.[3]

A principal empresa de energia do país são as Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobras), que, em conjunto com filiais, transmite e gera cerca de 60% do abastecimento elétrico do Brasil. A maior companhia de energia elétrica de propriedade privada é Tractebel Energia. [6] Um operador de rede independente, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), é responsável pela coordenação técnica da distribuição de eletricidade e pela gestão dos serviços de transmissão.[3]

Durante a crise de energia elétrica de 2001, o governo lançou um programa para construir 55 usinas de energia movidas a gás com uma capacidade total de 22 GW, mas apenas 19 usinas foram construídas, com uma capacidade total de 4.012 MW.[23]

No ano de 2018, o Brasil possuía 4.924 empreendimentos em operação, totalizando 158.269.207 kW (158 GW) de potência instalada.[24]

Está prevista para os próximos anos uma adição de 18.105.630 kW na capacidade de geração do País, proveniente dos 220 empreendimentos atualmente em construção e mais 380 em empreendimentos com construção não iniciada.[24]

Em 2018, a potência instalada de geração de energia elétrica no Brasil, encontrava-se distribuída da seguinte forma: energia hidrelétrica, com 60,42% (95,6 GW); energia termelétrica, com 26,13% (41,3 GW); energia eólica, com 7,9% (12 GW); energia nuclear, com 1,26% (1,99 GW); energia solar, com 0,71% (1,1 GW). [24]

Em 2023, o Brasil tinha 171.640 km de linhas de transmissão de energia, das quais 40,34% eram de 500/525 kV e 37,44% eram 230 kV.[25] A Eletrobras tinha o maior número de linhas de transmissão, sendo responsável por 42,99% das linhas do sistema, seguido da ISA CTEEP, com 13,49%; Taesa, com 8,05%; Copel, com 5,64%; e Alupar, com 5,12%.[26][27]

Em 2024, as empresas de energia com maior capacidade instalada eram: Eletrobras (22,2%), Engie (5,2%), ENBPar (4,5%), Copel (3,5%), Enel (2,9%), CTG (2,9%), Petrobras (2,9%), Cemig (2,6%), Eneva (2,5%), AES (2,4%), CPFL (2,2%), Neoenergia (1,9), e outras tinham 44,6%.[28]

Energia hidrelétrica

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Usina de Itaipu, a segunda maior usina hidrelétrica do mundo em capacidade de geração.

O Brasil é o terceiro maior produtor de energia hidrelétrica do mundo, depois de China e Canadá. Em 2007, as usinas hidrelétricas representavam 83% da produção de energia elétrica brasileira.[1] A capacidade teórica bruta excede 3.000 TWh por ano, sendo que 800 TWh anuais são economicamente exploráveis.[18] Em 2004, o Brasil produziu 321TWh de energia hidrelétrica.[29]

Em 2018, a capacidade instalada era de 95 GW, representando 60 % da potência instalada de geração de energia elétrica no país[24] O Brasil é coproprietário da Usina Hidrelétrica de Itaipu, no rio Paraná, localizada na entre a fronteira Brasil-Paraguai e que é a segunda maior usina hidrelétrica operacional do mundo, com capacidade de produção instalada de 14 GW, através da produção de 20 unidades de 700 MW cada.[30]

Devido a dependência brasileira da energia hidrelétrica e à falta de investimentos em transmissão, as reservas foram usadas ​​por vários anos, o que levou às barragens a terem um baixo nível de água. Então, depois de outro ano com poucas chuvas, em junho de 2001 o governo decidiu determinar o racionamento do uso de eletricidade, o que terminou apenas no final daquele ano. Desde então, devido às novas regras do setor, foram construídas novas linhas e usinas de energia. Mesmo sendo a carga maior do que era em 2001, o sistema atual é muito mais seguro.

No final de 2021, o país chegou a 109 GW de capacidade instalada, sendo o 2° país do mundo em termos de potência instalada.[31]

Energia termelétrica

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 Ver artigo principal: Energia termelétrica no Brasil




 

Combutíveis termelétricos fósseis no Brasil, 2019[32]

  Gás natural (51.72%)
  Petróleo (35.72%)
  Carvão mineral (11.99%)
  Outro (0.57%)

Em 2018, havia 3.004 empreendimentos gerando energia através de termelétricas, com potência instalada de 43.529.113 KW. Outros 28 encontravam-se em construção, que acrescentarão mais 3,73 GW.[24]

Em 2016, as 70 maiores usinas, com potência igual ou superior a 100 MW, estavam localizadas em vários estados brasileiros, sendo a maioria situada nos estados do Rio de janeiro (8 usinas – 5.390MW); Bahia (8 usinas – 1.409MW); Maranhão (6 usinas – 1.543MW); São Paulo (6 usinas – 1.409MW) e Pernambuco (5 usinas – 1.394MW).[24]

Em 2018, havia 2.453 empreendimentos que exploravam fontes energéticas de origem fóssil, com potência instalada de 26.990.520 KW, correspondente a 17,18% do total da matriz elétrica brasileira, sendo o gás natural a principal fonte do setor, além de óleo diesel, óleo combustível e carvão mineral. [24]

Em 2018, havia 549 empreendimentos que exploravam fontes energéticas de origem de biomassa, com potência instalada de 14.548.593 KW, correspondente a 8,81% do total da matriz elétrica brasileira, sendo o bagaço de cana a fonte mais utilizada.[24]

Energia nuclear

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Angra I em Angra dos Reis, Rio de Janeiro

A energia nuclear representa cerca de 1,26% da matriz energética brasileira[24].[33] O monopólio geração de energia nuclear é de propriedade da Eletrobrás Eletronuclear SA (Eletronuclear), uma subsidiária integral da Eletrobrás. A energia nuclear é produzida por dois reatores em Angra, localizados na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (NIACC) na Praia de Itaorna, no município de Angra dos Reis, estado do Rio de Janeiro. A central consiste de dois reatores de água pressurizada, Angra I, com capacidade de 657 MW, conectados à rede de energia em 1982, e Angra II, com capacidade de 1.350 MW, conectado à rede em 2000.[34]

Um terceiro reator, Angra III, com uma produção projetada de 1.350 MW, deveria ter sido concluído em 2014, mas o trabalho tem sido paralisado devido a preocupações ambientais e acusações de corrupção. Até 2025, o Brasil pretende construir mais sete reatores.[34] Em fevereiro de 2008, o presidente Lula da Silva assinou um acordo de cooperação nuclear com a Argentina.[35]

Experiências na área da fusão nuclear vem sendo realizadas por instituições como Unicamp, INPE, e USP que operam tokamaks (reatores de fusão experimentais).[36] O Experimento Tokamak Esférico, projetado pelo INPE, foi primeiro dispositivo deste tipo inteiramente construído no Brasil.[37]

Energia eólica

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Parque eólico em Parnaíba, Piauí
 Ver artigo principal: Energia eólica no Brasil

A energia eólica no Brasil[38] tinha capacidade instalada de 21 GW [39][40], em janeiro de 2022. Em 2021 o Brasil era o 7° país do mundo em termos de potência instalada de energia eólica (21 GW)[31] e o 4º país que mais produzia energia eólica (72 TWh), atrás apenas de China, EUA e Alemanha.[41]

Tinha a capacidade instalada de geração de um pouco mais de 25 MW em 2005, e chegou a marca de 4,5 GW em 2014 com 181 parques eólicos instalados. [42] Em 2018, chegou a marca de 12 GW, representando 7,9% da potência instalada de energia elétrica produzida no país[24] Em Janeiro de 2020 chegou a marca de 15,3 GW de capacidade instalada.[43] Em dezembro de 2020, a capacidade eólica total instalada no Brasil era de 16,9 GW, com 14,4 GW na Região Nordeste e 2,0 GW na Região Sul, as duas regiões com maior velocidade de vento no país e, portanto, mais propícias a receber novas usinas eólicas. Cerca de 9% da eletricidade do Brasil, em 2019, era gerada por energia eólica. [44]

Em 2019 encontrava-se na 8ª posição no ranking dos países com maior produção de energia eólica. Para compararmos, tinha capacidade de 1.000 MW em agosto de 2011,[45] suficiente para abastecer uma cidade de cerca de 400 mil residências. O potencial bruto de recursos eólicos do Brasil é estimado em cerca de 522 GW (isto, apenas na instalação em terra, ignorando as usinas eólicas que também podem ser instaladas no mar), energia suficiente para atender o triplo da demanda atual do país. [46]

Energia solar

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Complexo Solar de Pirapora, maior do Brasil e da América Latina com capacidade de 321 MW.
 Ver artigo principal: Energia solar no Brasil

A energia solar fotovoltaica no Brasil tinha capacidade instalada de 21 GW em outubro de 2022.[47][48] Em 2021 o Brasil era o 14° país do mundo em termos de potência instalada de energia solar (13 GW)[49], e o 11º país do mundo que mais produzia energia solar (16,8 TWh).[50]

A capacidade total instalada era estimada entre 1,1 GW, no ano de 2018.[18][24] Em dezembro de 2020, o Brasil tinha 7,9 GW de capacidade instalada de geração de energia solar, com 4,5 GW de energia solar distribuída, 2,3 GW na Região Nordeste e 1,0 GW na Região Sudeste. Há planos de construção e ampliação do sistema, com mais usinas já em construção ou concedidas.[43][51] Em 2019, a energia solar representava 1,27% da energia gerada no país. [52]

O país tem a maior incidência de irradiação solar do mundo.[53][24]

O Nordeste brasileiro por ser uma região ensolarada, próxima do equador, apresenta condições mais propícias para receber centrais solares. Nessa região, se localizam as maiores usinas solares da América Latina: o Complexo Solar Lapa (158 MW), o Parque Solar Ituverava (254 MW) e o Parque Solar Nova Olinda (292 MW).

Biocombustíveis

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Destilaria de etanol da Raízen em Piracicaba, São Paulo

Devido a sua capacidade de produção de álcool combustível, o Brasil às vezes tem sido descrito como uma superpotência do setor de bioenergia.[54] O etanol é produzido a partir de cana-de-açúcar e o Brasil tem a maior safra de cana-de-açúcar do mundo, além de ser o maior exportador de etanol do planeta. Com a crise do petróleo de 1973, o governo brasileiro iniciou em 1975 o programa o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), que era um programa de âmbito nacional financiado pelo governo para eliminar progressivamente todos os combustíveis automotivos derivados de combustíveis fósseis em favor do etanol. O programa conseguiu reduzir em 10 milhões o número de carros movidos a gasolina no país, o que reduziu a dependência brasileira de importações de petróleo.[1]

A produção e o consumo de biodiesel chegaram a 5% em 2013.[1] As reservas de turfa do Brasil são estimadas em 25 bilhões de toneladas, a maior parte da América do Sul. No entanto, nenhuma geração de turfa para combustível tem foi bem desenvolvida ainda. O Brasil produz 65 milhões de toneladas de lenha por ano. A produção anual de carvão é de cerca de 6 milhões de toneladas, que é utilizado na indústria siderúrgica. O potencial de cogeração de resíduos agrícolas e pecuários varia de 4 GW a 47 GW até 2025.[18]

No final de 2021, o país chegou a 15,8 GW de capacidade instalada em biomassa, sendo o 2° país do mundo em termos de potência instalada.[31] Pesquisas brasileiras indicam que amidos e resíduos de estações de tratamento de esgoto podem ser convertidos em hidrogênio verde [55] (ver: Bio-hidrogénio e Produção biológica de hidrogênio).

Ver também

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Referências

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  2. a b c «Project Closing Report. Natural Gas Centre of Excellence Project. Narrative» (PDF). 20 de março de 2005. Consultado em 12 de maio de 2007. Arquivado do original (PDF) em 27 de setembro de 2007 
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  4. «Dados - Matriz Energética». FGV Energia. Consultado em 21 de setembro de 2022 
  5. «Investimento em fontes renováveis é crucial para matriz energética brasileira». Jornal da USP. 3 de agosto de 2021. Consultado em 21 de setembro de 2022 
  6. a b Matriz Energética e Elétrica
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  9. Bianchetti, Mara (5 de agosto de 2022). «Estado tem potencial para desenvolver hidrogênio verde. Potencial de MG para produzir 'combustível do futuro' é grande, mas faltam estímulos e arcabouços legal e institucional». Diário do Comércio. Consultado em 21 de setembro de 2022 
  10. Cardoso, Carlos (25 de agosto de 2022). «O que é Hidrogênio Verde? Será ele o combustível do futuro?». MeioBit. Consultado em 21 de setembro de 2022 
  11. a b c d e Country Analysis Brief. Brazil, US Energy Information Agency, Agosto de 2006
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  13. Brasil se tornará exportador líquido de petróleo em 2011, diz AIE
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Ligações externas

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