Revoluções do Atlântico

Revoluções do Atlântico é um termo usado para designar uma onda revolucionária que tem origem do final do século XVIII seguindo as primeiras décadas do século XIX. São revoluções associadas de alguma forma com o ideário iluminista.

Associados a fatos históricos ao longo do Atlântico editar

Evento histórico Informação extra
Revolução Americana (1775-1783) A Guerra da Independência dos Estados Unidos da América, também conhecida como Guerra da Revolução Americana ou ainda Revolução Americana de 1776 é uma grande jana, teve suas raízes com a assinatura do Tratado de Paris que em 1763 acabou por finalizar a Guerra dos Sete Anos. Ao final do conflito, o território do Canadá foi incorporado pela Inglaterra. Neste contexto, as treze colônias representadas por Massachusetts, Rhode Island, Connecticut, New Hampshire, Nova Jersey, Nova York, Pensilvânia, Delaware, Virgínia, Maryland, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia começaram a ter seguidos e crescentes conflitos com a Metrópole, pois devido aos enormes gastos com a guerra, a Metrópole inicia uma maior exploração sobre essas áreas, constituiu-se de batalhas desfechadas contra o domínio inglês, durante a Revolução Americana de 1776. Movimento de ampla base popular, teve como principal motor a burguesia colonial e levou à independência das Treze Colônias — os Estados Unidos da América — (proclamada em 4 de Julho de 1776), o primeiro país a dotar-se de uma constituição política escrita.
Patriotas Neerlandeses (1785) Facção política surgida nos Países Baixos durante a segunda metade do século XVIII, inspirada pelos mesmos princípios que pouco depois dariam origem à Revolução Francesa. Defendiam o fim do sistema de governo dos Países Baixos baseado no Estatuder (em holandês: Stathouder), que se tornara hereditário e era por eles considerado como corrupto e eivado de nepotismo, e a concessão de direitos aos cidadãos.
Revolução Francesa (1789-1799) Por ser referência, inicia a Idade Contemporânea.
Revolução brabantina (1787-1790) Rechaçava as reformas progressivas de José II de Habsburgo e levou, em 1790, à criação dos Estados Belgas Unidos.
Revolução Haitiana (1791-1804) Foi um período de conflito brutal no colônia de Saint-Domingue, levando à eliminação da escravidão e a independência do Haiti como o primeiro república governado por pessoas de ascendência africana. Apesar de centenas de rebeliões ocorridas no Novo Mundo durante os séculos de escravidão, apenas a revolta de Saint-Domingue, que começou em 1791, obteve sucesso em alcançar a independência permanente, sob uma nova nação. A Revolução Haitiana é considerada como um momento decisivo na história dos africanos no novo mundo.
Guerra pela defesa da Constituição(1792) Na Guerra em defesa da Constituição, a Polônia foi traída pela sua aliada a Prússia de Frederico Guilherme II e derrotada pela Rússia Imperial de Catarina a Grande, aliada com a Confederação Targowica, uma conspiração de magnatas poloneses que se opuseram às reformas que poderiam enfraquecer suas influências. Apesar da derrota e a subsequente Segunda partição da Polônia, a Constituição de 3 de maio influenciou os movimentos democráticos posteriores no mundo. Permaneceu, após o desaparecimento da República em 1795, pelos próximos 123 anos das partições polonesas, um ideal a ser atingido na luta para se conseguir o restabelecimento da soberania polonesa.
Revolta Kościuszko (1794) Revolta contra o Império Russo encabeçada por Tadeusz Kościuszko na região da Polônia, Belarus e Lituânia com a intenção de liberar a Polônia e Lituânia da influência russa depois da Segunda partição da Polônia.
Batavos (1795-1801) Houve necessidade de institucionalizar um conjunto de estruturas e de políticas comuns a toda a República, as quais, apesar da efemeridade da República da Batávia, marcariam a evolução dos Países Baixos até aos nossos dias. Entre essas inovações contam-se a fixação do ortografia da língua neerlandesa, com base no trabalho de Matthijs Siegenbeek (1804), e a concessão de igualdade de direitos de cidadania aos judeus, luteranos e católicos romanos. Também procedeu à aprovação de uma declaração dos direitos dos cidadãos, base de todos os documentos constitucionais neerlandeses posteriores.
Rebelião Irlandesa de 1798 Os Irlandeses Unidos, um grupo revolucionário republicano influenciado pelas ideias das Revoluções Americana e Francesa, foi a principal força por trás da organização da rebelião.
Revolução Pernambucana de 1817 Único movimento separatista do período de dominação portuguesa no Brasil que ultrapassou a fase conspiratória e atingiu o processo de tomada do poder. Os revolucionários tinham como objetivo a conquista da independência brasileira em relação a Portugal, com a implantação de uma república liberal.
Guerra da Independência do Brasil (1821-1825) Processo que culminou com a emancipação política desse país do reino de Portugal, no início do século XIX. Oficialmente, a data comemorada é a de 7 de setembro de 1822, quando ocorreu o episódio do chamado "Grito do Ipiranga". De acordo com a história oficial, nesta data, às margens do riacho Ipiranga (atual cidade de São Paulo), o Príncipe Regente D. Pedro bradou perante a sua comitiva: Independência ou Morte!. Determinados aspectos dessa versão, no entanto, são contestados por alguns historiadores.
Guerras de independência na América espanhola Se destacaram as figuras dos "libertadores" Simón Bolívar e José de San Martín.
Guerra da Independência da Argentina.
Revolução de Maio (Argentina e países vizinhos).
Guerra da Independência do Chile.
Guerra da Independência do Peru.
Guerra da Independência da Bolívia.
Carreira militar de Simón Bolívar (no norte e no centro da América do Sul).
Guerra da Independência do Equador.
Pátria Boba (Colômbia).
Guerra da Independência da Venezuela.
Guerra da Independência do México.

Esses vários fatos históricos incluem entre os itens:

As Revoluções do Atlântico também tinham muitos símbolos compartilhados, incluindo:

Personagens históricos editar

Referências editar

  • David P. Geggus. The Impact of the Haitian Revolution in the Atlantic World (2002)
  • Jacques Godechot. France and the Atlantic revolution of the eighteenth century, 1770-1799 (1965)
  • Eliga H. Gould and Peter S. Onuf. Empire and Nation: The American Revolution in the Atlantic World (2004)
  • Palmer, Robert. The Age of Democratic Revolutions 2 vols. (1959, 1964)
  • W.M. Verhoeven and Beth Dolan Kautz, eds. Revolutions and Watersheds: Transatlantic Dialogues, 1775-1815 (1999)