Rua das Flores (Porto)

rua no Porto, Portugal
PORTO
Rua das Flores

Rua das Flores
Freguesia(s): e Vitória
Lugar, bairro: Baixa do Porto
Início: Largo de São Domingos
Término: Praça de Almeida Garrett
Abertura: 1521-1525
Designação anterior: Rua da Santa Catarina das Flores


Toponímia do Porto

A Rua das Flores é um arruamento nas freguesias da e Vitória da cidade do Porto, em Portugal.

Casa dos Maias, do século XVI.
Igreja da Misericórdia do Porto, cuja construção se iniciou em 1559.
Casa da Companhia, onde funcionou a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, criada pelo marquês de Pombal.

Origem do nome

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O nome da rua provém das viçosas hortas, recheadas de flores, que existiam nos terrenos por onde a rua foi aberta: as hortas do bispo.[1] À época era bispo do Porto D. Pedro Álvares da Costa, cuja tamanha devoção por Santa Catarina do Monte Sinai explica o nome inicial do arruamento: "Rua de Santa Catarina das Flores".

História

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A rua foi aberta entre 1521-1525, no final do reinado de D. Manuel, em terrenos ocupados pelas hortas do bispo, quando foi denominada "Rua de Santa Catarina das Flores".[2]

A abertura da nova rua, ligando o Largo de São Domingos à Porta de Carros (atual Praça de Almeida Garrett), correspondeu às necessidades do crescimento populacional e do desenvolvimento económico. Com a abertura da Rua das Flores, o largo quinhentista de São Domingos conheceu também importantes transformações, albergando a primeira "fonte redonda" do Porto.[3]

A construção da nova rua coincidiu, por um lado, com o fim do privilégio ancestral de proibição de estadia dos nobres na cidade e, por outro, com a crescente afirmação de uma burguesia mercantil, cultivadora do gosto pelos grandes palácios e por ambientes repletos de luxo. A Rua das Flores será um belíssimo exemplo de concretização destas duas tendências.[4]

A construção nas Flores foi feita segundo moldes inéditos pois, pela primeira vez na história urbana da cidade, surgiu uma regulamentação precisa sobre o tipo de habitação a construir, obrigando a uma regularização das duas margens da rua, possibilitando a boa visibilidade das fachadas.

O núcleo mais representativo dos habitantes da rua foi constituído pela designada aristocracia urbana — cidadãos ligados à administração municipal da cidade e da Coroa, mercadores, frequentemente nobilitados, e alguns cristãos-novos —, conotando a rua com um forte caráter elitista, que o espaço edificado procurava confirmar.

No entanto, a zona alta da rua foi habitada por homens ligados, sobretudo, aos ofícios: mecânicos, sapateiros, caldeireiros, serralheiros, pedreiros, ferreiros, etc.[5] O extraordinário afluxo destes homens ao Porto está ligado ao fenómeno de "enobrecimento da cidade" e ao facto da rua se encontrar, na época, junto a um dos maiores estaleiros da cidade, o Mosteiro de São Bento de Avé-Maria. Também fixaram residência nesta rua comerciantes e industriais, barbeiros sangradores, cirurgiões, bem como alguns clérigos e juízes-de-fora.

Pontos de interesse

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Livraria Chaminé da Mota, Alfarrabista no nº-28 casa fundada em 1981, compra e venda de livros e antiguidades.

Acessos

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Referências

  1. «Roda de Navalhas». Geocaching.com 
  2. AFONSO, José Ferrão. A Rua das Flores no século XVI. Elementos para a História Urbana do Porto Quinhentista, FAUP - Publicações, Porto, 2000, p. 19
  3. AFONSO. Op. cit., p. 102
  4. REAL, Manuel Luís e TAVARES, Rui. "Bases para a compreensão do desenvolvimento urbanístico do Porto". Separata de Povos e Culturas, nº 2. Porto, 1987, p. 399
  5. AFONSO. Op. cit., p. 134
 
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