Samuel Taylor Coleridge

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Samuel Taylor Coleridge (Ottery St. Mary, 21 de outubro de 1772Highgate, 25 de julho de 1834), comumente designado por S. T. Coleridge, foi um poeta, crítico e ensaista inglês, considerado, ao lado de seu colega William Wordsworth, um dos fundadores do romantismo na Inglaterra.

Samuel Taylor Coleridge
Samuel Taylor Coleridge
Nascimento 21 de outubro de 1772
Ottery St. Mary, Inglaterra
Morte 25 de julho de 1834 (61 anos)
Highgate, Middlesex, Inglaterra
Sepultamento Church of St Michael
Nacionalidade Inglês
Cidadania Reino da Grã-Bretanha, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda
Progenitores
  • John Coleridge
  • Anne Bowden
Cônjuge Sarah Fricker, Mary Matilda Betham
Filho(a)(s) Sara Coleridge, Derwent Coleridge, Hartley Coleridge, Berkeley Coleridge
Irmão(ã)(s) James Coleridge, William Coleridge, Luke Herman Coleridge, George Coleridge, Edward Coleridge, Lt. Francis Syndercombe Coleridge, Anne Coleridge, Capt. John Coleridge, William Coleridge
Alma mater
Ocupação Escritor
Prêmios
  • Membro da Sociedade Real de Literatura
Obras destacadas Rima do velho marinheiro
Religião anglicanismo
Causa da morte insuficiência cardíaca
Assinatura

Depois de publicar alguns poemas em 1796, escreveu, em parceria com o poeta William Wordsworth, Baladas líricas (1798), que se tornou um marco da poesia inglesa e em que se destaca a sua famosa Balada do antigo marinheiro, um dos primeiros grandes poemas da escola romântica. Mais tarde, escreveu o poema simbólico Kubla Khan e o poema místico-narrativo Christabel.

Sua principal obra em prosa, Biographia Literaria (1817), é uma série de dissertações e notas autobiográficas sobre diversos temas, entre os quais destacam-se suas observações literárias.

Influenciou toda uma geração de novos escritores, como Quincey, Byron e Shelley.

Biografia editar

Coleridge nasceu em Ottery St Mary, no condado inglês de Devonshire, sendo o filho caçula do segundo casamento do pastor protestante John Coleridge. Por ser o preferido da família, sofria perseguições de seu irmão Frank. Para escapar dos abusos dele, Coleridge freqüentemente se escondia na biblioteca local, fato que lhe despertou a paixão pela literatura. Outro fato que marcou sua infância em Devon foi a sua fuga de casa aos sete anos, sendo encontrado na manhã do dia seguinte por um vizinho. Esta noite passada fora de casa servia-lhe como tema frequente de seus poemas.

Com a morte do pai em 1781, foi estudar, contra sua vontade, em instituições religiosas de Londres, onde se destacava como leitor voraz e, não raro, entre os melhores alunos de sua turma. Entretanto, sentia-se só, pois raramente lhe era permitido rever a família. Em seu poema “Frost at Midnight”, escrito posteriormente, Coleridge fala sobre sua solidão na escola.

Seu irmão Luke morre em 1790 e sua única irmã Ann em 1791, o que lhe fez escrever “Monody”, um de seus primeiros poemas, onde Samuel comparava-se a Thomas Chatterton, poeta inglês que se suicidou aos 17 anos. É nesta época que ele inicia seus problemas com álcool e com mulheres. Mais tarde ele passaria a ter também problemas com ópio, droga que começou a usar para aliviar-se de dores causadas por problemas de saúde. Em 1791 ingressa na Universidade de Cambridge. Em 1792 ganhou um prêmio por uma ode sobre o tráfico de escravos.

Em 1793 alista-se no exército com o nome falso de Silas Tomkyn Comberbache, supostamente por problemas com dívidas ou com mulheres. Por sua completa inaptidão para as armas e montaria, escapou de ser enviado ao campo de batalha na França. Após quatro meses, um de seus irmãos usou sua influência no exército para conseguir a baixa de Coleridge por insanidade.

Na universidade, nunca concluída, Samuel passou a defender ideais revolucionários com seu recém-amigo poeta Robert Southey. No mesmo ano escrevem a peça “A queda de Robespierre” e planejam emigrar para a Pensilvânia e fundar uma sociedade utópica denominada de Pantisocracia. Robert Southey desiste de emigrar e torna-se advogado.

No ano de 1795 Coleridge casa-se com Sara Fricker, cunhada de Southey, com quem teve quatro filhos. O casamento de Coleridge foi infeliz, terminando em divórcio pelo seu estilo de vida e por ele ter tido um amor não correspondido por outra Sara, de sobrenome Hutchinson. Neste mesmo ano ST é apresentado a William Wordsworth e sua irmã Dorothy. A amizade foi imediata e os três escreveriam muitos poemas juntos.

A obra “Poemas”, publicada em 1797, é bem recebida e ele começa a ficar famoso. Até 1798 escreveria suas mais famosas obras, com o poema simbolista Kubla Kahn e a primeira parte de Christabel, além de “This Lime-tree Bower My Prison”, “Frost at Midnight” e “The Nightingale”.

Foi em 1798 que, junto com William Wordsworth, publicou as Baladas líricas, poemas inovadores e considerados precursores do romantismo. Entre as obras deste volume, sobressaiu-se o longo poema de Coleridge, A Balada do Velho Marinheiro. Obs: A banda Iron Maiden adaptou o poema para uma canção homônima, faixa de encerramento do álbum Powerslave, de 1984.

Em setembro daquele ano viajou junto com os irmãos Wordsworth para a Alemanha. Quando estava fora ocorreu um triste incidente: Coleridge perdeu sua filha Berkeley devido a uma reação a uma vacina da época. No tempo em que passou na Alemanha, além de estudos da língua alemã, interessou-se pela obra do filósofo Immanuel Kant, que passou a divulgar quando retornou à Inglaterra para morar em Lake District, Cumberland, em 1800.

Na alta umidade daquele local, sua saúde piorou, sua dependência ao ópio aumentou e seus problemas matrimoniais se intensificaram. Coleridge escreveu seu poema “Dejection: An Ode” (Melancolia: Uma Ode) e intensificou seus estudos filosóficos.

Em 1804 foi para Malta e andou pela Itália com esperanças de curar-se pelo clima mais seco da região. Retornou em 1806, quando separou-se de sua esposa. Já não tinha a amizade de William e passou a ganhar a vida escrevendo artigos para jornais e realizando palestras.

Sem conseguir livrar-se de seu vício no ópio, a partir de 1810 passou a morar na residência do farmacêutico James Gillman, onde terminou seu livro de prosa “Biographia Literária (1817)”, além de outros escritos como “Sibylinne Leaves” (1817), “Aids to Reflection” (1825) e “Church and State” (1830), além de tratar da republicação de algumas de suas obras. Por volta de 1830 as revisões críticas sobre sua obra lhe eram bem favoráveis e ele tido como um bom crítico literário, embora nunca tivesse alcançado sua independência financeira.

Coleridge morreu com inesperada serenidade aos 61 anos e foi enterrado no jardim da casa do dr. Gillman, em Highgate, no subúrbio de Londres, deixando de herança somente alguns livros e anotações. Depois de sua morte, seu sobrinho Henry Coleridge e a esposa Sara (Filha de Coleridge) organizaram a obra dispersa do poeta, publicando vários livros.

Cerca de 100 anos após a sua morte foi transladado para a cripta da igreja de Saint Michael em Highgate.

Coleridge era considerado um espirituoso conversador e dizia-se que vivia entre metáforas e sonhos. O crítico Stopford Brooke assim o definiu: “Tudo o que merece ficar de Coleridge poderia ser reunido em vinte páginas e estas vinte páginas deveriam ser encadernadas em ouro!”

Principais Obras editar

  • Brasil: A Balada do Velho Marinheiro / Portugal: Rima do velho marinheiro (The Rime of the Ancient Mariner, 1797)
  • Kubla Khan (Kubla Khan, 1798)
  • Cristabel (Christabel, 1800)

Coleção dos Trabalhos editar

A edição padrão atual é The Collected Works of Samuel Taylor Coleridge, editada por Kathleen Coburn e muitos outros de 1969 a 2002. Esta coleção apareceu em 16 volumes como Bollingen Series 75, publicada de várias maneiras pela Princeton University Press e Routledge & Kegan Paul.  O conjunto é dividido da seguinte forma em outras partes, resultando em um total de 34 volumes impressos separados:

  1. Lectures 1795 on Politics and Religion (1971);
  2. The Watchman (1970);
  3. Essays on his Times in the Morning Post and the Courier (1978) em 3 vols;
  4. The Friend (1969) em 2 vols;
  5. Lectures, 1808–1819, on Literature (1987) em 2 vols;
  6. Lay Sermons (1972);
  7. Biographia Literaria (1983) em 2 vols;
  8. Lectures 1818–1819 on the History of Philosophy (2000) em 2 vols;
  9. Aids to Reflection (1993);
  10. On the Constitution of the Church and State (1976);
  11. Shorter Works and Fragments (1995) em 2 vols;
  12. Marginalia (1980 and following) em 6 vols;
  13. Logic (1981);
  14. Table Talk (1990) em 2 vols;
  15. Opus Maximum (2002);
  16. Poetical Works (2001) em 6 vols (parte 1 – Edição de leitura em 2 vols; parte 2 - Texto Variorum em 2 vols; parte 3 - Plays em 2 vols).

Além disso, as cartas de Coleridge estão disponíveis em: The Collected Letters of Samuel Taylor Coleridge (1956–71), ed. Earl Leslie Griggs, 6 vols. (Oxford: Clarendon Press).

Ver também editar

Ligações externas editar

 
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