O rito bizantino, por vezes igualmente designado rito constantinopolitano e também chamado rito grego, é o rito da antiga Constantinopla que é usado nos dias de hoje como rito ordinário da Igreja Ortodoxa e de boa parte da Igreja Católica Oriental, além de minorias na Comunhão Anglicana e no luteranismo.[1][2]

É um dos ritos existentes mais antigos, tendo seus precursores nas práticas da Igreja Primitiva, mas passando por diversas adições em combate a controvérsias religiosas e com a elaboração das festas. Sua liturgia mais antiga é Divina Liturgia de São Basílio, composta pelo metropolita de Cesareia epônimo no século IV, com base na Divina Liturgia de São Tiago, em costumes da Capadócia e nas Constituições Apostólicas.[3][4][5][6] Santo Basílio pessoalmente falou em diversas ocasiões das mudanças que fez em serviço de Cesareia.[7][8] O rito, pois, começou a formar sua identidade na Capadócia, sendo então transportado para Constantinopla e subsequentemente influenciado pelo rito antioquino primitivo, pelo que é frequentemente conhecido como "rito constantinopolitano".[9] Sua forma atual é uma síntese de dois ritos distintos: o rito de catedral, como era praticado na Santa Sofia, e o typikon de Mar Saba. A este elemento monástico é devida a extrema complexidade deste rito.

Possui quatro ordinários para a celebração eucarística, conhecida como Divina Liturgia: a de São Basílio e São Tiago supracitadas; a de São João Crisóstomo, simplificação da de São Basílio hoje ordinária e a de São Gregório o Grande, utilizada para os pré-santificados. Outras liturgias podem vir a ser usadas em menor escala.

O rito bizantino orienta sua musicação a partir do octoeco, cujos modos são alternados ao longo de seu ano litúrgico próprio. Há diferenças radicais, contudo, na interpretação do octoeco entre diferentes celebrantes do rito bizantino, com uma matriz grega, uma eslava oriental com grandes ramificações e uma diversificada tradição georgiana.[10]

Além da Igreja Ortodoxa de forma geral, é utilizada nas seguintes igrejas católicas orientais:

Ver também editar

Ligações externas editar

Referências

  1. «Society for Eastern Rite Anglicanism (SERA) |». www.easternanglicanism.org. Consultado em 18 de março de 2016 
  2. «The Divine Liturgy of Saint John Chrysostom, used by the Ukrainian Lutheran Church, and its missing elements  : OMHKSEA». www.omhksea.org. Consultado em 3 de maio de 2016 
  3. Gregory of Nazianzus, «euchon diataxis -- Oration XX», in: Jacques Paul Migne, Patrologia Graecae, XXXV, 761, Paris: Imprimerie Catholique 
  4. Gregory of Nyssa, «Hierourgia, In laudem fr. Bas.», in: Jacques Paul Migne, Patrologia Graecae, XLVI, 808, Paris: Imprimerie Catholique 
  5. Proclus of Constantinople, «De traditione divinæ Missæ», in: Jacques Paul Migne, Patrologia Graecae, XLV, 849, Paris: Imprimerie Catholique 
  6. Fortescue, Adrian (1908), «The Rite of Constantinople», The Catholic Encyclopedia, IV, New York: Robert Appleton Company, consultado em 15 de dezembro de 2007 
  7. Basil of Caesarea, «Epistle CVII», in: Jacques Paul Migne, Patrologia Graecae, XXXII, 763, Paris: Imprimerie Catholique 
  8. Basil of Caesarea, «Oration XX», in: Jacques Paul Migne, Patrologia Graecae, XXXV, 761, Paris: Imprimerie Catholique 
  9. Fortescue, Adrian (1907). «Greek Rites». Catholic Encyclopedia (em inglês). 1. Nova Iorque: Robert Appleton Company. Consultado em 4 de março de 2018 
  10. Metropolitan Cantor Institute. «The Cycle of Eight Tones». Byzantine Catholic Archeparchy of Pittsburgh (em inglês). Consultado em 20 de março de 2020