Praça da Matriz (Porto Alegre)

praça em Porto Alegre
 Nota: Este artigo é sobre uma praça da cidade de Porto Alegre. Para praças de outros lugares, veja Praça da Matriz.

A Praça Marechal Deodoro, mais conhecida como Praça da Matriz, é um espaço público e histórico da cidade de Porto Alegre, capital do estado brasileiro do Rio Grande do Sul. Está localizada no coração da cidade, no Centro Histórico, e existe desde os primórdios da capital.[1] É tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.[2]

Praça Deodoro da Fonseca
Praça da Matriz
Praça da Matriz (Porto Alegre)
A Praça da Matriz em 2007.
Localização Centro Histórico, Porto Alegre
País  Brasil
Tipo Pública
Administração Prefeitura Municipal de Porto Alegre

História editar

 
Vista da praça em torno de 1850 com suas duas primeiras edificações: a Matriz e o Palácio do Governo

A primeira menção que há do local da praça remonta ao ano de 1753, quando ali foi construído um cemitério. Seu lado sul foi o primeiro a ser ocupado, construindo-se ali a Igreja Matriz. Em consequência disso, seu nome passou a ser Praça da Matriz. Pouco tempo depois, em 1772, aparece no primeiro mapa da pequena povoação que era Porto Alegre em seus primórdios, como Praça do Novo Lugar. Quando a capital da capitania foi transferida de Viamão para Porto Alegre, a praça foi escolhida para abrigar o Palácio do Governador, concluído em 1789, passando a ser conhecida também como Praça do Palácio da Presidência. Ao lado do Palácio, apareceu em 1790 a Casa da Junta ou da Real Fazenda e, entre 1837 e 1839, ao lado da Matriz, a primeira Capela do Divino Espírito Santo.[3]

Estabelecendo-se lentamente, a praça até 1840 não passava de uma elevação erodida, sem qualquer adorno. Nessa década foram então construídas as primeiras calçadas, e na segunda metade do século XIX, passada a agitação causada pela Revolução Farroupilha, quando a cidade foi sitiada por dez anos, outros edifícios importantes foram sendo construídos no seu entorno, como o Palácio do Ministério Público, a sede da Sociedade Bailante, a primeira hidráulica da cidade, a primeira sede da Intendência municipal, o Theatro São Pedro e seu edifício gêmeo (este sede do Palácio da Justiça (mais tarde destruído em um incêndio), e a Junta Criminal.[4]

 
Virgilio Calegari: Vista da praça em sua primeira urbanização, em 1890

Em 1858, seu nome foi alterado para Praça Dom Pedro II, por ocasião da visita do Imperador à capital da província. Logo depois foi instalado o Chafariz do Imperador com estátuas de mármore, que simbolizavam os grandes rios da Bacia do Guaíba, transferidas em 2014 para a Hidráulica Moinhos de Vento, e resolveu-se dar início à arborização. Entretanto, uma fotografia tomada após 1870 mostra apenas poucas palmeiras.[1]

O ajardinamento só foi empreendido de fato entre 1881 e 1883, incluindo 20 oliveiras vindas de Portugal. Em 1885 recebeu o Monumento ao Conde de Porto Alegre, depois removido para a praça que leva seu nome, a Praça Conde de Porto Alegre. Em 11 de dezembro de 1889, um decreto municipal alterou o nome do logradouro para Praça Marechal Deodoro, que conserva até os dias de hoje.[1] Em 1896, o antigo Palácio do Governo foi demolido para dar lugar a uma sede mais ampla e luxuosa, o atual Palácio Piratini.[5]

Em 24 de outubro de 1914 foi inaugurado o Monumento a Júlio de Castilhos, em homenagem ao estadista gaúcho Júlio de Castilhos. O monumento, em bronze, construído na gestão do governador Carlos Barbosa, foi criado pelo escultor Décio Villares. Cercam a figura central do governante diversas personificações de virtudes, como a Coragem e a Prudência, e de valores e instituições, como a Educação e o Civismo.[1] Assim como muitas construções de Porto Alegre, o Monumento sofreu ao longo do tempo com atos de vandalismo e de depredação. Pouco depois, a antiga Matriz era demolida para a construção de uma catedral maior, a presente Catedral Metropolitana de Porto Alegre.[4]

Posteriormente, a Praça recebeu grandes melhoramentos, que foram concluídos em 1919. Em 1927, onde se localizava o antigo prédio da Assembleia Legislativa, foi construído o primeiro Auditório Araújo Viana, para concertos da banda municipal, e que foi demolido na década de 1960 para erguer-se em seu lugar o moderno Palácio Farroupilha, sede do Poder Legislativo do Estado.[1] Nas vizinhanças imediatas da Praça da Matriz encontram-se ainda o Solar dos Câmara, o Museu Júlio de Castilhos e a Biblioteca Pública do Estado, todos em edificações históricas.[4]

 
Vista atual da Praça da Matriz, com o Monumento a Júlio de Castilhos ao centro e a catedral ao fundo

Ver também editar

Referências bibliográficas

  1. a b c d e Franco, Sérgio da Costa. Guia Histórico de Porto Alegre. Porto Alegre: Editora da Universidade (UFRGS)/Prefeitura Municipal, 1988.
  2. Monumentos e Espaços Públicos Tombados - Porto Alegre (RS). IPHAN
  3. Machado, Andréa Soler. "A Praça da Matriz". In: Revista ArqTexto, Departamento de Arquitetura / PROPAR-UFRGS, nº 0, 1• semestre de 2000, pp. 45-46
  4. a b c Machado, pp. 46-50
  5. Machado, p. 47

Ligações externas editar

 
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