Salvatore Riina
Salvatore Riina, conhecido por Totò Riina (Corleone, 16 de novembro de 1930 - Parma, 17 de novembro de 2017), foi um criminoso italiano. Foi um membro da máfia siciliana Cosa Nostra.
Salvatore Riina | |
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Salvatore Riina | |
Pseudônimo(s) | Totò |
Data de nascimento | 16 de novembro de 1930 |
Local de nascimento | Corleone, Itália |
Data de morte | 17 de novembro de 2017 (87 anos) |
Local de morte | Parma, Itália |
Nacionalidade(s) | italiano |
Crime(s) | Homicídio |
Pena | Perpétua |
Esposa(s) | Antonia Bagarella |
Filho(s) | 4 |
Afiliação(ões) | Cosa Nostra |
Nascido em uma família de camponeses, Totò perdeu seu pai aos 13 anos, numa tentativa frustrada de remover pólvora de uma bomba da Segunda Guerra Mundial que não viera a explodir.[1]
Mais tarde, logo após completar 18 anos - e ser preso pela primeira vez por homicídio - entra para a Cosa Nostra, sob a mão de Luciano Liggio, que mais tarde viria a ser seu chefe.[2]
Se tornou o membro mais poderoso da organização criminosa no início de 1980, após a prisão de Liggio. Mafiosos companheiros o apelidaram de "A Besta" (La Belva), devido à sua natureza violenta, ou às vezes o chamavam de "O Curto" (U curtu), mas nunca em sua presença, devido à sua baixa estatura de 1,58 cm. Durante a sua carreira ao longo da vida no crime se acredita que ele, pessoalmente, matou cerca de quarenta a sessenta pessoas, e de ter ordenado a morte de centenas de outras. Dentre as principais e mais notórias vítimas estão Michele Navarra (um dos mafiosos mais celebres de todos os tempos da Cosa Nostra e ex-chefe de Luciano Liggio e de todo o clã mais tarde chamado de "Corleonesi") e os juízes antimáfia Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, quando os italianos viam a possível primeira grande queda da máfia siciliana ir por água abaixo em 1992.
Em 1969, Riina foi condenado pela primeira vez, mas conseguiu viver na clandestinidade por 25 anos.[3] Assumiu o comando da Cosa Nostra em 1974, substituindo Liggio. No mesmo ano, casou-se com a professora Antonietta Bagarella, que pertencia a uma grande família mafiosa. Tiveram quatro filhos, dois deles também mafiosos: Giovanni, nascido em 1976, foi condenado a prisão perpétua por assassinato, e Giuseppe Salvatore, nascido em 1977, a oito anos e 10 meses de prisão por associação mafiosa. Nos anos 1980, Riina deu início à uma sangrenta disputa interna na máfia. Vencendo o confronto entre as "famílias palermitanas", em 1982 assumiu o controle de todas as atividades mais rentáveis da máfia, como tráfico de drogas e sequestros, tornando-se o chefe da "Cúpula" da Cosa Nostra.
À frente da Cosa Nostra, Totò iniciou uma caçada a oficiais do Estado, mas acabou preso em 15 de janeiro de 1993 em um subúrbio de Palermo, graças à colaboração de criminosos arrependidos e de seu motorista pessoal.[3] Totò e todo o clã dos Corleonesi nunca falaram a respeito de qualquer atividade mafiosa, negando sua participação na Cosa Nostra. Em 2009, porém, Riina afirmou que os Corleonesi nunca haviam mandado matar o procurador antimáfia Paolo Borsellino, e que isso teria sido um golpe do próprio Estado, assumindo assim seu papel dentro da máfia. A justiça confiscou dele uma fortuna de 125 milhões de euros.[3]
Salvatore veio a óbito, em decorrência de um câncer, no dia 17 de novembro de 2017, na casa prisional onde encontrava-se cumprindo pena, em Parma, na Itália. Apesar de estar preso, Totò não arrependia-se dos crimes praticados. Em uma mensagem interceptada pela polícia meses antes de sua morte, disse que "Nunca poderão lidar comigo, mesmo que me condenem a 3 mil anos de prisão".[4]
Sua carreira é relatada no cinema, com a série Il capo dei capi.
Referências
- ↑ «Toto Riina, principal chefe da máfia siciliana, morre na prisão na Itália». Folha de S.Paulo
- ↑ «Quem foi Totò Riina,o mais sanguinário dos mafiosos italianos - ISTOÉ Independente». ISTOÉ Independente. 17 de novembro de 2017
- ↑ a b c «Toto Riina, de camponês de Corleone a líder supremo da Cosa Nostra». www.correiodopovo.com.br. Consultado em 19 de novembro de 2017
- ↑ «Morre Toto Riina, ex-poderoso chefão da máfia siciliana». G1