O Reino Haxemita do Hejaz (em árabe: المملكة الحجازية الهاشمية; romaniz.:Al-Mamlakah al-Ḥijāzyah Al-Hāshimīyah) foi um estado na região do Hejaz da Arábia, no Médio Oriente, governado pela dinastia haxemita. Declarou-se um reino independente do Império Otomano em junho de 1916, sob a liderança do Xarife de Meca, durante a Revolta Árabe e a Primeira Guerra Mundial, tendo lutado ao lado das forças do Império Britânico com base numa aliança que tinha como objetivo a expulsão dos otomanos da Península Arábica. Foi reconhecido internacionalmente a 10 de agosto de 1920 no Tratado de Sèvres. O reino teve vida breve e foi conquistado em 1925 pelo vizinho Sultanato do Négede, sob a ressurgente Casa de Saud, tendo sido integrado no então criado Reino do Négede e do Hejaz.[1]

Reino Hachemita do Hejaz

Hejaz • المملكة الحجازية الهاشميةAl-Mamlakah al-Ḥijāzyah al-Hāshimīyah

1916 — 1925 
Bandeira
Bandeira
 
Escudo
Escudo
Bandeira Escudo

Reino do Hejaz (a verde) e a presente região de Hejaz (a vermelho), na Península Arábica
Continente Ásia
Região Hejaz, Arábia
Capital Meca
País atual Arábia Saudita

Língua oficial árabe
Religião islão sunita
Moeda rial

Forma de governo Monarquia absoluta
Rei
• 1916-1924  Huceine ibne Ali
• 1924-1925  Ali ibne Huceine

História  
• 10 de junho
de 1916
  Fundação
• 10 de agosto
de 1920
  Reconhecimento internacional
• 19 de dezembro
de 1925
  Conquista pelo Sultanato do Négede
• 8 de janeiro
de 1926
  Coroação de Abdalazize ibne Saúde como Rei do Négede e do Hejaz

Área
 • 1920  250 000 km²

População
 • 1920   850 000  (est.)
     dens. pop. 3,4 hab./km²
O xarife Huceine

Em 23 de setembro de 1932, o Reino do Négede e do Hejaz uniu-se aos domínios sauditas de Alhaça e Qatif, para formar o unificado Reino da Arábia Saudita.[2][3]

História editar

Na sua capacidade de califas, os sultões do Império Otomano indicariam um oficial conhecido como Xarife de Meca. O cargo foi atribuído a um membro da família haxemita, mas os sultões usavam tipicamente a rivalidade entre as diversas fações haxemitas para escolher entre os candidatos e assim garantir que o xarife permanecesse fraco.

Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914, o sultão, novamente em sua condição de Califa, declarou uma Jihad contra as potências da Entente. Os britânicos, em particular, esperavam cooptar o xarife como uma figura religiosa alternativa de peso que os apoiava no conflito. Os britânicos já tinham uma série de tratados com outros líderes árabes na região e também temiam que o Hejaz pudesse ser usado como base para atacar os seus navios de e para a Índia. O xarife foi cauteloso, mas depois de descobrir que os Otomanos planeavam removê-lo e possivelmente matá-lo, concordou em trabalhar com os britânicos se eles apoiassem uma revolta árabe mais ampla e o estabelecimento de um reino árabe independente. Os britânicos insinuaram que iriam apoiar (embora não fossem precisos) e, depois que os otomanos executaram outros líderes nacionalistas Árabes em Damasco e Beirute, o Hejaz levantou-se contra os otomanos e derrotou os seus exércitos, embora não os tenha conseguido expulsar completamente (Medina permaneceu sob controle otomano).

Em 1916, o Xarife de Meca Huceine ibne Ali declarou-se Rei do Hejaz enquanto o seu exército xarifiano participou com outras forças árabes e do Império Britânico na expulsão dos otomanos da Península Arábica.[4][5]

Os britânicos, porém, comprometeram-se a concordar a que o controle da Síria (compreendendo a Síria e o Líbano modernos) fosse dado à França, o que foi visto por Huceine como um desrespeito aos compromissos acordados. No entanto, os britânicos acabaram por criar reinos governados por hachemitas (na forma de protetorados) na Jordânia e no Iraque, bem como em Hejaz. Huceine recusou-se a concluir um tratado de amizade com os britânicos, que mais tarde optaram por não intervir quando outro cliente britânico, Abdalazize ibne Saúde, invadiu e conquistou Hejaz.

Reis do Hejaz editar

Ver também editar

Referências

  1. Yamani, Mai (2009). Cradle of Islam: the Hijaz and the quest for an Arabian identity Pbk. ed. [S.l.]: I.B. Tauris. ISBN 978-1-84511-824-2 
  2. Madawi Al-Rasheed. A History of Saudi Arabia. Cambridge, Inglaterra, Reino Unido: Cambridge University Press, 2002.
  3. A Brief overview of Hejaz - Hejaz history
  4. Baker, Randall (1979). King Husain and the Kingdom of Hejaz. [S.l.]: Oleander Press. ISBN 978-0-900891-48-9 
  5. Teitelbaum, Joshua (2001). The rise and fall of the Hashimite Kingdom of Arabia. [S.l.]: New York University Press. ISBN 978-0-8147-8271-2 


 
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