Relações entre Brasil e Coreia do Sul

relações diplomáticas bilaterais entre a República Federativa do Brasil e a República da Coreia

As relações entre Brasil e Coreia do Sul são as relações diplomáticas estabelecidas entre a República Federativa do Brasil e a República da Coreia.

Relações entre Brasil e Coreia do Sul
Bandeira do Brasil   Bandeira da Coreia do Sul
Mapa indicando localização do Brasil e da Coreia do Sul.
Mapa indicando localização do Brasil e da Coreia do Sul.
  Brasil
Dilma Rousseff, Presidente do Brasil, recepciona a Presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, durante visita de Estado ao Brasil em 2015.

A Coreia do Sul foi o primeiro país do leste asiático a integrar o programa "Ciência sem Fronteiras".

Em 2013 comemoraram-se os 50 anos da imigração coreana ao Brasil. O primeiro grupo de 109 pioneiros partiu da cidade de Busan em dezembro de 1962, aportando em Santos em fevereiro de 1963. A comunidade de coreanos e seus descendentes residentes no Brasil (principalmente na cidade de São Paulo) reúne cerca de 50 mil pessoas.[1]

História editar

O relacionamento político do Brasil com a Coreia do Sul teve início em junho de 1949, quando reconheceu oficialmente aquele país asiático. O Brasil foi o oitavo país do mundo e o segundo latino-americano (o primeiro foi o Chile) a fazer esse reconhecimento.[2]

As relações diplomáticas entre os dois países foram estabelecidas em 1959. Ainda que o Brasil tenha estabelecido sua embaixada em Seul em 1965, o relacionamento, de uma forma genérica, manteve-se em níveis muito baixos. Em 1989, foi firmado em Brasília um memorandum visando o estabelecimento de uma Comissão Mista para discutir e fomentar uma maior cooperação entre os dois países nos anos 1990.

Em função dos respectivos interesses, o Ministro das Relações Exteriores, Francisco Rezek, visita Seul em agosto de 1991, a primeira visita brasileira em nível ministerial, e assina o Acordo Quadro de Cooperação Científica e Tecnológica. Ainda em 1991, o Brasil apoiou e exerceu papel de liderança no processo de ingresso da Coreia do Sul (também da Coreia do Norte) na ONU.[3]

Missões diplomáticas editar

Visitas de Estado editar

O presidente Kim Young-sam foi o primeiro Chefe de Estado coreano a visitar o Brasil, em 1996. Em janeiro de 2001, o presidente Fernando Henrique Cardoso retribuiu a visita, tornando-se o primeiro presidente brasileiro a visitar a Coreia.[4]

Data Presidente Visitante Presidente Anfitrião Imagem Observações
setembro de 1996   Kim Young-sam   Fernando Henrique Cardoso O presidente coreano estava a frente de uma comitiva de 40 empresários. Nessa ocasião constituiu-se a Comissão Brasil-Coreia para o Século XXI, formada por personalidades da sociedade civil dos dois países e com a missão de ampliar o relacionamento bilateral.[3]
janeiro de 2001   Fernando Henrique Cardoso   Kim Dae-jung Nessa visita, os dois presidentes assinaram o Acordo de Cooperação de Uso Pacífico de Energia Nuclear, Acordo de Isenção de Vistos em Passaportes Regulares e o Acordo de Cooperação no Domínio do Turismo. Também firmaram um acordo de “Parceria Especial entre o Brasil e a Coreia do Sul para o Século XXI”. Áreas estratégicas para a cooperação, como tecnologia da informação, biotecnologia, eletrônica e materiais estratégicos foram eleitas prioridade para pesquisa e desenvolvimento conjuntos.[4]
16 a 18 de novembro de 2004[5]   Roh Moo-hyun   Luiz Inácio Lula da Silva Nessa ocasião, os presidentes assinaram um acordo para aprimorar os laços bilaterais nas áreas de comércio, energia e tecnologia de informação. Previu-se a criação de comitê consultivo para analisar os projetos conjuntos de energia elétrica e recursos naturais. Previu-se, igualmente, a realização de estudo conjunto para explorar a assinatura de um acordo de comércio entre a Coreia e o Mercosul.[4]
23 a 25 de maio de 2005   Luiz Inácio Lula da Silva   Roh Moo-hyun   A visita objetivou dar sequência aos entendimentos no âmbito da “Parceria Especial entre o Brasil e a Coreia do Sul para o Século XXI”. Na oportunidade foram assinados memorandos de cooperação agrícola, bancária, entre agências de promoção comercial, de energia e empresarial.[4]
17 a 20 de novembro de 2008   Lee Myung-bak   Luiz Inácio Lula da Silva Os presidentes assinaram o Memorando de Entendimento para o Estabelecimento do Comitê Conjunto de Promoção de Comércio e Investimentos e Cooperação Industrial.[6]
24 a 26 de abril de 2015   Park Geun-hye   Dilma Rousseff   Durante a visita, as mandatárias assinaram nove atos institucionais de cooperação que devem trazer inovações tecnológicas ao país, além de proporcionar o intercâmbio de especialistas. Um dos acordos prevê colaboração em pesquisa e desenvolvimento de comunicação 5G, e outro, cooperação na área de energia nuclear. Os dois países criaram o Programa de Cooperação em Tecnologia da Informação Brasil-Coreia. Os acordos de cooperação envolverão empresas, universidades e centros de pesquisa em iniciativas conjuntas que gerarão oportunidades de negócios e o desenvolvimento de alto conteúdo tecnológico para atender a mercados nacionais e internacionais. A presidente sul-coreana também participou de evento empresarial organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela Câmara Coreana de Comércio e Indústria.[7]

Além das visitas de Estado, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente eleita Dilma Rousseff estiveram na Coreia do Sul entre 11 e 12 de novembro de 2010, para participar da 5ª reunião de cúpula do G20.[8] Por sua vez, Lee Myung-bak esteve no Brasil entre 20 e 22 de junho de 2012, para participar da Rio+20.[9]

Comparação entre os dois países editar

  República Federativa do Brasil   República da Coreia
População 202 768 562 habitantes 48 636 068 habitantes
Área 8 515 767 km² 99 720 km²
Densidade populacional 23.8 hab/km² 493 hab/km²
Capital Brasília Seul
Maiores cidades São Paulo – 11 895 893 hab (20 284 891 hab na região metropolitana) Seul – 10 117 909 hab (25 620 000 hab na região metropolitana)
Tipo do Estado República presidencialista República presidencialista
Idioma oficial Português Coreano
Religiões principais 64,6% Catolicismo romano, 22,2% Protestantismo, 8% Sem religião, 2% Espiritismo, 3,2% Outras religiões 46,5% Sem religião, 22,8% Budismo, 18,3% Protestantismo, 10,9% Catolicismo, 1,7% Outras
PIB (nominal) (estimativa 2014) US$2,244 trilhões ($11 067 per capita) US$1,449 trilhão ($28 738 per capita)
Trocas populacionais 50 000 coreanos vivendo no Brasil 1 502 brasileiros vivendo na Coreia do Sul[10]

Ver também editar

Referências

  1. «Relações Brasil-Coreia do Sul» 
  2. «Relações Políticas e Econômicas entre o Brasil e a Coréia do Sul». Consultado em 25 de abril de 2015 
  3. a b «III Semana de Estudos Asiáticos: "República da Coréia"». Consultado em 25 de abril de 2015 
  4. a b c d «Acordos Bilaterais». Embaixada do Brasil em Seul 
  5. «Programa da Visita de Estado ao Brasil do Presidente da República da Coréia, Roh Moo-Hyun». Ministério das Relações Exteriores. 12 de novembro de 2004. Consultado em 25 de abril de 2015 [ligação inativa]
  6. «Visita ao Brasil do Presidente da República da Coréia, Lee Myung-bak - Brasília e São Paulo, 17 a 20 de novembro de 2008 - Comunicado Conjunto». Ministério das Relações Exteriores. 19 de novembro de 2008. Consultado em 25 de abril de 2015 [ligação inativa]
  7. «Brasil e Coreia do Sul firmam acordos na área de tecnologia». Agência Brasil. 24 de abril de 2015. Consultado em 25 de abril de 2015 
  8. Natália Passarinho (10 de novembro de 2010). «Dilma chega a Seul para participar da cúpula do G20». G1. Consultado em 26 de abril de 2015 
  9. Kim Young-jin (21 de junho de 2012). «Lee champions green growth at Rio+20 meeting». Korea Times. Consultado em 26 de abril de 2015 
  10. «Tabela de Estimativa Brasileiros no Mundo 2013» (PDF). Consultado em 25 de abril de 2015