Romano Lunardi

político brasileiro

Romano Lunardi (Castelnuovo di Garfagnana, Lucca, Italia 25 de janeiro de 1851 — Caxias do Sul, 22 de junho de 1922) foi um comerciante e político ítalo-brasileiro. [1]

Romano Lunardi
Romano Lunardi
Cidadania Brasil
Ocupação político

Trabalhou na Córsega e na Sardenha, chegando no Brasil foi morar no Campo dos Bugres, forte e robusto foi destacado para ir buscar alimentos em São Sebastião do Caí, quando enfrentava toda a sorte de perigos na mata. Construiu o primeiro sobrado de Caxias do Sul, onde instalou sua casa comercial, a casa mais tarde serviria como fortaleza na revolução dos maragatos.[2]

Foi um dos fundadores, em 27 de abril de 1890, do Diretório do Partido Republicano Rio-Grandense da freguesia de Caxias do Sul,[3] e pouco depois foi indicado pelo Governo do Estado membro da Junta Governativa que dirigiu Caxias a partir de sua emancipação em 20 de junho de 1890, acumulando funções executivas e legislativas. Lunardi assumiu um posto nesta magistratura em 30 de setembro de 1890, substituindo Pedro Oldra, permanecendo no exercício até a dissolução da Junta em 15 de dezembro de 1891, que deu lugar ao primeiro Conselho Municipal.[4] Lunardi havia concorrido à eleição de 20 de outubro para o Conselho com sucesso, tomando posse em 15 dezembro de 1891 e exercendo seu mandato até 1896, participando da aprovação de importantes leis que organizaram a vida do nascente município: a Lei Orgânica, o Código de Posturas e o Regimento Interno.[5]

Foi também um dos fundadores da Sociedade Príncipe de Nápoles, influente associação de mútuo socorro,[6] um dos empresários mais ricos da cidade em seus primeiros tempos,[7] carreteiro e dono de uma casa de negócios que trabalhava com atacado e varejo de tecidos, chapéus, roupas, ferramentas e secos e molhados,[8] e um dos fundadores e membro da primeira Diretoria da Associação Comercial,[9] criada em 1901, que em pouco tempo se tornou a mais influente associação civil após a Intendência e o Conselho.[10]

Ao falecer foi louvado como "um dos mais fortes capitalistas desta praça", "vastamente relacionado", tendo conseguido sua fortuna "honradamente, a golpes de esforço e tenacidade".[6]Foi casado com Antônia D'Ambros, deixando os filhos Adelmir,[11] Adelino,[12] Amabile, Severina, Clélia, Hugo e Higino.[13] Em 1925 foi reconhecido como um dos fundadores da cidade no grande álbum comemorativo dos 50 anos da imigração italiana, publicado pelo Governo do Estado e o Consulado da Itália,[14] e hoje seu nome batiza uma rua em Caxias.[2]

Referências

  1. Certidão de óbito do mesmo. Brasil: [s.n.] 
  2. a b Centenário da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul, 1875-1975. Rio Grande do Sul, Brasil.: Edel. 1975. pp. pag; 140 
  3. "Caxias". A Federação, 09/06/1890
  4. Adami, João Spadari. História de Caxias do Sul 1864-1970. Edições Paulinas, 1971, p. 274
  5. Centro de Memória da Câmara Municipal de Caxias do Sul [Onzi, Geni Salete (org.)]. Palavra e Poder: 120 anos do Poder Legislativo em Caxias do Sul. Ed. São Miguel, 2012, pp.
  6. a b "Necrologia". O Brazil, 24/06/1922
  7. Stormowski, Márcia Sanocki. Crescimento econômico e desigualdade social: o caso da ex-colônia Caxias: 1875-1910. Dissertação de Mestrado. UFRGS, 2005, p. 111
  8. "Gran Casa di Negozio". Città di Caxias, 01/01/1913
  9. "O 38º aniversário da Associação dos Comerciantes". O Momento, 07/08/1939
  10. Machado, Maria Abel & Herédia, Vania Beatriz Merlotti. Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul: 100 Anos de História 1901-2001. Maneco, 2001
  11. "Necrologia". A Federação, 26/02/1934
  12. "Secção Livre". O Brazil, 20/08/1916
  13. "Hygino Lunardi". A Época, 09/02/1941
  14. Cichero, Lorenzo (pres.) et al. [Edição fac-similar. De Boni, Luís Alberto & Costa, Rovílio (orgs.)]. Cinquantenario della Colonizzazione Italiana nel Rio Grande del Sud, 1875-1925, vol. I. Livraria do Globo, 1925 / Posenato Arte & Cultura, 2000, p. 429

Ver também editar

Prefeitos de Caxias do Sul
Precedido por
Distrito de São Sebastião do Caí
 
Junta Governativa de Caxias do Sul
2 de julho de 1890 – 15 de dezembro de 1891
Sucedido por
Antônio Xavier da Luz