Ecoporanga

município brasileiro no estado do Espírito Santo
(Redirecionado de Prata dos Baianos)

Ecoporanga é um município brasileiro do estado do Espírito Santo, Região Sudeste do país. Sua população estimada em 2018 era de 23 014 habitantes.[1] Situado na região noroeste do estado, destaca-se na produção de leite e na extração e beneficiamento de rochas ornamentais.

Ecoporanga
  Município do Brasil  
Igreja Matriz de São José Operário
Igreja Matriz de São José Operário
Igreja Matriz de São José Operário
Símbolos
Bandeira de Ecoporanga
Bandeira
Brasão de armas de Ecoporanga
Brasão de armas
Hino
Gentílico ecoporanguense[1]
Localização
Localização de Ecoporanga no Espírito Santo
Localização de Ecoporanga no Espírito Santo
Localização de Ecoporanga no Espírito Santo
Ecoporanga está localizado em: Brasil
Ecoporanga
Localização de Ecoporanga no Brasil
Mapa
Mapa de Ecoporanga
Coordenadas 18° 22' 22" S 40° 49' 51" O
País Brasil
Unidade federativa Espírito Santo
Municípios limítrofes Norte: Nanuque e Carlos Chagas (estes em MG);
Oeste: Ataléia (em MG);
Sul: Água Doce do Norte, Barra de São Francisco e Vila Pavão (estes no ES);
Leste: Nova Venécia, Mucurici e Ponto Belo (no ES)
Distância até a capital 315 km
História
Fundação 9 de abril de 1955 (69 anos)
Administração
Distritos
Prefeito(a) Elias Dal'Col (PSD, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [1] 2 285,369 km²
População total (estatísticas IBGE/2018[1]) 23 014 hab.
Densidade 10,1 hab./km²
Clima tropical (Aw)
Altitude 230 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[4]) 0,662 médio
PIB (IBGE/2015[5]) R$ 324 492,51 mil
PIB per capita (IBGE/2015[5]) R$ 13 369,56
Sítio www.ecoporanga.es.gov.br (Prefeitura)
www.camaraecoporanga.es.gov.br (Câmara)

História editar

A história de Ecoporanga começa em 1934, quando Jacinto Antônio Dias, um pioneiro, vem das terras de Minas Gerais, saindo de Conselheiro Pena, trazendo junto nesta caminhada de migrante a mulher Guilhermina Joana de Jesus e seus doze filhos.

A região era coberta de matas, não havia estradas, meios de transporte e nem energia elétrica. Neste tempo as pessoas andavam a pé ou a cavalo para percorrer as terras do município.

Quando Jacinto Antônio Dias chegou, ele não se limitou a tomar posse de uma nova terra, nela plantando e erguendo um rancho. Fez mais, criou um núcleo de desbravamento. Ante as possibilidades que vislumbra no lugar, reclama reforços, convoca mais braços para o trabalho comum, traz gente de Minas Gerais. Assim começa a formar um núcleo urbano.

Naquela época já havia chegado à região o Frei Inocêncio de Comiso da ordem dos Capuchinhos, e então a pedido do frei, Jacinto Antônio Dias faz a doação de 28 hectares de terra, em 1937 destinados à fundação de um patrimônio em honra de Nossa Senhora do Monte Serrat.

A presença do frei, no Alto São Mateus, estava ligada a ação missionária que esses religiosos, desde a década de setenta do século XIX exerceram nas selvas entre os rios Mucuri e Doce, na catequese dos índios e na pregação de missões ambulantes.

A partir da doação desta terra de 28 hectares foi formado o núcleo populacional que receberia a denominação de Patrimônio do Quinze, posteriormente Nova Betânia, Rubinópolis e, finalmente, Ecoporanga.

Formação do Município de Ecoporanga

Na década de 40 toda a região fazia parte do Município de Barra de São Francisco. O Sr. Tolentino Xavier Ribeiro candidatou-se a vereador por aquele município, percorreu por esses arredores em busca de voto. Sensibilizado com tanta dificuldade enfrentada pelo povo em percorrer a pé ou a cavalo para fazer suas compras e todo tipo de negócio em Barra de São Francisco, prometeu ao povo que se eleito fosse lutaria pela emancipação política deste lugar. Elegeu-se e lutou junto às autoridades estaduais para conseguir cumprir sua promessa.

No dia 29 de dezembro de 1953, o Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, Jefferson de Aguiar, através da lei N° 776 de 1953, Art. 6º, que passou a vigorar no dia 1 de janeiro de 1954, transfere a sede do distrito de Stª. Rita para o povoado de Rubinópolis, passando a chamá-lo de Ecoporanga. No Art. 7º da mesma lei, a região que se encontra o recém criado Distrito de Ecoporanga é desmembrada do Município de Barra de São Francisco-ES e passa a fazer parte do Município de Joeirana (atual Ataléia-MG).

Toda esta região estava no chamado “Contestado”, disputa de terras entre os estados de Minas Gerais e Espírito Santo. No início de 1955 a sede do Município de Joeirana estava ocupada por autoridades do Estado vizinho, então o Presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, o mesmo Jefferson de Aguiar que a pouco mais de um ano antes havia tornado Ecoporanga distrito de Joeirana, fez no dia 12 de janeiro de 1955 a lei N° 897, que autorizava a instalação da sede do Município de Joeirana no Distrito de Ecoporanga. O Presidente autorizou ainda que o Governador nomeasse o Prefeito Municipal de Joeirana, que foi Tolentino Xavier Ribeiro, até que o Egrégio Tribunal Eleitoral determinasse a realização de eleições para prefeito e vereadores.

No pleito de outubro de 1955, a comunidade do novo Município elegeu seu primeiro Prefeito o Sr. João Corcino de Freitas que aliado ao Deputado Floriano Lopes Rubin, realizara intensiva campanha pela aprovação da disposições contidas na Lei 897 anteriormente citada. O Município de Joeirana ficou assim dividido: Ecoporanga (sede) e os distritos de Cotaxé, Novo Horizonte, Joaçuba e Joeirana.

Esta transferência de sede do Município foi autorizada até que Minas Gerais devolvesse a sede original para o Estado do Espírito Santo, fato que nunca ocorreu.

O Município de Joeirana com sede em Ecoporanga foi efetivamente instalado em 9 de abril de 1955, data que é comemorada até hoje como a fundação do município.

Pela lei estadual nº 1.121, de 16 de outubro de 1956, assinada pelo Governador Francisco Lacerda de Aguiar, o Município de Joeirana passa a denominar-se Ecoporanga.

Pela lei N° 1.158 de 27 de novembro de 1956 fica criada a Comarca de Ecoporanga, que antes era servida pela Comarca de Barra de São Francisco-ES.

Pelo decreto estadual nº 264, de 15 de setembro de 1963, do Estado do Espírito Santo e decreto estadual nº 7166, de 15 de setembro de 1963, do Estado de Minas Gerais, o distrito de Joeirana passou a integrar difinitivamente ao Estado de Minas Gerais se transformando em Município de Ataléia.

Pela lei estadual nº 3046, de 14 de maio de 1976, são criados os distritos de Imburana e Santa Luzia do Norte e anexados ao município de Ecoporanga.

Em divisão territorial datada de 1 de janeiro de 1979, o município é constituído de sede e 5 distritos: Ecoporanga, Cotaxé, Imburana, Joaçuba, Novo Horizonte e Santa Luzia do Norte.

Pela lei nº 473, de 25 de outubro de 1990, é criado o distrito de Santa Terezinha e anexado ao município de Ecoporanga.

Pela Lei nº 1431, de 25 de agosto de 2009 a organização do território de Ecoporanga tem por base 08 distritos: Sede, Prata dos Baianos, Cotaxé, Santa Luzia do Norte, Imburana, Joaçuba, Santa Terezinha e Muritiba.

O Significado do Nome

Até hoje não se sabe ao certo qual a origem do nome Ecoporanga, mas há duas versões mais difundidas.

Na primeira levá-se em conta a origem indígena do nome, que significaria Terra de Prosperidade em língua Tupi. O dicionarista Luis Carlos Tibiriçá, no seu Dicionário Tupi-Português, registra com significado de Ecoporanga beleza e virtude, termos que se aproximam da tradução inicial.

A outra, mais verossímil, foi dado segundo a tradição local como sendo a junção das palavras Eco e Poranga, pois, na época da colonização se ouvia o eco do nhambu, ave chamada pelos indígenas de poranga.

Qualquer que seja a explicação, o fato é que o nhambu se incorporou às tradições da cidade, consagrando-se ao ser incluído no brasão de armas do município, onde se destaca em negro contra o fundo branco da parte inferior.

Geografia editar

De acordo com a divisão regional vigente desde 2017, instituída pelo IBGE,[6] o município pertence às Regiões Geográficas Intermediária de Colatina e Imediata de Nova Venécia.[7] Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, fazia parte da microrregião de Barra de São Francisco, que por sua vez estava incluída na mesorregião do Noroeste Espírito-Santense.[8]

De relevo bastante ondulado, a sede do município é localizada a 230m de altitude em relação ao nível do mar. O município está localizado na Serra dos Aimorés.

Clima editar

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de setembro de 1972 a junho de 1977, 1979 a julho de 1980 e 1982 (a partir de 9 de maio) a 2015 (até 11 de janeiro), a menor temperatura registrada em Ecoporanga foi de 7,2 °C em 12 de agosto de 1997,[9] e a maior atingiu 40 °C em 31 de outubro de 2012.[10] No período de janeiro a novembro de 1979 e 2002 a janeiro de 2015, o maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 182,5 milímetros (mm) em 25 de fevereiro de 2011. Outros grandes acumulados foram 179 mm em 10 de dezembro de 2006, 148,2 mm em 15 de janeiro de 2004 e 147,2 mm em 23 de janeiro de 2009.[11] Dezembro de 2013, com 630,6 mm, foi o mês de maior precipitação.[12]

Dados climatológicos para Ecoporanga
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima recorde (°C) 38,8 39,2 38,6 36,6 36 33,8 35,4 36,2 39,4 40 39 38,2 40
Temperatura máxima média (°C) 32,7 33,3 32,3 30,9 29,2 27,9 27,5 28 28,8 30,1 30,1 31,1 30,2
Temperatura mínima média (°C) 21,1 21,4 21 20,3 18,4 17,1 16,7 16,9 18,1 19,5 20,3 20,8 19,3
Temperatura mínima recorde (°C) 15,4 17 14,6 12 11 8,2 9,2 7,2 12 12,6 14,6 15 7,2
Precipitação (mm) 160 93 105 68 38 28 36 32 49 119 180 174 1 082
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) (temperaturas da normal climatológica de 1981-2010[13] e
recordes de 01/09/1972 a 30/06/1977, 01/01/1979 a 31/07/1980 e 09/11/1982 a 11/01/2015);[9][10] e Climate-Data.org (médias de precipitação)[14]

Atividades econômicas editar

 
Ruas no Centro de Ecoporanga.

Nas décadas de 70 e 80 a economia ecoporanguense se baseava nas grandes lavouras de café e grandes pastagens. A população do município era muito maior que hoje. No início da década de 90 os moradores da cidade iniciaram um grande êxodo rural e foram buscar melhores condições em grande cidades como Vitória e Belo Horizonte e nos estados da região norte do país, como Rondônia e Pará. Com o êxodo, a agricultura do município decresceu muito e ficou por muitos anos na estagnação. Nos últimos anos com o início da extração em grande escala de rochas ornamentais a cidade voltou a se desenvolver e alavancou o crescimento a agricultura. Hoje Ecoporanga é o maior produtor de leite (41.847.000 litros por ano) e tem os maiores rebanhos bovino (215.803 cabeças) e equino (5.200 cabeças) do estado do Espírito Santo.

Economia e trabalho editar

Segundo o IBGE, as receitas realizadas em 2017 são no valor de R$ 64.949.760,00

Ainda conforme dados do IBGE, a quantidade de pessoal ocupado em 2019 são 2.719 pessoas, com o salário médio de 1,9 salário mínimo.[15]

Saúde editar

Serviços de Saúde Hospitalares 2005

Estabelecimentos de Saúde total 21

Estabelecimentos de Saúde público 17

Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde total 66

Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde público total 0

Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde privado total 66

Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde privado SUS 54

População editar

A população em 2010 é de 23.212, conforme o Censo 2010 do IBGE.[15]

A população estimada pelo IBGE em 2021 é de 22.748 habitantes, registrando um decréscimo populacional.[15]

Segurança editar

A Polícia Militar do Estado do Espírito Santo possui uma Companhia de Polícia (2ªCia do 11º BPM) encarregada de promover a paz social em todo o município e de realizar políticas publicas de segurança para a proteção do cidadão ecoporanguense.

Divisão administrativa editar

Ecoporanga tem 07 distritos: Imburana (21), Cotaxé (35), Muritiba (52), Santa Luzia (57), Joaçuba (20), Santa Terezinha (15), Prata dos Baianos (22), e 05 povoados: Itapeba (31), Ribeirãozinho (18), Santa Rita (18), São Geraldo (17), Dois de Setembro (9).

Distância até a cidade de Ecoporanga entre parênteses.

Ecoporanga conta também em seu núcleo urbano com os bairros: Centro, Vila Nova, Homero Amante, Vale Encantado, Divino Espírito Santo, Benedita Monteiro, Valtinho Figueiredo, José de Assis Baeta, Senhora Aparecida, Conjunto Délio Rodrigues, Homero Amante, Bela Vista, Jardim Paulista, Buraco Quente, entre outros.

Religião editar

Ecoporanga possui inúmeras igrejas, a maioria da população se denomina Católica, mas há um grande número de denominações históricas: Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Evangélica Assembleia de Deus, 1ª Igreja Batista, Igreja Batista Nacional, Igreja Adventista do 7º Dia, Igreja Presbiteriana do Brasil, Igreja Batista Esperança e Igreja Cristã Maranata. Conta também com inúmeras denominações neopentecostais como a Igreja Mundial do Poder de Deus e Igreja Internacional da Graça de Deus.

Ver também editar

Referências

  1. a b c d Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). «Ecoporanga». Consultado em 28 de outubro de 2018. Cópia arquivada em 28 de outubro de 2018 
  2. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros (2007). «Ecoporanga - Histórico» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 28 de outubro de 2018. Cópia arquivada (PDF) em 28 de outubro de 2018 
  3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (9 de setembro de 2013). «Ecoporanga - Unidades territoriais do nível Distrito». Consultado em 28 de outubro de 2018. Cópia arquivada em 28 de outubro de 2018 
  4. Atlas do Desenvolvimento Humano (29 de julho de 2013). «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Consultado em 31 de agosto de 2013. Cópia arquivada (PDF) em 8 de julho de 2014 
  5. a b Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2015). «Produto Interno Bruto dos Municípios - 2015». Consultado em 28 de outubro de 2018. Cópia arquivada em 28 de outubro de 2018 
  6. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2017). «Divisão Regional do Brasil». Consultado em 28 de outubro de 2018. Cópia arquivada em 28 de outubro de 2018 
  7. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2017). «Base de dados por municípios das Regiões Geográficas Imediatas e Intermediárias do Brasil». Consultado em 10 de fevereiro de 2018 
  8. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2016). «Divisão Territorial Brasileira 2016». Consultado em 28 de outubro de 2018 
  9. a b «BDMEP - série histórica - dados diários - temperatura mínima (°C) - Ecoporanga». Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Consultado em 27 de outubro de 2018 
  10. a b «BDMEP - série histórica - dados diários - temperatura máxima (°C) - Ecoporanga». Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Consultado em 27 de outubro de 2018 
  11. «BDMEP - série histórica - dados diários - precipitação (mm) - Ecoporanga». Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Consultado em 27 de outubro de 2018 
  12. «BDMEP - série histórica - dados mensais - precipitação total (mm) - Ecoporanga». Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Consultado em 27 de outubro de 2018 
  13. «Normais climatológicas do Brasil». Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Consultado em 28 de outubro de 2018 
  14. Climate-Data.org. «Clima: Ecoporanga». Consultado em 28 de outubro de 2018. Cópia arquivada em 28 de outubro de 2018 
  15. a b c «Cópia arquivada». Consultado em 25 de abril de 2022 

Ligações externas editar

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