Nicolau Breyner

ator e realizador português (1940-2016)
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João Nicolau de Melo Breyner Lopes GOIHGOM (Serpa, 30 de julho de 1940Lisboa, 14 de março de 2016)[1] foi um ator e realizador português.

Nicolau Breyner
Nicolau Breyner
Nome completo João Nicolau de Melo Breyner Lopes
Nascimento 30 de julho de 1940
Serpa
Nacionalidade português
Morte 14 de março de 2016 (75 anos)
Lisboa
Ocupação Ator, realizador, produtor, apresentador
Atividade 1960–2016
Outros prémios
Globo de Ouro (Portugal) de Melhor Actor
2004 - Os Imortais
2005 - Kiss Me

Biografia editar

Depois da infância em Serpa, onde nasceu no seio de uma família de proprietários agrícolas, mudou-se para Lisboa com os pais e o avô materno. Na capital estudou canto e integrou o coro da Juventude Musical Portuguesa, ao mesmo tempo que prosseguia os estudos, primeiro no Colégio Visconde de Castelões e depois no Liceu Camões.[2] De seguida, ingressou na Faculdade de Direito, com a ambição de se tornar diplomata. Viria a desistir de Direito, optando por se diplomar no Conservatório Nacional, no curso de Teatro; já depois de concluir o de Canto, que ainda acumulou com a frequência de Direito.

A sua estreia como ator dá-se quando ainda frequentava o Conservatório. Sob a direção de Ribeirinho, entra na peça Leonor Telles, de Marcelino Mesquita, produzida pelo Teatro Nacional Popular, uma companhia do Estado dirigida pelo próprio Ribeirinho, instalada no Teatro da Trindade. Passa depois pelo Teatro Moderno de Lisboa, uma companhia renovadora do teatro português dos anos 60, onde trabalhou junto de Ruy de Carvalho, Armando Cortez, Carmen Dolores e Manuel Cavaco.

Contratado por Vasco Morgado, estreia-se no teatro de revista, abandonando o Teatro Moderno de Lisboa. Pela mesma altura faz as suas primeiras digressões em África. A seguir, José Miguel, outro empresário, de casas de fado e de teatros, leva-o para o Teatro ABC, onde permanece quando o espaço é comprado pelo empresário Sérgio de Azevedo.[3] Através da interpretação de papéis cómicos tornar-se-á conhecido do grande público, revelando-se um dos mais bem sucedidos atores da sua geração.

Em 2005, 25 anos depois de ausência do teatro, regressou aos palcos para interpretar o monólogo Esta Noite Choveu Prata, de Pedro Bloch, produzido por Sérgio de Azevedo.

Após o 25 de abril de 1974 concebeu o seu primeiro programa televisivo, Nicolau no País das Maravilhas. Este programa tinha uma rábula chamada Senhor feliz e senhor contente, onde lançaria um jovem aspirante a humorista, Herman José. Em princípios da década de 1980 surge como ator e, simultaneamente, diretor de atores e co-autor do guião da primeira novela portuguesa, Vila Faia (1982). Segue-se a fundação da NBP Produções, hoje Plural Entertainment, a sua própria produtora de televisão, onde será administrador, produtor e realizador; atividades que fazem dele um verdadeiro precursor da indústria de ficção televisiva em Portugal.

Sem deixar a representação, concebeu outras produções televisivas, como as sitcoms Eu Show Nico e Euronico; e participou como ator noutras tantas (Gente Fina é Outra Coisa; Nico D'Obra; Reformado e Mal Pago; Santos da Casa; Aqui não Há Quem Viva); além de diversas séries (O Espelho dos Acácios; Conde D'Abranhos; A Ferreirinha; João Semana; Quando os Lobos Uivam, Pedro e Inês, Equador, Morangos com Açúcar, Barcelona, Cidade Neutral, Família Açoriana) e novelas (Origens, Cinzas (telenovela), Verão Quente (telenovela), Primeiro Amor (telenovela), Vidas de Sal, Fúria de Viver, Vingança, Flor do Mar, Meu Amor, Louco Amor, Jardins Proibidos, O Beijo do Escorpião).

Ao longo da sua carreira somou quase 50 participações no cinema, em filmes de cineastas de diversas gerações, como Augusto Fraga, Perdigão Queiroga, Henrique Campos, José Ernesto de Souza, Herlander Peyroteo, Artur Semedo, Luís Galvão Teles, Fernando Lopes, Jorge Paixão da Costa, António Pedro Vasconcelos, Roberto Faenza, Joaquim Leitão, Leonel Vieira, Mário Barroso, João Botelho e Bille August. Uma das suas participações mais recentes é o filme Comboio Noturno Para Lisboa, adaptação do livro homónimo de Pascal Mercier, e que estreou em 2013. Pelas suas prestações no grande ecrã recebeu três Globos de Ouro para Melhor Ator, com Kiss Me (2004), O Milagre Segundo Salomé (2004) e Os Imortais (2003).

A 9 de junho de 2005, foi agraciado pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Mérito e, a 22 de abril de 2016, por Marcelo Rebelo de Sousa, com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, a título póstumo.[4]

Em 2010, deu voz ao personagem Gru, protagonista do filme "Gru - O Maldisposto", em 2013 na sequela "Gru - O Maldisposto 2", em 2015 no filme "Mínimos" e na "Abelha Maia: O Filme", onde deu voz ao gafanhoto Flip.

Morte editar

Morreu a 14 de março de 2016, aos 75 anos, na sua casa de Lisboa, vítima de ataque cardíaco. O seu corpo foi cremado no cemitério do Alto de São João.[5]

Discografia editar

  • Livre (EP, Tecla, 1967)
  • Pouco Mais (Grande Prémio da Canção Portuguesa(EP, Tecla, 1968)
  • Tempo Novo(EP, Tecla, 1969)
  • Na Tonga da Mironga do Kabuletê(EP, 1971, Movieplay)
  • Opera On The Rocks (LP, Decca, 1977)

Compilações editar

Televisão editar

Cinema editar

Dobragens editar

Vida pessoal editar

Política editar

Em 1993, perdeu as eleições para a Câmara Municipal de Serpa, pelo CDS-PP.[7] Foi candidato à Assembleia Municipal de Sintra do 'SIM - Movimento Independentes por Sintra', em 2013, sob a sigla do Partido da Nova Democracia (PND).[8]

Família editar

Filho de Nicolau Moreira Lopes (1915 - 1965) e de Augusta Pereira da Silva de Melo Breyner Pereira (1920 - 23 de Maio de 2003), 5.ª neta por bastardia do 3.º Senhor e da 1.ª Condessa de Ficalho. Era primo da escritora Sophia de Mello Breyner Andresen. Foi casado primeira vez com Mafalda Maria de Alpoim Vieira Barbosa (nascida a 12 de dezembro de 1947), irmã de Carlos Barbosa, de quem se divorciou e de quem foi primeiro marido, sem geração. Começou namoro com a atriz Sofia Sá da Bandeira em 1993, tendo sido casados entre 1996 e 2001, de quem foi segundo marido e de quem se divorciou, sem geração. Também se casou com Cláudia Fidalgo Ramos, filha do realizador e encenador Artur Ramos, mãe das suas duas filhas Mariana e Constança Fidalgo Ramos de Melo Breyner Lopes. Era casado, desde 24 de junho de 2006, com Mafalda Gomes de Amorim Bessa, de quem foi terceiro marido, sem geração.

Referências

  1. «Morreu Nicolau Breyner». 14-3-2016. Consultado em 14 de março de 2016 
  2. «Nicolau Breyner: A vida que o Senhor Contente nunca quis contar em livro». NiT. Consultado em 23 de julho de 2021 
  3. «Um Dia Com… Nicolau Breyner». Consultado em 23 de julho de 2021 
  4. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Nicolau Breyner". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 28 de janeiro de 2018 
  5. «Nicolau Breyner: cerimónias fúnebres na Basílica da Estrela a partir das 19:00». TVI24. Consultado em 13 de maio de 2021 
  6. «Catálogo - Detalhes do registo de "Nicolau Breyner; O melhor dos melhores; 100"». Fonoteca Municipal de Lisboa. Consultado em 15 de março de 2016 
  7. «Imagens de uma carreira». www.dn.pt. Consultado em 23 de julho de 2021 
  8. TSS, Por. «Nuno da Câmara Pereira apresenta Nicolau Breyner como candidato à Assembleia Municipal». Tudo sobre Sintra. Consultado em 23 de julho de 2021 

Ligações externas editar