Quenena (também grafada como Quenene) é uma pequena povoação localizada no nordeste da freguesia de São Domingos de Rana, concelho de Cascais. Limita a norte e oeste com Trajouce, a leste com Talaíde, e a sul com Conceição da Abóboda. Situa-se no vale do rio das Parreiras, desenvolvendo-se quase inteiramente de forma paralela ao seu leito, ao longo da Estrada de São Lourenço de Quenena.

Quenena
  Povoação do Concelho de Cascais  
Casarios em Quenena.
Casarios em Quenena.
Casarios em Quenena.
Localização
Mapa
Localização em mapa dinâmico
Coordenadas 38° 44' 17" N 9° 19' 10" O
País Portugal
Região Área Metropolitana de Lisboa
Distrito Lisboa
Concelho Cascais
Freguesia São Domingos de Rana
Outras informações
Orago São Lourenço

É um dos assentamentos mais antigos do concelho de Cascais.[1] A origem do topónimo é incerta, podendo resultar da corrupção de canena, designando os terrenos de charneca, estéreis e de pouco valor que caracterizam a região e as zonas mais afastadas da ribeira.[2]

As primeiras referências à aldeia surgem no século XIV, em cartas de venda e emprazamento de lugares e propriedades.[3] Contou com uma igreja em invocação a São Lourenço, arruinada pelo terramoto de 1755.[4] Regista-se pouco depois, em 1758, que o sítio de Quenena contava com 21 fogos, aos quais se juntavam os oito da Ribeira de Quenena.[2] Em 1960 contava com 57 habitantes, e em 1964 foi designada a aldeia mais bonita do concelho de Cascais.[5]

Sofreu desde então profundas transformações provocadas pela proliferação de construções ilegais (fenómeno que se estendeu até aos anos 90) e pela implantação da lixeira de Trajouce em terrenos adjacentes.[5] O resultado destes processos foi a demolição de grande parte do património tradicional[5], o corte de um dos dois acessos à aldeia em virtude da instalação da lixeira e a significativa degradação da qualidade de vida e do ambiente no local.[5][6][7][8] Por todos estes fatores, a Câmara Municipal de Cascais, no seu Plano Diretor Municipal de 1997, chegou a classificar Quenena como uma Área Urbana de Génese Ilegal[1][5], com vista à sua erradicação.[6]

A povoação e zonas confinantes serão objeto de um processo de revitalização urbana, paisagística e patrimonial da Câmara Municipal de Cascais.[1]

Possui como principal ponto de interesse a Ponte das Varandas[9].

Referências

  1. a b c «Procuramos ideias de arquitetura para aproximar litoral e interior | Câmara Municipal de Cascais». www.cascais.pt. Consultado em 2 de janeiro de 2021 
  2. a b Correia, J. Diogo (1964). Toponímia do Concelho de Cascais (PDF). Cascais: Câmara Municipal de Cascais. p. 47 
  3. «Sintra e o seu Concelho». Arquivo Municipal de Sintra. Câmara Municipal de Sintra. Consultado em 2 de janeiro de 2021 
  4. Cabral, João Pedro (1988). «Notas sobre o topónimo Freiria» (PDF). Câmara Municipal de Cascais. Arquivo de Cascais - Boletim Cultural do Município (7): 52. Bem próximo ruíram as igrejas de S. Domingos de Rana e de S. Lourenço de Quenena, e no caso desta última, nunca mais veio a ser reconstruída. 
  5. a b c d e Magalhães, Isabel; Aníbal Henriques, João (2015). Cascais: Estratégia de futuro para a nossa terra. Cascais: SerCascais. p. 80 
  6. a b Ribeiro, Fernanda. «Moradores de Quenena desesperam com águas imundas da lixeira». PÚBLICO. Consultado em 2 de janeiro de 2021 
  7. Garcia, Fernanda Ribeiro e Ricardo. «Cancro assusta bairro em Trajouce». PÚBLICO. Consultado em 2 de janeiro de 2021 
  8. «Lixeira de Trajouce - Este odor que nos abraça!». O Informador do Outeiro de Polima. 19 de setembro de 2010. Consultado em 2 de janeiro de 2021 
  9. «GeoCascais». geocascais.cascais.pt. Consultado em 23 de junho de 2020 

Ver também editar

Ligações externas editar

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