Selva Almada

escritora argentina

Selva Almada (Villa Elisa, 5 de Abril de 1973) é uma escritora argentina.[1][2]

Selva Almada
Selva Almada
Nascimento 5 de abril de 1973 (50 anos)
Villa Elisa, Argentina
Nacionalidade argentina
Ocupação escritora
Principais trabalhos Raparigas Mortas (título em Portugal) ou Garotas Mortas (título no Brasil)

Biografia editar

Selva Almada nasceu em Villa Elisa, na província de Entre Ríos, onde morou até os 17 anos.[3] Almada vem de uma família de classe média baixa. Seus pais se casaram quando eram muito jovens e tiveram três filhos, sendo Almada a filha do meio.[4] Após concluir o ensino médio, foi morar na capital de Entre Ríos, Paraná, para estudar Comunicação, curso que acabou trocando pela Licenciatura em Literatura. Morou entre 1991 e 1999 na cidade de Paraná, mudando-se depois para Buenos Aires.[3][4] Distanciada de sua cidade natal, Almada pode ver o mundo em que cresceu de outra perspectiva, o que lhe possibilitou escrever histórias ligadas à realidade e à oralidade do mundo rural.[5]

Publicou seus primeiros contos na revista Análisis, de Paraná. De 1997 a 1998 dirigiu a revista CAelum Blue.

Sua produção literária ganhou prestígio e elogios da crítica em 2012 com a publicação de seu primeiro romance, El viento que arrasa, sendo traduzido e publicado em vários países, como Espanha,[5] França[6] e Brasil.[7] Em El viento que arrasa, um pastor evangélico e sua filha, um mecânico solitário e um garoto que ele criou como filho se encontram em uma paisagem desolada e seca e são forçados a compartilhar uma tarde e uma noite que mudarão suas vidas para sempre.[5] Em 2019, o romance ganhou o Prêmio Primeiro Livro, do Festival Internacional do Livro de Edimburgo.[8]

Em 2014, a autora lança o livro Chicas muertas que narra a investigação sobre três feminicídios que ocorreram na Argentina logo após a redemocratização do país. Andrea Danne, de 19 anos, tomou uma punhalada no coração em sua própria cama durante a madrugada, em San José, ao norte de Buenos Aires, em 1986; Maria Luisa Quevedo foi estuprada, estrangulada e abandonada em um terreno baldio; e Sarita Mundín desapareceu sem deixar vestígios. Os três crimes têm as mesmas características: jovens contemporâneas à autora, assassinadas no interior da Argentina e que não tiveram seus casos solucionados. No Brasil, o livro foi publicado com o título Garotas mortas, pela editora Todavia.[9][10][11]

Em 2018, a escritora veio ao Brasil para participar da 16ª Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), numa mesa de debates ao lado da filósofa Djamila Ribeiro e da poeta Bell Puã.[9][12]

Almada é considerada uma das melhores vozes literárias da Argentina.[5]

Obras editar

Romances editar

  • 2012 - El viento que arrasa (Mardulce)[13]
  • 2013 - Ladrilleros (Mardulce)
  • 2020 - No es un río

Contos editar

  • 2005 - Niños (Universidad de La Plata)
  • 2007 - Una chica de provincia (Gárgola)
  • 2015 - El desapego es una manera de querernos (Literatura Random House)
  • 2020 - Los inocentes

Crônicas editar

Poesia editar

  • 2003 - Mal de muñecas (Carne Argentina)

Outros editar

  • 2012 - Intemec (Los Proyectos) - e-book
  • 2017 El mono en el remolino: Notas del Rodaje de Zama de Lucrecia Martel. Literatura Random House.

Livros publicados no Brasil editar

Referências

  1. Selva Almada: mucho más que una simple "chica de provincia" Arquivado em 17 de maio de 2014, no Wayback Machine.. Diario Registrado, 15 de maio de 2013 (em espanhol)
  2. Una chica de provincia. La Voz, 26 de abril de 2013 (em espanhol)
  3. a b Vignoli, Beatriz (27 de abril de 2014). «"Siempre tuve una búsqueda lírica"» (em espanhol). Rosario12. Consultado em 15 de janeiro de 2020. Cópia arquivada em 15 de agosto de 2018 
  4. a b Koch, Mauricio. «Selva Almada: una de las voces más potentes de la literatura argentina» (em espanhol). Parati. Consultado em 15 de janeiro de 2020 
  5. a b c d Núñez Jaime, Víctor (16 de setembro de 2015). «Selva Almada, la escritora rural que sale al mundo» (em espanhol). El País. Consultado em 15 de janeiro de 2020. Cópia arquivada em 11 de dezembro de 2019 
  6. Kantt, Nathalie (22 de março de 2014). «En el Salón de París, los nuevos escritores argentinos deslumbran a los franceses» (em espanhol). La Nacion. Consultado em 15 de janeiro de 2020 
  7. Colombo, Sylvia (22 de agosto de 2015). «Selva Almada retrata famílias quebradas em 'O Vento que Arrasa'». Folha de S. Paulo. Consultado em 15 de janeiro de 2020. Cópia arquivada em 24 de dezembro de 2017 
  8. «First Book Award Winner Announced: Argentinian Writer Selva Almada» (em inglês). Edinburgh International Book Festival. 4 de novembro de 2019. Consultado em 15 de janeiro de 2020. Cópia arquivada em 13 de dezembro de 2019 
  9. a b Bruggemann, Catarina (19 de julho de 2018). «NOS QUEREMOS VIVAS». Revista Trip. Consultado em 8 de janeiro de 2020. Cópia arquivada em 20 de julho de 2018 
  10. Lima, Juliana Domingos de (13 de maio de 2018). «3 feminicídios na Argentina da década de 1980. E o universo de Selva Almada». Nexo Jornal. Consultado em 15 de janeiro de 2020 
  11. Von Holdefer, Camila (29 de março de 2019). «'Garotas Mortas' oscila entre jornalismo, relato autobiográfico e ficção». Folha de S. Paulo. Consultado em 15 de janeiro de 2020. Cópia arquivada em 10 de maio de 2019 
  12. Mena, Fernanda (26 de julho de 2018). «Encontro de autora do movimento negro e escritora que trata de feminicídio vira palanque feminista». Folha de S. Paulo. Consultado em 14 de janeiro de 2020. Cópia arquivada em 7 de abril de 2019 
  13. ALMADA, Selva. Cuspide

Ligações externas editar