São Sebastião (Setúbal)
São Sebastião é uma freguesia portuguesa do município de Setúbal[1], com 19,64 km² de área[2] e 52 627 habitantes (censo de 2021)[3]. A sua densidade populacional é 2 679,6 hab./km².
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Freguesia | ||||
Casa de Bocage | ||||
Símbolos | ||||
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Localização | ||||
Localização no município de Setúbal | ||||
Localização de São Sebastião em Portugal | ||||
Coordenadas | ||||
Região | Área Metropolitana de Lisboa | |||
Sub-região | Área Metropolitana de Lisboa | |||
Município | ![]() | |||
Código | 151205 | |||
Administração | ||||
Tipo | Junta de freguesia | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 19,64 km² | |||
População total (2021) | 52 627 hab. | |||
Densidade | 2 679,6 hab./km² | |||
Sítio | http://www.jfss.pt/ |
No censo de 2021, foi a sétima freguesia portuguesa em número de residentes.[3]
Fica na cidade de Setúbal e engloba os bairros de S. Domingos, Bairro Conceição, Bairro Santos Nicolau, Bairro Humberto Delgado, Terroa, Bairro do Peixe Frito, Manteigadas, Bairro Fonte do Lavra, Monte Belo Norte e Sul, Azeda e Nova Azeda, Tebaida, Baptista, Pinheirinhos, Camarinha, Dias, Fontaínhas, Palhais Alto, Monarquina, Vale de Cerejeiras, Aranguês, Tetra e Bela Vista.
DemografiaEditar
A população registada nos censos foi:[3]
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Distribuição da População por Grupos Etários[5] | ||||
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Ano | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos |
2001 | 9212 | 8053 | 29216 | 6333 |
2011 | 9134 | 5752 | 29600 | 8056 |
2021 | 7951 | 6045 | 27900 | 10731 |
HistóriaEditar
A história da freguesia de S. Sebastião começa a 14 de março de 1553 por uma «Carta de Desmembração e Separação e Nova Criação de Igrejas Matrizes», que foi dada pelo Arcebispo de Lisboa, D. Fernando, sendo composta por trezentos e sessenta e um fogos disseminados pelos lugares de Palhais e Fontaínhas e por diversas ruas situadas no recinto amuralhado medievo, entre o postigo do Ouvidor e a Porta da Vila.
A divisão então realizada com a paróquia de Santa Maria passava mais a ocidente do que a linha divisória atual.
A criação desta freguesia constitui a consagração do crescimento de Setúbal para Este da linha de muralhas e é subsequente à ordem real de abertura da Porta de S. Sebastião, em 1533, de modo a que melhor se servisse a população.
O nome de Porta de S. Sebastião provém da Ermida de S. Sebastião, que existia defronte à nova porta, e que tinha sido fundada em 1490, no centro do atual Largo do Miradouro.
Neste templo ficou instituída a paróquia que aí esteve até 1821, data em que foi mudada para a Igreja do Convento dos Grilos e em 1835 transitou para a Igreja do Convento de S. Domingos, entretanto extinto, onde ainda se encontra na atualidade.
A primitiva Ermida de S. Sebastião que havia tido grandes remodelações no século XVII e remodelada no século XVIII, ficou muito abalada com o terramoto de 1755, não conseguindo, após esse fatídico acontecimento e apesar das obras feitas, escapar à ruína, vindo a ser demolida entre 1849 e 1857, por ordem da Câmara Municipal.
Entre a segunda metade do século XVI e finais do século XVIII, a freguesia recebeu instituições religiosas de grande importância. O primeiro foi o Convento de S. Domingos, fundado entre 1564 e 1566, de que se mantém a igreja de estrutura quinhentista, reconstituída após 1755 e algumas das estruturas conventuais.
O Colégio dos Jesuítas, que foi criado em 1655 e ampliado em 1703, e que se encostou ao lado exterior da muralha, levando ao entaipamento da Porta dos Apóstolos. Foi ocupado, depois da expulsão da Ordem dos Jesuítas, por Freiras Bernardas e adaptado a palácio burguês no século XIX.
De 1565 data o Convento de Nossa Senhora da Boa-Hora, da Ordem de Santo Agostinho, edifício que depois da extinção das ordens religiosas foi ocupado pelo primeiro liceu municipal do País e onde se encontra atualmente o tribunal.
Foi na casa n° 10-12 da Rua de S. Domingos, desta freguesia, que nasceu em 15 de setembro de 1765 o genial poeta Manuel Maria Barbosa du Bocage.
No final do século XIX foi construído o Bairro Baptista, que beneficiou da inauguração da via ferroviária que ligava Setúbal ao Barreiro e da Praça de Touros D. Carlos.
O século XX trouxe à Cidade de Setúbal, mas muito marcadamente à freguesia de S. Sebastião, um enorme crescimento populacional a acompanhar o desenvolvimento da indústria conserveira que, nos anos vinte, surgem nos bairros da Monarquina e de S. Nicolau, que consolidam o crescimento para a zona ribeirinha. Com a Implantação da República, o nome da freguesia foi mudado para Bocage, em 1915, retomando o seu nome original com a queda do regime.[6]
A freguesia continua a crescer com a criação dos bairros da Conceição e Carmona, criados nos anos quarenta.
A freguesia de S. Sebastião possui um importante património naval histórico, ressaltando os galeões, que vieram para o Sado cerca de 1890, a partir de Huelva. A razão da sua vinda relaciona-se, diretamente, com a indústria conserveira que gerava a necessidade de grandes quantidades de pescado.
FigurasEditar
- Manuel Maria Barbosa du Bocage, nascido nesta freguesia.
PatrimónioEditar
- Igreja Paroquial de São Sebastião ou Igreja do antigo Convento de São Domingos, (incluindo parte do claustro)
Referências
- ↑ https://newinsetubal.nit.pt/na-cidade/projeto-saude-no-bairro-ganha-premio-de-empreendedorismo-social/
- ↑ «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013
- ↑ a b c Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos»
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
- ↑ INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022
- ↑ «Determina que a Paróquia de São Sebastião do concelho de Setúbal, passe a denominar-se Junta de Paróquia Civil Bocage - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 3 de setembro de 2022