Portinho da Casa Branca

O Portinho da Casa Branca, iguamente conhecido como Porto Fluvial de Odemira, é um porto fluvial no Rio Mira, situado na freguesia de São Luís, no Município de Odemira, em Portugal.

Portinho da Casa Branca
Localização
País Portugal
Localização São Luís, Odemira
Coordenadas 37° 39′ 58,9″ N, 8° 43′ 12″ O
Detalhes
Inauguração 1937
Tipo de porto Porto fluvial

Descrição e história editar

O Portinho da Casa Branca está situado na margem direita do Rio Mira, nas imediações da localidade de Vale Bejinha.[1] Consiste num cais fluvial e num conjunto de antigos armazéns, construídos pela Federação Nacional dos Produtores de Trigo.[1] Está integrado na zona protegida do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.[1] É um dos pontos mais destacados na freguesia de São Luís,[2] sendo um testemunho da antiga navegação comercial no Rio Mira.[3]

Nos finais da década de 1920, o Estado Novo lançou um grande programa de expansão da produção cerealífera, que incluiu igualmente o desenvolvimento dos transportes, no sentido de facilitar a exportação dos cereais.[4] No concelho de Odemira estes planos incidiram principalmente sobre a navegação do Rio Mira, que foi desassoriado, e foram construídos dois portos fluviais em betão armado, um na Casa Branca e outro em Vila Nova de Milfontes.[4] O cais da Casa Branca foi construído entre 1936 e 1937,[5] e neste último ano foi instalado o celeiro da Federação nacional de Produtores de Trigo, que tinha como finalidade servir de armazém para os cereais naquela área, antes de serem transportados por via fluvial.[4] O porto chegou a ter um grande movimento comercial, tendo os principais produtos exportados sido cereais e minério de ferro, oriundo de minas na Serra de São Domingos,[2] enquanto que se desembarcavam abubos.[5] Estas infra-estruturas foram de grande importância durante a Segunda Guerra Mundial, quando o transporte rodoviário ficou quase totalmente paralisado.[4]

Nos princípios da década de 2010, estava prevista a reconversão dos antigos armazéns no Museu da Casa Branca, como parte de um acordo de colaboração entre a Câmara Municipal de Odemira, a Junta de Freguesia de São Luís, o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, e a Escola Profissional de Odemira.[2] Em Março de 2017, o Portinho da Casa Branca foi utilizado como parte de uma excursão temática sobre biodiversidade no Rio Mira, embora a operação de embarque e desembarque dos passageiros para os barcos tenha sido dificultada pelas más condições em que se encontrava o cais.[6] Em Julho desse ano, a autarquia de Odemira apresentou um conjunto de iniciativas para valorizar o Rio Mira do ponto de vista turístico e cultural, incluindo a melhoria das condições de atracagem no porto da Casa Branca.[7] Em 2019 o município lançou o Plano Estratégico e Operacional de Valorização do Rio Mira, no âmbito do qual estava previsto um conjunto de intervenções no porto fluvial, incluindo a instalação de um cais marítimo-turístico, a requalificação dos espaços públicos e a reconversão do edifício.[8] Em meados de 2021, estava em curso a empreitada para a instalação do Cais da Casa Branca, que visava a beneficiação daquela estrutura, e que se integrou no programa de Dinamização e Valorização do Turismo Náutico do Mira, apoiado financeiramente pela União Europeia.[9]

Ver também editar

Referências

  1. a b c GORDALINA, Rosário (2012). «Porto Fluvial de Odemira / Armazéns da Federação Nacional de Produtores de Trigo / Casa Branca / Museu da Casa Branca». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 16 de Maio de 2022 
  2. a b c «São Luís». Câmara Municipal de Odemira. Consultado em 16 de Maio de 2022 
  3. «Odemira - Vai avançar a construção do Cais da Casa Branca». Rádio Campanário. 3 de Junho de 2021. Consultado em 16 de Maio de 2022 
  4. a b c d QUARESMA, 2009:97-98
  5. a b QUARESMA, António Martins (14 de Março de 2019). «Rio Mira vai cheio (III)». Jornal Sudoeste. Consultado em 16 de Maio de 2022 
  6. RODRIGUES, Elisabete (8 de Março de 2017). «O festival que tem música, património e biodiversidade esteve na terra do rio duas vezes rio». Sul Informação. Consultado em 21 de Maio de 2022 
  7. «FACECO: Plano Estratégico e Operacional de Valorização do Rio Mira». Setúbal Mais. 22 de Julho de 2017. Consultado em 16 de Maio de 2022 
  8. «Rio Mira, um território de culturas e de experiências singulares» (PDF). Odemira em Notícia (25). Odemira: Câmara Municipal de Odemira. Dezembro de 2019. p. 18. Consultado em 12 de Junho de 2022 
  9. «Construção do cais da Casa Branca» (PDF). Odemira em Notícia (27). Odemira: Câmara Municipal de Odemira. Julho de 2021. p. 14. Consultado em 1 de Junho de 2022 

Bibliografia editar

  • QUARESMA, António Martins (2009). Cerealicultura e Farinação no Concelho de Odemira: da Baixa Idade Média à época contemporânea. Odemira: Câmara Municipal de Odemira. 124 páginas. ISBN 978-989-8263-02-5 

Ligações externas editar


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