Praça Barão de Rio Branco (João Pessoa)

A Praça Barão de Rio Branco, também conhecido como Praça do Chorinho, é uma praça localizada no Centro Histórico de João Pessoa, na capital brasileira de João Pessoa, no estado da Paraíba. Constituída originalmente, entre os séculos XVI e XVII, como largo. Foi uma área de grande importância e valorização para a cidade durante o período da Colônia e do Império. É um local histórico, onde funcionava o centro administrativo e sede da Capitania Real da Parahyba;[3] Conhecida, na época, como Largo do Erário, a área abrigava a Câmara, a Cadeia Pública, o Mercado Público, a Repartição dos Correios, o Erário Público, a casa do Capitão-mor (mandatário da Capitania), o primeiro açougue da Capitania da Parahyba e o Pelourinho.[5]

Praça Barão de Rio Branco (João Pessoa)
João Pessoa,  Paraíba,  Brasil
Praça Barão de Rio Branco (João Pessoa)
vista da Praça Rio Branco
Nome popular Praça Rio Branco ou Praça do Chorinho
Nomes anteriores Brasão da União Ibérica Largo da Câmara (século XVI),

Bandeira da Nova Holanda Largo do Pelourinho (século XVII)[1],

Bandeira do Brasil Colônia Largo da Antiga Cadeia[2] (século XVIII),

Bandeira do Brasil Colônia Largo do Erário (século XVIII)[3],

Bandeira do Brasil Império Largo da Intendência (século XIX)[1].

Tipo Praça
Cruzamentos Rua Duque de Caxias, Rua Braz Florentino, e Avenida Visconde de Pelotas.
Lugares que atravessa Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (TJPB)[4], sede da Casa do Patrimônio em João Pessoa[1]

História editar

 
Monumento do cantor Jackson do Pandeiro, na praça Rio Branco.

Na região do antigo Largo do Erário, concentrava a elite local, espaço nobre do centro de João Pessoa. Foi uma área de grande importância e valorização para a cidade durante o período da Colônia e do Império, funcionava como centro administrativo e sede da capitania da Parahyba. Entre outros prédio, abrigou a Casa dos Governadores, o Erário Público, a Casa de Câmara e Cadeia, o Mercado Público, a Repartição dos Correios, o primeiro Açougue da Paraíba,[5] havendo inclusive referências a um Pelourinho.[1]

A sede da Capitania estava dividida, em duas regiões, a cidade alta (região da ‘Praça do Erário’) e a cidade baixa (na área do Varadouro). O principal escoamento entre a parte alta e a parte baixa da cidade[6] eram a Ladeira da Borborema, que dá acesso à Catedral Basílica das Neves, e a Ladeira de São Francisco, no adro do Largo da Igreja de São Francisco.

Enquanto na cidade alta da Capitania da Parahyba estava a parte administrativa, o poder aquisitivo da elite local; na região do Varadouro, se concentrava a área comercial. Era onde estavam os armazéns, as Alfândegas, do antigo porto do Varadouro, e onde acontecia a movimentação de carga e descarga de mercadorias, que eram transportadas através do rio Sanhauá.[5]

A partir de 1918, quando o largo recebeu ajardinamento, passou chamar-se Praça Rio Branco. Já no século XX, o espaço ampliou a sua relação de vivência com a cidade, fortalecendo o seu caráter de lazer integrado à vida cotidiana. A Praça Rio Branco é um exemplo de áreas que ainda conserva o traçado urbano original.[1]

Atualmente, a Casa 30 no antigo Largo do Erário, um bem cultural tombado pelo Iphan, é a sede da Casa do Patrimônio em João Pessoa. No local são realizadas atividades culturais em ações articuladas entre o Iphan-PB e a Coordenadoria do Patrimônio Cultural da Prefeitura de João Pessoa. Entre os projetos da Casa do Patrimônio está sendo desenvolvido o Programa de Educação Patrimonial João Pessoa, Minha Cidade, que tem como prioridade a implantação da educação patrimonial de forma transversal na matriz curricular da rede municipal.[1]

Tombamento editar

 
Busto do Barão de Rio Branco na praça em João Pessoa.

A Praça Barão do Rio Branco encontra-se no perímetro de tombamento do Centro Histórico de João Pessoa.[7] A Casa na Praça do Erário, conhecido como Casa 30 no antigo Largo do Erário, um bem cultural tombado pelo Iphan, é a sede da Casa do Patrimônio em João Pessoa.[1][8]

Descobertas Arqueológicas editar

Durante a restauração na praça, no local das escavações, foi descoberto três casas, entre elas uma abrigava um açougue e outra uma barbearia. Foi encontrada também, ossada humana e animal, restos de ostras, vários pedaços de garrafas de vidros e de louças portuguesas de porcelanas dos século XVII e XVIII. A base das casas era de calcário - o calcário era tão bom que os holandeses comparavam com o mármore português-; em uma das casas foi localizado um porão[9] e vestígios de pisos de tijoleira e pisos hidráulicos.

Pelourinho editar

O principal achado foi de um antigo pelourinho, que funcionou entre os séculos XVI e XVII; provavelmente, atualmente fica localizado próximo ao monumento do busto do Barão de Rio Branco.[9] Naquela época a praça era muito movimentada pelos eventos públicos como venda, açoites de escravos, enforcamentos e pronunciamentos oficiais na época da Colônia e do Império.[9]

Memórias editar

Na praça, homenageia alguns personagens importantes, que fazem parte da história da Paraíba e do Brasil, na área musical, militar, e política. Como o Jackson do Pandeiro, Barão de Rio Branco, e as ruas que fazem o cruzamento da praça, que fazem memória ao Duque de Caxias, Braz Florentino, e Visconde de Pelotas.

Projetos Culturais editar

A Praça foi revitalizada, e feita toda restauração em João Pessoa.[10] Toda semana, a Praça Barão de Rio Branco passou a abrigar projetos culturais, nas tardes de sábado, o projeto chamado Sabadinho Bom, realizado pela prefeitura da capital João Pessoa, integra a programação do AnimaCentro.[11] A partir do meio-dia, grupos de choro, samba e de outros gêneros musicais, se apresentam no palco instalado na Praça.[5][11]

Ver Também editar

Referências

  1. a b c d e f g «Praça Barão de Rio Branco é revitalizada no centro histórico de João Pessoa». IPHAN. 13 de agosto de 2010. Consultado em 28 de outubro de 2019 
  2. «Praça Rio Branco» (PDF). Memória João Pessoa. Consultado em 8 de novembro de 2019 
  3. a b A.G.Negrão, C.Nicolau, D. Bezerra, L. A. Villarim, R. Leão, S. Barbosa, V. Monteiro. «CIDADE COLETIVA: UMA ANÁLISE SOBRE A PRAÇA RIO BRANCO –JP/PB» (PDF). Consultado em 28 de outubro de 2019 
  4. TJPB/GECOM/ Gabriela Parente. «TJPB instala Juizado de Violência contra a Mulher na Capital e unidade judicial começa a funcionar nesta 3ª». Tribunal de Justiça da Paraíba. Consultado em 28 de outubro de 2019 
  5. a b c d Juliana Brito. «Antigo núcleo econômico de João Pessoa vira praça com roda de choro». G1 Paraíba. Consultado em 28 de outubro de 2019 
  6. Dayse Luckwü Martins. «A paisagem da antiga Paraíba através dos mapas» (PDF). Consultado em 28 de outubro de 2019 
  7. Fundação Cultural de João Pessoa - FUNJOPE. «Praça Rio Branco». Consultado em 28 de outubro de 2019 
  8. «Monumentos e Espaços Públicos Tombados - João Pessoa (PB)». IPHAN. Consultado em 28 de outubro de 2019 
  9. a b c Inaê Teles (25 de fevereiro de 2010). «Por baixo da praça existiam casa, açougue e até um pelourinho». Jornal da Paraíba. Consultado em 28 de outubro de 2019 
  10. brasil.gov.br (16 de agosto de 2010). «Praça Rio Branco é revitalizada no centro histórico de João Pessoa». IPHAN. Consultado em 28 de outubro de 2019 
  11. a b Adriana Crisanto (14 de setembro de 2019). «Clube do Choro da Paraíba retorna ao palco do Sabadinho Bom». prefeitura de João Pessoa. Consultado em 28 de outubro de 2019