Ricardo Arruda

político brasileiro

Ricardo Arruda Nunes (São Paulo, 24 de abril de 1962) é um empresário, missionário evangélico e político brasileiro filiado ao Partido Liberal (PL), atualmente deputado estadual do Paraná.[1][2][3] É membro da Igreja Mundial do Poder de Deus[4] e já foi filiado ao PDT, PSC, DEM e ao PATRI.[5]

Ricardo Arruda
Ricardo Arruda
Deputado Estadual do Paraná
Período 1º de fevereiro de 2015
até atualidade
Deputado Federal pelo Paraná
Período 12 de março de 2013
até 7 de julho de 2013
Dados pessoais
Nascimento 24 de abril de 1962 (61 anos)
São Paulo, SP
Partido PDT (1999-2009)
PSC (2009-2016)
DEM (2016-2017)
PATRI (2017-2018)
PSL (2018-2022)
UNIÃO (2022)
PL (2022-Presente)
Religião protestantismo
Profissão Empresário e Gestor Financeiro

Vida pessoal editar

Nascido na cidade de São Paulo, Ricardo Arruda Nunes é filho de Osório Arruda Nunes Filho e Elisa Rosa Sabbato Arruda Nunes.[3] Possui formação acadêmica[3] em finanças[2] e em 1986 concluiu especialização em Matemática Financeira, pós-graduação realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo.[3]

Foi diretor presidente do Banco Comercial, atuando nesta instituição financeira de 1989 a 1995, em São Paulo. É ligado a Igreja Mundial do Poder de Deus, onde atuou como consultor financeiro na cidade de São Paulo.[4]

Carreira política editar

Em 2000 foi candidato a vereador pelo PDT em São Paulo (SP), não sendo eleito. Nas eleições de 2010, foi candidato pelo Partido Social Cristão (PSC) a deputado federal pelo Paraná, ficando como suplente à Câmara dos Deputados. Exerceu o mandato de deputado federal no início de 2013, após a licença do deputado Edmar Arruda (PSC). Como residia na cidade de São Paulo, no Paraná foi questionado em relação ao seu domicílio eleitoral, com indícios que o principal domicílio apontado no endereço do deputado não era em Curitiba.[4][6]

Em 2014 recebeu o convite de líderes da Igreja Mundial do Poder de Deus para ser candidato nas eleições.[4] Foi então candidato a deputado estadual pelo PSC, afirmando que percorreu 25 mil km pelo interior do Paraná e visitou cerca de 220 unidades da igreja que pertence.[4] Foi eleito à Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), na coligação que elegeu 12 deputados, liderada pelo candidato Ratinho Júnior. Obteve pouco mais de 23 mil votos.[4] Em março de 2016 migrou para o Democratas, partido da base aliada do então governador Beto Richa.[7][8]

Nas eleições de outubro de 2018 disputou a reeleição ao legislativo estadual, sendo eleito pelo PSL, na coligação formada também pelos partidos: Partido Trabalhista Cristão (PTC) e Patriota (PATRI).[9]

Controvérsias editar

Na declaração de bens do ano de 2014, o deputado declarou à Justiça Eleitoral onze imóveis próprios em seu nome,[10] sendo que nenhum imóvel estaria localizado em Curitiba.[10] Entretanto, desde 2015 recebia, até então, recursos da Alep para alugar um imóvel para sua moradia em Curitiba.[10] O auxílio moradia que recebia foi destinado para pagamento de aluguel e o restante para taxas em um condomínio de casas no bairro Pilarzinho.[10]

Outra situação polêmica foi a nomeação de seu filho de apenas 25 anos na época, Rodrigo Miranda Arruda Nunes, para o cargo de gerente na Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Paraná (Agepar).[11] Outras situações semelhantes são:[12] a esposa, Patrícia Miranda Arruda Nunes, é parte da Junta Administrativa de Recursos e Infrações (Jari), órgão ligado ao Detran.[12] Patrícia ocupou a vaga que antes era ocupada pela irmã do deputado, a advogada Elaine Arruda Nunes Gonçalves que era até então filiada também ao PSC,[13] que foi nomeada diretora adjunta do Departamento de Imprensa Oficial do Estado.[12] Já a sobrinha do deputado, Alessandra Arruda Nunes Morano, ocupou um cargo em comissão na Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Paraná.[12] Todas as indicações de pessoas ligadas a Ricardo Arruda, são indicações do próprio parlamentar e avaliadas e selecionadas internamente em cada repartição.[12] Contudo, durante a repercussão de cada fato, o governo estadual em nota alegou que todas as indicações vão de encontro com a qualificação comprovada de cada função.[12] Além de pessoas com grau de parentesco com o deputado,[14] um jovem de apenas 19 anos, Lucas Cristiano Gonçalves, foi indicado pelo deputado em setembro de 2017 para chefiar a Seção de Patrimônio da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), uma empresa pública do Paraná.[15] Em junho de 2018, já aos 20 anos, Lucas Cristiano Gonçalves foi promovido, sendo nomeado assessor da Presidência na APPA. O jovem, sem ensino superior, confirmou que a indicação era apor meio do referido deputado e alegou perfil técnico qualificado. Em resposta, o deputado negou à imprensa que a indicação tenha partido dele.[12] Em agosto de 2018, o jovem assessor foi exonerado do cargo.[16][16]

Em julho de 2018, a juíza Danielle Maria Busato Sachet, da 2° Vara Cível de Curitiba, determinou a retirada de determinados conteúdos veiculado nas redes sociais do deputado, afirmações consideradas ofensivas, caluniosas e fora de contexto, ultrapassando o limite do razoável em relação ao regular exercício do direito de manifestação.[17]

Também em 2018, defendeu publicamente na Alep uma "intervenção militar" no país. Ressaltou ainda que, a intervenção tem apoio popular, e se for necessário é preciso apoiá-la.[18] Além disso, criticou o Supremo Tribunal Federal (STF), bem como a atuação dos ministros.[18] Outra questão polêmica, foi de ter acusado durante a sua fala na tribuna na Alep, a senadora Gleisi Hoffmann do Partido dos Trabalhadores, de ter sido a responsável por furar os pneus do ônibus e efetuar tiros contra a caravana do ex-presidente Lula, a qual denominou de "caravana do diabo".[19][20] A então presidente do partido, Gleisi Hoffmann, processou o deputado, entrando com uma ação judicial.[21][22]

Parte de uma obra do artista chinês Liu Ruowang exposta na Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba, montada na área externa do Museu Oscar Niemeyer (MON) desapareceu após o deputado publicar no dia 5 de fevereiro de 2018, em sua página no Facebook, um vídeo criticando a obra. Questionado, o deputado afirmou não acreditar em uma relação entre os fatos e que seria apenas uma coincidência, não apoiando ou incentivando atos de vandalismo.[23][24]

Referências

  1. «Candidatura de Ricardo Arruda». Eleições 2014. 2 de janeiro de 2018. Consultado em 28 de dezembro de 2017 
  2. a b «Perfil de Missionário Ricardo Arruda». Assembléia Legislativa do Paraná. 2 de janeiro de 2018. Consultado em 2 de janeiro de 2018 
  3. a b c d «Biografia de Ricardo Arruda no portal da Câmara dos Deputados». Câmara dos Deputados. Consultado em 28 de dezembro de 2018 
  4. a b c d e f Taiana Bubniak (30 de janeiro de 2015). «Missionário Ricardo Arruda: por mais atenção para as igrejas». Gazeta do Povo. Consultado em 5 de maio de 2020 
  5. «'Janela' também movimenta trocas de partido na Assembleia». Bem Paraná. 8 de março de 2018. Consultado em 28 de dezembro de 2018 
  6. «Eleito pelo Paraná, deputado do PSC tem residência em São Paulo». Gazeta do Povo. 12 de abril de 2013. Consultado em 28 de dezembro de 2018 
  7. «Janela partidária torna o PSDB a maior bancada da Assembleia Legislativa». ALEP. 21 de março de 2016. Consultado em 5 de maio de 2020 
  8. «Deputado Missionário Ricardo Arruda reforça a bancada do DEM na Alep». Plauto Miró. 2016. Consultado em 5 de maio de 2020 
  9. «Candidato Missionário Ricardo Arruda». Gazeta do Povo. 2018. Consultado em 28 de dezembro de 2018 
  10. a b c d «Deputado do Paraná declarou possuir 11 imóveis, mas mesmo assim recebe auxílio moradia». Tribuna. 22 de fevereiro de 2018. Consultado em 28 de dezembro de 2018 
  11. João Frey (12 de junho de 2018). «Aos 25 anos, filho de deputado é nomeado para cargo de R$ 11 mil no governo do PR». Gazeta do Povo. Consultado em 28 de dezembro de 2018 
  12. a b c d e f g «Porto exonera jovem de 20 anos que tinha cargo na assessoria da presidência». JB Litoral. 10 de agosto de 2018. Consultado em 28 de dezembro de 2018 
  13. «Filiação Partidária ao PSC em Curitiba». curitiba.pr.filiaweb.com. Consultado em 28 de dezembro de 2018 
  14. João Frey (19 de julho de 2018). «Além de filho, esposa e irmã de deputado têm cargos no governo Cida». Gazeta do Povo. Consultado em 28 de dezembro de 2018 
  15. Eriksson Denk (9 de agosto de 2018). «Indicado por deputado, jovem de 20 anos é assessor da presidência do porto e recebe R$ 11 mil.». Gazeta do Povo. Consultado em 28 de dezembro de 2018 
  16. a b Eriksson Denk (10 de agosto de 2018). «Porto exonera jovem de 20 anos que tinha cargo na assessoria da presidência». Gazeta do Povo. Consultado em 28 de dezembro de 2018 
  17. Narley Resende (18 de julho de 2018). «Juíza manda Missionário Arruda retirar vídeo contra deputado do PT». Bem Paraná. Consultado em 28 de dezembro de 2018 
  18. a b Fernando Garcel (2018). «Deputado comete crime ao apoiar intervenção militar em plenário? Especialista comenta». Paraná Portal. Consultado em 4 de abril de 2018 
  19. Fernando Tupan (9 de abril de 2018). «Ricardo Arruda chama de caravana do diabo a militância do PT na PF». Bem Paraná. Consultado em 28 de dezembro de 2018 
  20. Rogério Galindo (4 de abril de 2018). «Deputado evangélico acusa Gleisi de dar tiro contra ônibus de Lula». Gazeta do Povo. Consultado em 28 de dezembro de 2018 
  21. Marcelo Rocha (7 de março de 2018). «Presidente do PT processa deputado paranaense por injúria». Época. Consultado em 28 de dezembro de 2018 
  22. João Frey (13 de março de 2018). «Gleisi processa deputado por xingamentos ao PT; a briga é boa para os dois». Gazeta do Povo. Consultado em 28 de dezembro de 2018 
  23. «Parte de obra chinesa desaparece na Bienal de Curitiba». Exame. 19 de fevereiro de 2018. Consultado em 28 de dezembro de 2018 
  24. Nelson Gobbi e Jan Niklas (19 de fevereiro de 2018). «Parte de escultura chinesa 'Pecado original' é roubada na Bienal de Curitiba». Globo. Consultado em 28 de dezembro de 2018 
  Este artigo sobre um(a) político(a) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.