A rede de descanso, rede de dormir, cama de rede ou maca é um utensílio doméstico, originalmente feita com cipó e lianas. Consiste numa espécie de tecido com alças.

Uma rede em uma casa em um sítio.

História

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Rede de descanso no Saltério de Luttrell (c. 1330)[1]

Uma rede de descanso é retratada no Saltério de Luttrell, datado por volta de 1330. A miniatura do manuscrito medieval da Inglaterra prova a existência de redes na Europa antes da descobrimento da América por Cristóvão Colombo.[1]

Brasil

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Durante o Brasil Colônia, era muito utilizada para dormir, enterrar os mortos no meio rural e como meio de transporte, onde os escravos carregavam os colonos em passeios pela cidade e até em viagens. Com chegada dos portugueses, as mulheres dos colonos adaptaram a técnica indígena às suas varandas, passando a fazer as redes em algodão (tecido mais compacto), enfeitadas com franjas.

Hoje em dia, as redes são fabricadas de diversas formas e materiais[2], desde as mais tradicionais de fio, tecidas em "batelão" (tear) mecânico ou elétrico, até as feitas a partir de tecido ou de materiais sintéticos como nylon e outros materiais.

Região Nordeste

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Na Região Nordeste do Brasil, a rede ainda é muito utilizada para dormir, em substituição à cama, sendo também tradicionalmente utilizada para descanso em casas de praia (casas de veraneio).[3]

As cidades de Irauçuba (Capital Cearense da Rede), São Bento, na Paraíba, Jardim de Piranhas, no Rio Grande do Norte, e Fortaleza, no Ceará, são locais com tradição na fabricação de redes.[4][5] No interior do Ceará, o município de Jaguaruana e, no interior de Pernambuco, o distrito de Caraibeiras, denominado por muitos de Vila Rica e localizado no município de Tacaratu, são locais muito conhecidos também pela confecção artesanal de mantas, tapetes, jogos de tapetes para banheiro, jogos americanos, xales para sofá etc.[6]

Elementos constitutivos

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A tradicional rede de descanso nordestina, também conhecida na região como “rede de dormir” ou simplesmente “rede”, é composta basicamente por três elementos constitutivos[7]:

  • Pano: elemento retangular de tecido onde a pessoa se deita, sendo o principal e mais vistoso componente da rede.
  • Cordas: elementos que ligam o pano aos punhos, encarregados de concentrar os esforços produzidos pela carga sustentada pelo pano, convergindo-os para os punhos, e
  • Punhos: elementos em formato de aros, localizados nas extremidades da rede, para onde as cordas concentram a carga a ser suportada.

Além dos elementos funcionais básicos, a rede tradicional nordestina frequentemente é dotada de elementos estéticos e decorativos, como franjas ou varandas, pendentes em cada lateral do Pano. Junto com as cores e padronagens estes elementos completam e harmonizam a peça.[3]

Etimologia

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"Rede" é oriundo do termo latino rete.[8] "Maca" é oriundo do termo taino hamaca.[9]

 
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Referências

  1. a b André W. Sleeswyk (1990), "The Origin of the Hammock", The Mariner's Mirror, vol. 76, n. 4, p. 361–362
  2. «Momento relax: 10 tipos de rede de descanso para ter em casa já». Homepedia. Consultado em 30 de setembro de 2019 
  3. a b «Como é feita uma autêntica rede de dormir». Consultado em 9 de abril de 2025 
  4. «Fabricante de Redes de Dormir - São Bento - Paraíba». Consultado em 9 de abril de 2025 
  5. «São Bento PB, a Capital Mundial das Redes de Dormir». Consultado em 9 de abril de 2025 
  6. «Fábrica de redes do CE exporta 90% da produção para Europa, EUA e Austrália». UOL Empreendedorismo. Consultado em 9 de abril de 2025 
  7. «Da fabricação da rede de dormir». Consultado em 9 de abril de 2025 
  8. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 466.
  9. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 056.