Rua do Salitre
A Rua do Salitre é uma rua da freguesia de Santo António (anteriormente São Mamede e do Coração de Jesus), em Lisboa.
Rua do Salitre
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Freguesia(s) | Santo António |
Início | Avenida da Liberdade |
Término | Largo do Rato |
Homenagem a | Extração de nitrato de potássio |
Designação anterior | Rua da Palmeira |

A Rua do Salitre é uma rua tradicional de Lisboa, ligando o Largo do Rato à Avenida da Liberdade, através de uma descida íngreme e apertada.
Inicialmente denominada Rua da Palmeira ou dos Cartuxos, porque na Horta da Palmeira estava instalado o Hospício do Monte Olivete, dos frades cartuxos de São Bruno, onde funcionou, de 1833 a 1885, a Escola Militar Veterinária.[1] A partir de 1665 surge a denominação atual, com origem nas nitreiras (de onde se extraía o nitrato de potássio, também designado por salitre) existentes por volta do século XVI na horta dos frades cartuxos.[2]
Originalmente a Rua do Salitre estendia-se até à Rua das Pretas, constituindo o limite norte do Passeio Público. Com a abertura da Avenida da Liberdade, foram demolidos vários prédios da rua e esta passou a terminar na zona onde mais tarde seria construído o Palácio Mayer, em 1899, com projeto do arquitecto Nicolau Bigaglia e que seria premiado com o Prémio Valmor de 1902.
O Palácio Mayer deu o nome ao Parque Mayer, nas traseiras da Rua do Salitre, um zona de diversão nocturna da cidade de Lisboa durante todo o século XX, com vários teatros de revista, restaurantes e outras casas de diversão. Toda esta zona baixa da Rua do Salitre era já, desde o século XVIII, uma zona boémia e de diversão, onde pontuavam o Teatro do Salitre e o tauródromo (ambos demolidos em 1879), bem como instalações de circo (que desapareceram em 1875), botequins e bilhares.
Para além do Palácio Mayer, existem ainda na rua alguns edifícios e palacetes de interesse, nomeadamente o belo palacete onde hoje se situa a sede da Fundação Oriente, no n.º 66, edifício de 1876, com um belo jardim e fachada com azulejos do século XVIII,[3] bem como o palacete do século XVIII, em estilo pombalino decorado com belos azulejos do século XVIII,, dispondo de um jardim com espécies tropicais, nomeadamente um dragoeiro centenário.[4] Mais recentemente, no Largo Jean Monnet, que abre directamente para a rua do Salitre, foi construído o moderno Edifício Jean Monnet, um Centro de Documentação da União Europeia. De destacar ainda a existência do conjunto de edifícios do nº169 ao nº187 que são representativos da Art Deco e do Modernismo Radical.[5]
Em 2017, a Rua do Salitre lidera o top das artérias com a habitação mais cara à venda em Portugal com os proprietários de casas desta rua a pedirem, em média, €2,9 milhões a quem quiser adquirir um dos seus imóveis.[6]
Referências
- ↑ «História da Medicina Veterinária». Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários. Consultado em 21 de fevereiro de 2013
- ↑ «Rua do Salitre». Toponímia de Lisboa. Câmara Municipal de Lisboa
- ↑ Fundação Oriente. «A Fundação». Foriente.pt. Consultado em 30 de setembro de 2008
- ↑ «Instalações». Instituto Italiano de Cultura de Lisboa. Consultado em 30 de setembro de 2008
- ↑ «Património». Junta de Freguesia de São Mamede. Consultado em 21 de fevereiro de 2013
- ↑ «E as ruas com as casas mais caras de Portugal são...»