O termo "Rede de Bambu", ou Comunidade chinesa, é um termo utilizado para conceituar ligações entre certos negócios operados por chineses no Sudeste Asiático. Ele vincula a comunidade chinesa do Sudeste Asiático (Malásia, Indonésia, Tailândia, Vietnã, Filipinas e Singapura) com as economias da grande China (China continental, Hong Kong, Macau e Taiwan). No exterior, as empresas chinesas têm um papel de destaque no setor privado do Sudeste da Ásia e são normalmente geridos como empresas familiares, com a centralização da burocracia.


Comunidade chinesa
Rede de bambu

Localização da Rede de bambu
Localização da Rede de bambu

Localização da Grande China e da Rede de bambu
  Rede de bambu

Camboja Camboja
Indonésia
Laos Laos
 Malásia
Birmânia Myanmar
Filipinas
Singapura Singapura
 Tailândia
 Vietname

Estrutura editar

As empresas chinesas no Sudeste da Ásia são, geralmente, de propriedade familiar e gerenciados através de uma burocracia centralizada. Estas empresas normalmente são médias empresas, em vez de grandes conglomerados, como aqueles dominante no Japão. O comércio e o financiamento é guiado por laços familiares e as relações pessoais têm prioridade sobre relações formais. Isso promove a comunicação comercial e uma mais rápida transferência de capital em uma região onde o regulamento financeiro e o estado de direito continuam subdesenvolvidos. Essas relações são baseadas no conceito de guanxi, o termo Chinês para o cultivo de relações pessoais.

Muito da atividade da Rede de Bambu está centrada nas principais cidades da região, tais como Jacarta, Singapura, Bangkok, Kuala Lumpur, Cidade de Ho Chi Minh e Manila.

História editar

As origens da Rede de Bambu pode ser rastreada até o século XVI, quando os imigrantes chineses do Sul da China estabeleceram-se na Indonésia, Tailândia e outros países do Sudeste Asiático. Eles fundaram pelo menos uma república que serviu de estado tributário da Dinastia Qing — a República Lanfang, que durou de 1777 a 1884. Populações chinesas na região, viveram um rápido crescimento após a vitória do Partido Comunista da China na Guerra Civil Chinesa, em 1949, que obrigou a muitos refugiados emigrarem para fora da China. A Rede de Bambu tem sido fortemente influenciado pelo Confucionismo, uma filosofia elaborada por Confúcio no século V a.C., que promove a piedade filial e o pragmatismo.

Crise financeira Asiática de 1997 editar

Os governos afetados pela crise financeira Asiática de 1997 introduziram leis que regulavam o comércio interno, o que enfraqueceu a influência da Rede de Bambu. Após a crise, as relações comerciais foram mais frequentemente com base em contratos, em vez de a confiança e os tradicionais laços de família da Rede de Bambu.

Século XXI editar

Com as reforma econômica chinesa iniciadas por Deng Xiaoping, durante a década de 1980, empresas de propriedade de chineses emigrantes começaram a desenvolver laços com empresas sediadas na China continental. As empresas da Rede de Bambu investiram pesadamente na China, influenciado por afinidades culturais e linguísticas. A transformação da China em potência económica global no século XXI, levou a uma inversão nessa relação. Buscando reduzir sua dependência dos Títulos do Tesouro dos Estados Unidos, o governo Chinês passou a focar a investimentos estrangeiros. O protecionismo dos Estados Unidos fez com que fosse difícil para as empresas chinesas para adquirirem ativos americanos, reforçando o papel da Rede de Bambu como um dos principais destinatários dos investimentos chineses.

Veja também editar

Referências editar