SMPB
A SMPB (ou SMP&B) é uma empresa do ramo da publicidade que tem por um dos sócios Marcos Valério, um dos principais envolvidos no escândalo do mensalão.
A SMP&B, cujos sócios atuais são os empresários Cristiano Paz e Ramon Hollerbach (50% das ações, segundo a denúncia), Clésio Andrade (40%) e Marcos Valério de Souza (10%), pertencia em 1996 apenas aos sócios Cristiano e Ramon, e passava por dificuldades financeiras. Marcos Valério teria sido contratado pelos dois para conseguir o ingresso de um novo sócio a fim de retomar o crescimento do negócio.
Segundo a denúncia, após uma primeira recusa, devido à dívida da empresa (que chegava a R$ 12 milhões), Clésio Andrade decidiu entrar como sócio na empresa, incorporando capital no valor de R$ 1,5 milhão e exigindo a entrada de Marcos Valério para gerir financeiramente a sociedade, de acordo com a restituição.
A denúncia da Procuradoria Geral afirma que Marcos Valério “nunca foi e não é do ramo publicitário ou de comunicação, era um especialista na área financeira”. Segundo o texto, Valério optou por desenvolver suas atividades na área de publicidade pela "facilidade apresentada em tal setor para fraudar a execução de contratos e desviar recursos públicos".
Em 1998, teria começado o esquema de desvio e lavagem de dinheiro, que custou, segundo a denúncia, pelo menos R$ 3,5 milhões ao estado de Minas Gerais. "Em outras palavras, Clésio Andrade,ex PSDB, hoje presidente do PR em Minas Gerais e partido da base aliada do presidente Lula,e ofereceu os serviços delituosos de sua estrutura empresarial para a prática dos crimes de peculato, bem como lavagem de capitais", diz um trecho.
Advogados de Marcos Valério de Souza e de seus sócios contestam o documento elaborado por Antonio Fernando Souza. Entre outros pontos, questionam a ligação ao caso que ficou conhecido como mensalão e a acusação de lavagem de dinheiro por meio de eventos esportivos. Os três sócios da SMPB já respondem, com outras 37 pessoas, a ação penal aberta pelo STF, em agosto deste ano, contra os acusados do mensalão.
Segundo a denúncia, o esquema financiou a campanha do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ao governo de Minas Gerais em 1998. Clésio Andrade do PSDB foi o vice na chapa, mas foi no governo de Lula que a SMP&B fechou seus maiores contratos, incluindo repasses de empresas com os Correios.
Em 2005 surgiu a denúncia do mensalão do PT que segunda a gerente da SMP&B abasteceu os seguintes deputados: A lista de quem recebeu o dinheiro, ao lado das quantias recebidas, segundo Simone Vasconcelos, conforme divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo.
Deputado João Paulo Cunha, (PT-SP) R$ 200 mil
Deputado Paulo Rocha (PT-PA) R$ 920 mil
Deputado João Magno (PT-MG) R$ 350 mil
Deputado Vadão Gomes (PP-SP) R$ 3,7 milhões
Deputado Josias Gomes (PT-BA) R$ 100 mil
Deputado Professor Luizinho (PT-SP) R$ 20 mil
Deputado José Borba (PMDB-PR) R$ 2,1 milhões
Deputado José Janene (PP-PR) R$ 4,1 milhões
Deputado Carlos Rodrigues (PL-RJ) R$ 400 mil
Valdemar Costa Neto (PL-SP) R$ 10,8 milhões
Diretório nacional do PT R$ 4,9 milhões
Diretório do PT no Distrito Federal R$ 605 mil
Diretório do PT no Rio Grande do Sul R$ 1,2 milhão
Diretório do PT no Rio de Janeiro R$ 2,67 milhões
Diretório do PT em Santa Catarina R$ 550 mil
Zilmar Fernandes da Silveira (sócia do publicitário do PT Duda Mendonça) R$ 500 mil
Outros ligados a Duda Mendonça R$ 15 milhões
Deputado estadual José Nobre Guimarães (CE) (irmão do ex-Presidente do PT José Genoino) R$ 250 mil
Emerson Palmieri (tesoureiro não oficial do PTB) R$ 2,4 milhões
José Carlos Martinez (ex-Presidente do PTB morto em acidente aéreo) R$ 1 milhão
Outro deputado do PTB R$ 418 mil
Marcio Lacerda (Secretário-executivo do Ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes) R$ 1 milhão