Francisco, Príncipe de Joinville
Francisco | |
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Príncipe de Orléans Príncipe de Joinville | |
Retrato por Franz Xaver Winterhalter | |
Esposa | Francisca do Brasil |
Descendência | Francisca Pedro, Duque de Penthièvre Maria Leopoldina de Orléans |
Casa | Orléans |
Nome completo | Francisco Fernando Filipe Luís Maria |
Nascimento | 14 de agosto de 1818 |
Castelo de Neuilly, Neuilly-sur-Seine, França | |
Morte | 16 de junho de 1900 (81 anos) |
Paris, França | |
Enterro | Capela Real, Dreux, França |
Pai | Luís Filipe I da França |
Mãe | Maria Amélia das Duas Sicílias |
Religião | Catolicismo |
Assinatura | ![]() |
Francisco d'Orléans, príncipe de Joinville (François Ferdinand Philippe Louis Marie; Neuilly-sur-Seine, 14 de agosto de 1818 — Paris, 16 de junho de 1900), foi um nobre francês, tendo sido príncipe de Joinville. Era filho do rei Luís Filipe I da França com sua esposa, a princesa Maria Amélia das Duas Sicílias.
BiografiaEditar
FamíliaEditar
Francisco era a sétimo filho, o terceiro menino, do rei Luís Filipe I da França e da rainha Maria Amélia de Bourbon-Nápoles, nascida princesa das Duas Sicílias. Pertencia à Casa de Orléans através de seu pai, um ramo cadete da Casa de Bourbon francesa. Através de sua mãe, a princesa Maria Amélia, Francisco descendia da Casa de Bourbon-Duas Sicílias, um ramo da Casa de Bourbon, espanhola. Ambos seus pais descendiam do rei Luís XIV da França e do irmão deste, Filipe I, Duque de Orléans.
O pai de Francisco tornou-se rei dos franceses em 1830 após a Revolução de Julho, que resultou na abdicação forçada do rei Carlos X da França. Antes do pai se tornar rei, Francisco detinha apenas o título Príncipe de sangue e direito ao estilo de Sua Alteza Sereníssima, a partir de 1830, Francisco passa a ser Príncipe da França e a utilizar o estilo de Sua Alteza Real. No mesmo ano lhe é conferido o título de Príncipe de Joinville.
Carreira militarEditar
O príncipe foi educado para os seviços navais e, em 1836, tornou-se tenente da Marinha francesa.
No comando da corveta La Creole ele mostrou grande experiência e ousadia durante a guerra contra o México, atacando as baterias de San Juan d'Ulloa e, dias depois, liderando um destacamento de fuzileiros contra a cidade de Vera Cruz, fazendo prisioneiro o general mexicano Vista.
Por tal feito, foi condecorado com a cruz da Legião de Honra e promovido a capitão.
Em 1840 foi ao Brasil no comando da fragata La Belle Poule, que levou os restos mortais de Napoleão Bonaparte da Ilha de Santa Helena, no meio do Oceano Atlântico, de volta para a França.
CasamentoEditar
Em 1843 esteve novamente no Brasil com sua fragata, mas para se casar com a princesa D. Francisca de Bragança, filha de Dom Pedro I e de D. Maria Leopoldina de Áustria e irmã de Dom Pedro II. Francisca de Bragança e Habsburgo nascera no Rio de Janeiro em 2 de agosto de 1824 e morreu em Paris em 27 de março de 1898, estando sepultada em Dreux.
O casamento foi efetuado a 1 de maio. Francisca recebeu por dote um milhão de francos ou seja 750 contos e mais terras em Santa Catarina, terras devolutas na Província de Santa Catarina, no Sul do Brasil, com 25 léguas quadradas, ou três mil braças, situadas a nordeste da Província, à margem esquerda do rio Cachoeira. Não as terras próximo da Guiana Francesa que desejava a coroa francesa.
No mesmo ano foi promovido a contra-almirante e tomou posse como membro do conselho do Almirantado, ativamente buscando a organização da marinha a vapor.
Em 1845 foi nomeado comandante da frota do Mediterrâneo, ficando ao longo da costa africana. Quando de seu mandato, bombardeou Tânger e tomou Mogador, tornando-se, por estes feitos, vice-almirante.
Exílio e Guerra Civil AmericanaEditar
Depois da Revolução de 1848, o príncipe de Joinville (servindo na Argélia, na ocasião) renunciou às suas funções, seguindo para o exílio, com sua família, na Inglaterra, ficando em Claremont.
Falidos e no exílio, os príncipes de Joinville negociaram, 8 léguas quadradas, das ( 25 léguas) do dote, com a Companhia Colonizadora Alemã, do Senador Christian Mathias Schroeder, rico comerciante e donos de alguns navios. Assim nasceu a Colônia Dona Francisca, mais tarde Joinville, hoje a maior cidade do Estado de Santa Catarina.
Quando irrompeu a guerra civil americana, o príncipe de Joinville, juntamente com seu filho e dois sobrinhos, foram a Nova Iorque oferecer seus serviços ao presidente Abraham Lincoln.
Após a queda do império na França, na década de 1870, o príncipe de Joinville serviu no exército do Loire sob o pseudônimo americano "Coronel Leitherod", retirando-se da vida pública em 1876, passando para a reserva com a patente de vice-almirante.
Escreveu livros sobre assuntos navais e militares, como "Estudos navais"; "Inglaterra: um estudo do auto-governo"; "A guerra americana: campanha no Potomac" e "Outra palavra sobre Sadowa".
A causa do falecimento do príncipe de Joinville foi pneumonia.
DescendênciaEditar
- Francisca de Orléans (1844-1925); casou-se com Roberto de Orléans, o duque de Chartres;
- Pedro de Orléans, Duque de Penthièvre (1845-1919); não se casou, mas teve filhos (ilegítimos).
- Maria Leopoldina de Orléans (1849), morreu pouco tempo após o nascimento.
AncestraisEditar
BibliografiaEditar
- Chisholm, Hugh, ed. (1911). "Joinville, François Ferdinand Philippe Louis Marie, Prince de". Encyclopædia Britannica (11th ed.). Cambridge University Press.
Ligações externasEditar
Memórias do Príncipe de Joinville (em inglês), tradução de Lady Mary Loyd, do Projeto Gutenberg