Sempre-viva-de-mil-flores

Sempre-viva-de-mil-flores é uma espécie de planta sempre-viva da família Eriocaulaceae, de beleza e importância ecológica singular, que ocorre apenas em alguns trechos do litoral e campos de altitude do sudeste e sul do Brasil[1]. Seu nome científico atual é Actinocephalus polyanthus.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaSempre-viva-de-mil-flores
Actinocephalus polyanthus
Actinocephalus polyanthus
Classificação científica
Reino: Plantae
Superdivisão: Spermatophyta
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Subclasse: Commelinidae
Ordem: Poales
Família: Eriocaulaceae
Género: Actinocephalus
(Körn.) Sano
Espécie: A. polyanthus
Nome binomial
Actinocephalus polyanthus
(Bong.) Sano
Sinónimos
  • Paepalanthus polyanthus (Bong.) Kunth
  • Eriocaulon polyanthum Bong.
  • Paepalanthus speciosus Gardner
  • Paepalanthus brasiliensis (Mart.) Mart.
  • Paepalanthus martianus Körn.
  • Entre outros

Origem do nome popular editar

Conhecida também simplesmente como Sempre-viva, Chuveirinho, Capipoantiga ou Capipoatinga-de-mil-flores[2], seus nomes populares se referem todos às suas flores, bastante numerosas e que podem ser armazenadas por longos períodos sem estragar, daí o nome “sempre-viva”, comum também à outras espécies de plantas. O nome capipoatinga tem origem na língua tupi-guaraní, significando "capim da ponta branca" (caapi - capim; poá - ponta; tingá - branca).

Mudança do nome científico editar

A espécie foi descrita durante muitos anos tendo outro nome científico, Paepalanthus polyanthus (pertencendo ao grupo de espécies chamado Paepalanthus), porém, em 2004 o botânico Paulo Takeo Sano considerou renomear a espécie, a incluindo em um novo gênero botânico criado por ele no ocasião, nomeado de Actinocephalus[1]. Assim, a espécie passou a ter seu nome científico atual, Actinocephalus polyanthus[1].

Importância ecológica editar

A espécie tem grande importância ecológica, graças às suas flores abundantes e arquitetura resistente e ramificada, oferecendo proteção e alimento para muitos animais nos ambientes em que ocorre[3][4]. Pesquisas científicas já conseguiram registrar mais de 150 espécies de invertebrados encontrados na sua superfície dependendo da planta para sobreviver[3], incluindo formigas, borboletas, besouros, aranhas, centopéias e muitos outros. Até mesmo depois de morta a planta serve como abrigo para pequenos animais.

Distribuição geográfica editar

 
População da sempre-viva-de-mil-flores no Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição.

A planta apresenta distribuição geográfica descontínua, ocorrendo paradoxalmente a grandes altitudes, principalmente em alguns campos de altitude nos Estados do Sudeste e Sul do Brasil (RJ, SP, MG, PR, SC, e RS), e à beira do mar, nas restingas litorâneas de Santa Catarina, Espírito Santo (Parque Estadual Paulo César Vinha) e Rio Grande do Sul[1]. Ocorre também em alguns pontos de Goiás, Distrito Federal e Bahia.

Preservação editar

A planta está preservada em algumas áreas protegidas do Brasil, como o Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição[3] e o Parque Nacional do Itatiaia[1].

Galeria editar

Referências editar

  1. a b c d e Sano,  P.T.  2004.  Actinocephalus  (Körn.)  Sano  (Paepalanthus  sec. Actinocephalus),  a  new  genus  of  Eriocaulaceae,  and  other  taxonomic and nomeclatural changes involving Paepalanthus Mart. Taxon, 53: 99-10.
  2. Moldenke, H. N.; Smith, L. S. 1976. Eriocauláceas.  In: Reitz, R.  (ed.).  Flora  ilustrada catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues,  Itajaí, p. 1-94.
  3. a b c Martins, A. G. (2013). Uma planta, um universo: compreendendo a biodiversidade associada à sempre-viva-de-mil-flores, Actinocephalus polyanthus (Eriocaulaceae), em dunas no Sul do Brasil. Monografia de Conclusão do Curso de Ciências Biológicas da UFSC. Florianópolis, 116pp. Consultado em 04 de agosto de 2018.
  4. Galitzki, E. L. (2009). Utilização de recursos florais de Actinocephalus polyanthus  (Bong.) Sano  (Eriocaulaceae) por  formigas na praia da Joaquina,  Florianópolis,  SC.  Monografia de Conclusão do Curso de Ciências Biológicas da UFSC, Florianópolis, 38 pp. Consultado em 07 de agosto de 2018.