Robótica

ciência que estuda os robôs

Robótica é um ramo educacional e tecnológico que trata de sistemas compostos por partes mecânicas automáticas em conjunto com circuitos integrados, tornando sistemas mecânicos motorizados controlados por circuitos elétricos e inteligência computacional. A robótica é objeto de estudo de diversas áreas: computação, aeroespacial, mecânica, automação, elétrica, etc.

Curiosity, astromóvel-robô empregado na exploração de Marte

Cada vez mais as pessoas utilizam os robôs para suas tarefas, como por exemplo o robô aspirador, e robôs para cirurgias médicas.[1] Esta tecnologia, hoje adaptada por muitas fábricas e indústrias, tem obtido, de modo geral, êxito em questões como redução de custos, aumento de produtividade e redução de problemas trabalhistas.[2] Contudo, apesar das vantagens, os robôs acabam trazendo outros problemas específicos, como a demissão de vários funcionários humanos.[3]

Etimologia e história do termo editar

O termo robô foi usado pela primeira vez pelo checo Karel Capek (1890-1938) na peça de teatro intitulada R.U.R. (Rossum's Universal Robots, cujo livro foi lançado no Brasil pela editora Hedra com o título A Fábrica de Robôs),[4] estreada em janeiro de 1921 em Praga.[5] Inicialmente Capek estava decidido a chamar as criaturas automatas da sua peça de labori, em clara referência ao latin labor, "trabalho", mas acatou a sugestão de seu irmão, Josef Čapek (1887-1945) o verdadeiro criador da palavra (ver: Irmãos Čapek)[6] e os chamou de roboti (plural). A palavra robô, derivada de robot/roboti (singular/plural) tem como raiz a palavra checa robota,[7] a qual significa "trabalho forçado, servidão" [8] e tem como uma de suas derivações a palavra rabu, que significa "escravo".[9] Os "robôs" de R.U.R. eram fabricados com matéria orgânica sintética[10] sendo, portanto, mais próximos dos replicantes e dos clones humanos [11] enquanto que na concepção atual, "robô" é definido como sendo composto por partes totalmente mecânicas.

O termo robótica foi criado e popularizado pelo escritor de ficção cientifica Isaac Asimov, no seu livro " I, Robot" de 1950. Neste livro, Asimov criou as Leis da robótica, que, segundo ele, regeriam os robôs no futuro:[12] Crítico de R.U.R., Asimov desenvolveu as Leis para evitar rebeliões de máquinas como as vistas na peça.[13]

  1. Um robô não pode ferir um ser humano ou, por ócio, permitir que um ser humano sofra algum mal.
  2. Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens contrariem a Primeira Lei.
  3. Um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira e Segunda Leis.[14]

A ideia de se construir robôs começou a tomar força no início do século XX[15] com a necessidade de aumentar a produtividade e melhorar a qualidade dos produtos. É nesta época que o robô industrial encontrou suas primeiras aplicações, o pai da robótica industrial foi George Devol (1912-2011). Devol criou o primeiro robô industrial, denominado Unimate,[16] o qual foi instalado na fábrica da Ford Motor Company de Trenton (Nova Jérsei) em 1961.[17] Devido aos inúmeros recursos que os sistemas de microcomputadores nos oferece, a robótica atravessa uma época de contínuo crescimento que permitirá, em um curto espaço de tempo, o desenvolvimento de robôs inteligentes fazendo assim a ficção do homem antigo se tornar a realidade do homem moderno.

Robótica coletiva editar

A robótica de enxame trabalha com robôs grandes e pequenos e simples onde o objetivo é a otimização da realização de tarefas coletivas complexas.[18][19][20][21]

O fenômeno da robotização editar

 Ver artigo principal: Robotização

Robotização é o nome dado ao processo que envolve a implementação de ferramentas tecnológicas que possibilitem a substituição de tarefas outrora executadas por humanos, de forma que tais atividades passem a ser executadas por meio de robôs.[22].

A tecnologia envolvendo a robotização é altamente sofisticada e requer elevado grau de conhecimento, e altos níveis de desenvolvimento técnico-científico.[23] Dentre as áreas mais comumente robotizadas, temos o setor computacional, setor aeroespacial, automação industrial (indústria automobilística, têxtil, etc.), setor militar e as atividades médico-hospitalares.[24]

Galeria editar

     
Unimate, o primeiro
robô industrial.[16]
Um robô
humanoide

da Toyota.
Curiosity, astromóvel-robô
empregado na exploração de Marte.

Ver também editar

Referências

  1. SANTOS, Mauro Dias; LEME, Murilo Oliveira. Indústria 4.0: Fundamentos, perspectivas e aplicações. São Paulo: Érica, 2018.
  2. CRAIG, John J. Robótica. 3 ed. São Paulo: Pearson, 2013.
  3. REIS, Fábio. Revolução 4.0. A Educação na era dos Robôs. São Paulo: Cultura, 2019.
  4. Bráulio Tavares (30 de dezembro de 2011). «Livro explora novos rumos na ficção científica». Folha de S.Paulo 
  5. Zunt, Dominik. «Who did actually invent the word "robot" and what does it mean?». The Karel Čapek website. Consultado em 8 de março de 2010. Arquivado do original em 23 de janeiro de 2013 
  6. «Who did invent the word "robot" and what does it mean?». Adelaide Robotics Academy (em inglês). Consultado em 3 de julho de 2020 
  7. MOLLE, H.; ADAMS, J. Arduino Para Robótica. São Paulo: Blucher, 2019.
  8. Conhecer 2000, Vol. 01 (Tecnologia), pág. 96, Nova Cultural, 1995. Consultado em 29 de junho de 2020
  9. «Where Does the Word Robot Come From?». Today I Found Out (em inglês). 11 de maio de 2012. Consultado em 23 de maio de 2016 
  10. John Danaher, Neil McArthur (13 de outubro de 2017). «Robot Sex: Social and Ethical Implications». MIT Press, pág. 04, (em inglês). ISBN 9780262036689 Consultado em 29 de junho de 2020.
  11. Kate Devlin (18 de outubro de 2018). «Turned On: Science, Sex and Robots». Bloomsbury Publishing (Google Livros) (em inglês). Consultado em 29 de junho de 2020 
  12. GROOVER, M. P. Robótica Tecnologia e Programação. Belo Horizonte: MGH, 1988.
  13. Alison "Boom" Baumgartner (8 de dezembro de 2016). «Throwback Thursday: "Rossum's Universal Robots" (1920)». Sciencefiction.com (em inglês). Consultado em 25 de maio de 2022 
  14. Três Leis da Robótica:

    Primeira Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.
    Segunda Lei: Um robô deve obedecer às ordens dadas por seres humanos exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei.
    Terceira Lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou a Segunda Lei.
    Fonte: (Tecmundo).
    Consultado em 25 de maio de 2022
  15. ALMEIDA, P. S. Indústria 4.0: Princípios básicos, aplicabilidade e implantação. São Paulo: Erica, 2019.
  16. a b Kelly, Lyn (2 de julho de 2019). «Unimate: the First Industrial Robot and Why it Failed». History101.com (em inglês). Consultado em 30 de junho de 2020 
  17. «Unimate Industrial Robot in Use in Factory, 1968-1975». Thehenryford.org (em inglês). Consultado em 30 de junho de 2020 
  18. «Robótica de enxame: robôs unidos jamais serão vencidos». Consultado em 21 de setembro de 2016 
  19. «Você já ouviu falar em robótica de enxame?». Consultado em 21 de setembro de 2016 
  20. «Enxame de robôs: projeto incrível de robótica usa inteligência artificial». 9 de fevereiro de 2016. Consultado em 21 de setembro de 2016 
  21. «Enxame de 1.000 robôs mostra inteligência artificial coletiva». Consultado em 21 de setembro de 2016 
  22. Bernard Marr (16 de outubro de 2017). «The 4 Ds Of Robotization: Dull, Dirty, Dangerous And Dear». FORBES. Consultado em 14 de agosto de 2018 
  23. ROMERO, R. A. F.; PRESTES, E. Robótica Móvel. São Paulo: LTC, 2017.
  24. Wakefield, J. «Quais profissões estão ameaçadas pelos robôs?». BBC 

Ligações externas editar

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