Selos e história postal da Alemanha

A história postal e os selos da Alemanha reflectem a complexa história do país nos últimos 150 anos. Nos tempos do Império Alemão (Deutsche Reich), entre 1871 e 1945, o serviço postal era assegurado pelo Reichspost. Após o final da Segunda Guerra Mundial, o Reichspost deu lugar ao Deutsche Post sob controlo dos Aliados (1945 - 1949) e, após o desmembramento do país, foi substituído pelo Deutsche Post da RDA (1949-1990) e pelo Deutsche Bundespost da RFA (1949-1995), enquanto que a cidade Berlim Ocidental foi dotada de um serviço próprio, o Deutsche Bundespost Berlin (1949-1990). Após a reunificação da Alemanha, foi criado o Deutsche Post AG (a partir de 1995).

Primeiro selo da Baviera (1849)

As origens editar

 
carteiro anunciando a sua chegada com uma corneta postal

O Correio Metzger editar

O Correio Metzger é por vezes considerado como o primeiro serviço postal internacional da Idade Média.[1] A confraria dos talhantes (em alemão: Metzger) organizara um sistema de serviço de correios a cavalo. Quando o carteiro chegava ao seu destino, anunciava a sua chegada utilizando uma corneta. Este hábito valorizou a corneta postal, tornando-a um símbolo quase universal dos serviços postais. O correio Metzger foi criado no século XII e perduraria até 1637, período do monopólio dos Thurn und Taxis.[1]

A família Thurn und Taxis[2] editar

Em 1497, sob o impulso de Maximiliano I, imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Franz von Taxis da casa principesca de Thurn und Taxis estabeleceu um serviço postal que substituiu os sistemas ad-hoc de correios oficiais. Assentava num conjunto de estafetas postais (a cavalo) que diminuía os tempos de entrega e que, sobretudo, tornava previsíveis os tempos de transporte.

A partir dessa altura, a casa Thurn und Taxis, caracterizada pelo uniforme imperial amarelo e negro, manteve o privilégio postal ao longo de vários séculos. Em 1950, retomou o uso de coches puxados a cavalo, pela primeira vez desde o fim do Império Romano. Este ressurgimento aconteceu na pequena cidade húngara de Kocs, de onde derivou a palavra coche.[3]

Thurn und Taxis perdeu o seu monopólio quando Napoleão autorizou a Confederação do Reno a estabelecer outros serviços postais.[4] A agência continuou a exercer a sua actividade até 1867, chegando mesmo a emitir alguns selos te and even issued some stamps, antes de vender os seus privilégios quando a Prússia criou a Confederação da Alemanha do Norte.[4]

Confederação Germânica editar

A Confederação Germânica (Deutscher Bund, em alemão) foi uma associação política e económica dos principais territórios de língua alemã, criada no Congresso de Viena de 1815, sob hegemonia austríaca, que sucedeu ao milenar Sacro Império Romano-Germânico, dissolvido em 1806 pelas invasões napoleónicas.

O Reino da Baviera editar

O Reino da Saxónia editar

O Império Alemão editar

A República de Weimar editar

A hiperinflação de 1923 editar

 
Selos alemães do período da hiperinflação de 1922-1923

No período de 1914-1919, muitos países abandonaram o padrão ouro para que pudessem emitir dinheiro suficiente para pagar o seu esforço militar na I Guerra Mundial[5]. Assim, a Alemanha suspendeu aquele padrão podendo, portanto, cunhar moeda sem limites. Durante a Guerra o país contraiu uma enorme dívida e esperava sair como potência vencedora e, consequentemente, pagar os seus compromissos. Ao invés, a Alemanha saiu derrotada, pelo que não conseguiu honrar esses compromissos nem pagar o severo programa de reconstrução imposto pelos aliados.

Para fazer frente aos graves défices orçamentais, o governo alemão continuou a emitir mais dinheiro sem lastro, levando à queda do valor do marco e ao afundamento da economia alemã. A inflação disparou e atingiu uma taxa média equivalente de 20.9% ao dia[6]. Os Correios não conseguiam acompanhar uma tal taxa de inflação através da emissão de novos selos, pelo que iam sobrecarregando os existentes com valores faciais cada vez maiores[7], atingindo os vários milhões de marcos num único selo normal de correio.

O Terceiro Reich editar

Referências

  1. a b Mackay 1988, p. 9
  2. Tradução da versão inglesa
  3. Mackay 1988, p.26
  4. a b Mackay 1988, p.10-11
  5. Kimberly Amadeo - What Is the History of the Gold Standard?, página consultada em 27 de abril de 2012.
  6. http://www.cato.org/pubs/journal/cj29n2/cj29n2-8.pdf Arquivado em 20 de agosto de 2009, no Wayback Machine. Steve H. Hanke and Alex K. F. Kwok - On the Measurement of Zimbabwe’s Hyperinflation p. 4, página consultada em 27 de abril de 2012.
  7. The stamps of Germany's inflation period, página consultada em 27 de abril de 2012.