Ponte Salvador–Ilha de Itaparica

A ponte Salvador-Ilha de Itaparica é uma ponte que se planeja construir entre a capital baiana e a Ilha de Itaparica, litoral do estado, na Baía de Todos-os-Santos. Atualmente encontra-se na fase de estudos de sondagem que consistem na investigação e confirmação da geologia do terreno nos locais onde será construída a fundação da ponte. Ela é necessária para confirmação da qualidade das camadas e da resistência do solo.

Ponte Salvador-Ilha de Itaparica
Arquitetura e construção
Engenheiros China Railway 20th Bureau Group Corporation (CRCC20) e China Communications Construction Company (CCCC)
Início da construção 2023 ( Expectativa )
Data de inauguração 2025.2 ( Expectativa )
Dimensões e tráfego
Comprimento total aprox. 12.4km
Tráfego 140 mil veículos/dia (estimativa 2043)
Pedágio Sim
Geografia
Cruza Baía de Todos-os-Santos
Localização Cidades de Salvador e Itaparica

Já a montagem do canteiro de obras será iniciada após a emissão da licença ambiental pelo Inema, aprovação da Marinha, Secretaria de Patrimônio da União (SPU) e prefeituras de Salvador e Vera Cruz.

O projeto editar

As primeiras discussões sobre uma ponte ligando Salvador até a ilha vizinha surgiram ainda na década de 1960, mas por inviabilidades técnicas e financeiras, e dúvidas sobre a real demanda do empreendimento,[1] a ideia não foi para frente. No ínicio dos anos 2000 a proposta voltou a ser pauta de debate na região baiana. Em 2010 o governo da Bahia deu abertura a um processo de manifestação de interesse, a fim de atrair empresas interessadas na construção de um anteprojeto, esclarecendo os impactos ambientais e sociais da construção da ponte.[2]

Durante os anos seguintes em diversas ocasiões foi anunciado o início iminente das obras de construção,[3] mas os estudos demoraram a ser concluídos, o impacto ambiental foi mais de uma vez questionado por acadêmicos[3] e o início das obras de construção foi postergado. Complicando ainda mais a questão, em 2014 as duas principais construtoras baianas e consideradas "fortes" para tocar um projeto de alta complexidade, OAS e Odebrecht (atual Novonor), apareceram envolvidas no escândalo da Lava Jato, somado a isto as contas do estado parecia ser um entrave.[4] No meio de incertezas, em 2017 o governador Rui Costa chegou a falar na construção de um túnel, e não de uma ponte. Mas tarde sua assessoria esclarecia que tudo não passou de uma "sugestão de um engenheiro chinês que não conhecia o projeto inicial da ponte"[5]

Em dezembro de 2019 foi realizado, na B3, leilão para escolher a proposta de projeto vencedora. Sem propostas concorrentes, as estatais chinesas "China Railway 20 Bureau Group Corporation" e "China Communications Construction" apresentaram lance de R$ 56,21 milhões ao ano, durante os próximos 35 anos, mais o valor arrecadado com a cobrança de pedágio.[6] O custo da obra foi orçado em R$ 5,3 bilhõe, devendo a iniciativa privada arcar com a maior parte, R$ 3,8 bilhões, e o poder público desembolsar R$ 1,5 bilhão no quarto e no quinto ano do contrato.[6] São cinco anos para projeto, licenciamento e construção e 30 anos de concessão após a implantação do empreendimento, por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP) com o Governo do Estado. Em abril de 2020, no contexto da pandemia da COVID-19, o governo do estado anunciou que, em comum acordo com as construtoras, postergou por mais 90 dias a assinatura do contrato. Foi assinado no fim do mesmo ano.[7]

A obra terá investimento de R$ 7.6 bilhões, conforme estabelecido no Plano de Negócios em 2019. Está prevista para começar em 2023, com a dragagem da nova área de acesso ao Porto de Salvador e a sondagem na Baía de Todos-os-Santos. A construção tem duração de quatro anos a partir da montagem do canteiro de obras.

Previsto para durar 48 meses corridos, as obras da ponte Salvador-Itaparica serão iniciadas com a desapropriação e demolição das áreas conflitantes com o empreendimento. Em paralelo a essas atividades, será dado início à fase de locação da obra em campo e de levantamento cadastral de interferências que possam afetar a execução da obra, de acordo com os cadastros das concessionárias de serviços públicos.

O Projeto compreende os seguintes trechos editar

TRECHO 1 – ACESSOS VIÁRIOS EM SALVADOR editar

Construção das estruturas que compõem os acessos em Salvador, entre os bairros da Calçada e Água de Meninos e um conjunto de viadutos, além de dois túneis praticamente paralelos aos existentes na Via Expressa.

TRECHO 2 – PONTE SALVADOR – ILHA DE ITAPARICA editar

Após conclusão do sistema viário de Salvador, começam as obras da ponte Salvador-Itaparica, com 12.4 km de extensão. Nesse trecho do empreendimento, a construção foi dividida em três etapas: trecho de aproximação na Ilha de Itaparica, com 4.6 km, trecho de aproximação em Salvador, com 6.9 km de extensão, e trecho estaiado, com 0.9 km de comprimento e 85 m acima do nível do mar.

TRECHO 3 – ACESSOS VIÁRIOS EM ITAPARICA editar

O Sistema Viário de Itaparica possui aproximadamente 30 km de extensão, compreendidos entre a chegada da Ponte Salvador–Itaparica até a Ponte do Funil, através de uma nova rodovia projetada, que compreende a construção de viadutos incorporados em três interseções.

TRECHO 4 editar

Recuperação e duplicação de trecho da BA-001, nas proximidades de Cacha Prego até a Cabeceira da Ponte do Funil.

Benefícios editar

Emprego editar

Mais de sete mil vagas de emprego serão gerados durante a obra

Economia editar

Com a nova ponte e os novos acessos viários, a economia da Bahia vai ser dinamizada. O PIB do estado que hoje é essencialmente concentrado na Região Metropolitana de Salvador vai ser melhor distribuído pelo interior baiano.

Turismo editar

As potencialidades turísticas de diversos municípios serão exploradas, principalmente na Região Metropolitana de Salvador, Recôncavo Sul e Baixo Sul.

Acessibilidade editar

A obra vai proporcionar uma ligação mais curta e rápida entre a capital e as rodovias BR-101, BR-116 e BR-242. A redução da distância de viagem será de cerca de 100 quilômetros.

Movimentação editar

Expectativa de atingir um fluxo de 28 mil veículos por dia já no início da operação. Em Salvador, a ponte será acessada na região de Água de Meninos. Na Ilha de Itaparica, a cabeceira do equipamento ficará na região da Gameleira.

Recorde editar

A ponte será a maior sobre lâmina d’água da América Latina

Municípios atendidos editar

Serão beneficiados diretamente pela obra 44 municípios do Recôncavo Sul, Baixo Sul e Região Metropolitana de Salvador. Vão ser atendidos 9,8 milhões de baianos, direta e indiretamente, da Região Metropolitana de Salvador, Recôncavo e do Baixo Sul

Sustentabilidade editar

Implementação de projetos educacionais e programas socioambientais que vão permitir a capacitação de moradores locais em diversas áreas de atuação

Ver também editar

Referências

  1. «Sem concorrência, chineses vencem leilão da ponte Salvador-Itaparica». Valor Econômico. Consultado em 21 de junho de 2020 
  2. «Ponte Salvador-Itaparica: governo lança edital dia 12». A Tarde. Consultado em 20 de junho de 2020 
  3. a b «Obra da ponte para Itaparica começa em agosto de 2015». Consultado em 20 de junho de 2020 
  4. «Construção da ponte Salvador-Itaparica foi atrasada por crise, Lava Jato e eleições». Bahia Notícias. Consultado em 20 de junho de 2020 
  5. «Ponte Salvador-Itaparica vai, túnel vem e vai. Ponte fica, diz Leão». A Tarde. Consultado em 20 de junho de 2020 
  6. a b «Chineses vencem leilão da ponte Salvador-Itaparica sem enfrentar concorrentes». Folha de S.Paulo. Consultado em 20 de junho de 2020 
  7. «Contrato de construção da Ponte Salvador–Itaparica é assinado pelo governador da Bahia». G1. 12 de novembro de 2020. Consultado em 19 de março de 2023 

Ligações externas editar