Paeonia broteri

(Redirecionado de Rosa-albardeira)

Paeonia broteri Boiss. & Reut., 1842, conhecida pelo nome comum de rosa-albardeira, é uma espécie de planta com flor pertencente à família Paeoniaceae,[2] da ordem Saxifragales[3] (em algumas classificações integrada na ordem Dilleniales). A espécie é estreitamene aparentada com P. mascula. O epíteto específico broteri foi criado em homenagem a Félix de Avelar Brotero, botânico contemporâneo de Carolus Linnaeus. A espécie aparece frequentemente referida pelo sinónimo taxonómico Paeonia broteroi.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaPaeonia broteri
rosa-albardeira
Paeonia broteri, a rosa-albardeira.
Paeonia broteri, a rosa-albardeira.
Classificação científica
Reino: Plantae
Sub-reino: Tracheobionta
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Saxifragales
Dilleniales
Família: Paeoniaceae
Género: Paeonia
Espécie: P. broteri
Nome binomial
Paeonia broteri
Boiss. & Reut.
Sinónimos
  • Paeonia broteri var. ovatifolia Boiss. & Reut.
  • Paeonia corallina var. broteri (Boiss. & Reut.) Coss.
  • Paeonia corallina f. broteri (Boiss. & Reut.) Voss
  • Paeonia corallina f. ovatifolia (Boiss. & Reut.) Rouy & Foucaud
  • Paeonia lobata Desf. ex DC. nom. illeg.
  • Paeonia lusitanica (Mill)
  • Paeonia lusitanica var. ovatifolia (Boiss. & Reut.) Samp.
  • Paeonia mascula var. broteri (Boiss. & Reut.) Gürke
  • Paeonia mascula var. lusitanica (Mill.) Samp.
  • Paeonia mascula var. ovatifolia (Boiss. & Reut.)
  • Paeonia mascula f. ovatifolia (Boiss. & Reut.) Cout.
  • Paeonia officinalis var lusitanica (Mill.) Martyn[1]
Detalhe da flor.
A planta no seu habitat (Sierra Madrona).
Hábito da espécie.

Descrição editar

P. broteri é uma planta arbustiva, com até 70 cm de altura, com vistosas flores vermelhas ou cor de rosa.[4] Tem folhas compostas, por vezes obovadas ou oval-lanceoladas, de coloração verde brilhante na face superior e glabras na face inferior, sésseis ou subsésseis, de ápice agudo, de 16 a 19 folíolos de 3 a 4 cm de largura. Caules glabros de 50 cm de altura, em cuja base apresente umas folhas de cor vermelha.

As flores são hermafroditas, grandes, solitárias, de 5 sépalas e de 5 a 10 pétalas, de coloração vermelha, com numerosos estames e anteras amarelas e carpelos lanosos.

O fruto é um folículo coberto com pelos esbranquiçados, contendo sementes que quando amadurecem são negras.

A espécie apresenta grande variabilidade morfológica natural, o que originou uma alargada sinonímia já que diferentes formas foram atribuídas a diferentes taxa.

A análise citológica revelou que a espécie apresenta um número de cromossomas de 2n=10 (como a restante família Paeoniaceae e táxones infra-específicos).[5]

Ecologia e habitat editar

A espécie é silicícola, preferindo bosques, zonas umbrosas e pedregosas, matorrais de montanha, sub-bosques de montados, bosques de Quercus faginea, azinhais, carvalhais e matas ripárias.

A espécie é indicadora das associações botânicas que caracterizam a província Carpetano-Ibérico-Leonesa, sendo parte das associações Luzula forsteri-Quercus pyrenaica (típicas da região de Guadarrama) e Juniperus oxycedrus-Quercus rotundifolia (matas carpetanas), ocorrendo a altitudes que vão de 100 m a 1850 m acima do nível médio do mar.

É uma planta endémica da Península Ibérica. Aparece nos sistemas montanhosos do centro e sul de Espanha e em Portugal, onde ocorrem em zonas de solos siliciosos, em sub-bosques de azinheiras e outras espécies do género Quercus.

A espécie Paeonia broteri foi descrita por Boiss. & Reut. e publicada em Diagnoses Plantarum Novarum Hispanicarum, 4, 1842.[6]

A etimologia do nome genérico Paeonia deriva do latim paeǒnĭa, ae, criado a partir do nome do deus Péon, o médico dos deuses que aparece mencionado na Ilíada e na Odisseia de Homero. A aplicação da planta curou Ares quando foi ferido por Diomedes durante a Guerra de Troia. Também é mencionada uma cura anterior, quando foi usada por Hades que havia sido ferido por uma flecha lançada por Héracles em Pilos.[7] Também é mencionado em Plínio o Velho (livro 25, X(1)), que recomenda o uso da planta contra «os pesadelos provocadas pelos Faunos.»[8] [9]

Notas

  1. Paeonia broteri em PlantList
  2. «United States Department of Agriculture. Agricultural Research Service, Beltsville Area, "Paeonia broteri", Germplasm Resources Information Network, 2012.». Consultado em 8 de abril de 2014. Arquivado do original em 7 de abril de 2014 
  3. Abreviatura oficial e lista de nomes de plantas e fungos atribuídos a Paeonia broteri no The International Plant Names Index (IPNI) (em inglês).
  4. Page, Martin (1997). The Gardener's Guide to Growing Peonies. [S.l.]: David & Charles. ISBN 0-88192-408-3 
  5. Sur la caryologie de quelques plantes récoltées pendant la III Reunion de Botanique Péninsulaire. Fernandes, A. & M. Queirós (1971) Mem. Soc. Brot. 21: 343-385
  6. «Paeonia broteri». Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 22 de janeiro de 2013 
  7. En Nombres Botánicos
  8. Pliny the Elder: the Natural History - liber XXV, X, 29
  9. Pline l'Ancien - Histoire Naturelle, tome 2, livre XXV, X, 1 - Traduction française : É. Littré

Bibliografia editar

  • Brummitt, R. K. 2007. Report of the Nomenclature Committee for Vascular Plants: 58. Taxon 56(2): 590–594.
  • Hong, D. Y. & S. Castroviejo Bolíbar. 2005. (1682) Proposal to conserve the name Paeonia broteri against P. lusitanica (Paeoniaceae). Taxon 54(1): 211–212.

Referências editar

Ligações externas editar

 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Paeonia broteri
 
Wikispecies
O Wikispecies tem informações sobre: Paeonia broteri