Segunda Guerra Ítalo-Etíope

Segunda Guerra Italo-Etíope foi um conflito ocorrido em 1935-1936, quando a Itália fascista de Benito Mussolini invadiu a Abissínia (atual Etiópia).

Segunda Guerra Ítalo-Etíope

Artilharia italiana na Etiópia.
Data 3 de outubro de 1935 – 19 de fevereiro de 1937
(1 ano, 4 meses, 2 semanas e 2 dias)
Local Etiópia
Desfecho Vitória italiana; anexação da Etiópia que permaneceu ocupada até 1941
Beligerantes
Reino de Itália Império Etíope
Comandantes
Benito Mussolini
Emilio De Bono
Pietro Badoglio
Rodolfo Graziani
Haile Selassie
Imru Haile Selassie
Forças
500 000 combatentes (somente ~ 100 000 mobilizados)
595 aeronaves
795 tanques
~ 800 000 combatentes (somente 330 000 mobilizados)
Baixas
19 555 soldados mortos
188 000 feridos ou doentes[1]
377 500 combatentes mortos
382 800 civis mortos

O imperador Haile Selassie I fez um discurso em 12 de maio de 1936 à Assembleia da Sociedade das Nações em Genebra pela agressão militar e também denunciou o uso de armas químicas contra a população etíope e, portanto, foi declarado sanções econômicas pela Sociedade das Nações.[2][3][4]

Apesar da superioridade militar, do ponto de vista tecnológico, da Itália, as forças etíopes apresentaram mais resistência do que os italianos tinham previsto, o que os levou a utilizar armas químicas, inclusive nas populações civis. Este facto não foi noticiado na imprensa italiana da época, e muito pouco na restante.

A proclamação do Império editar

A vitória foi oficialmente comunicada por Mussolini ao povo italiano na tarde de 5 de maio de 1936, depois de uma mensagem do marechal Pietro Badoglio.

Em 7 de maio, a Itália anexou oficialmente a Abissínia, e em 9 de maio, do balcão do Palácio Veneza, Mussolini anunciou o fim da guerra e proclamou o nascimento do Império,[5] reservando para Vítor Emanuel III o cargo de Imperador da Etiópia e de Primeiro Marechal do Império.

Mussolini estabeleceu que na indicação da data em documentos oficiais e jornais se escrevesse, ao lado dos anos a contar desde o nascimento de Jesus, também aquele a começar a partir de 28 de outubro de 1922 (tal disposição já estava em uso) e da fundação do Império (por exemplo, 1936 era indicado como "ano 1936, XIV da Era Fascista, I do Império").

Eritreia, Abissínia e Somália Italiana foram reunidas sob um único governador e a nova possessão imperial foi denominada África Oriental Italiana.

Em 4 de julho a Sociedade das Nações decretou terminada a aplicação do artigo XVI e as sanções caíram dia 15 do mesmo mês (o único Estado que se opôs foi África do Sul).

Por um certo período na Etiópia se verificaram contínuos ataques de guerrilhas fieis ao imperador recém-deposto, que foram duramente reprimidas com fuzilamentos sumários.

Ver também editar

Referências

  1. Angelo Del Boca, Gli italiani in Africa Orientale - II. La conquista dell'Impero, Milano, Mondadori, 2009, ISBN 978-88-04-46947-6.
  2. VALERIO, MARCO AURELIO GUMIERI (6 de outubro de 2017). Sanções econômicas internacionais. [S.l.]: Saraiva Educação S.A. 
  3. «Fascismo italiano - política externa: Expansionismo e formação do Eixo». educacao.uol.com.br. Consultado em 22 de junho de 2021 
  4. «Discurso de Sua Majestade Haile Selassie I, imperador da Etiópia, na Assembleia da Liga das Nações, na sessão de junho e julho de 1936». www.wdl.org. 30 de junho de 1936. Consultado em 22 de junho de 2021 
  5. Texto completo do discurso
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