Seriola rivoliana, comummente conhecida como charoteiro[1] ou lírio[2] (não confundir com as espécies Trichiurus lepturus e Seriola dumerili[3], que consigo partilham este nome comum), é uma espécie de peixe pertencente à família dos Carangídeos.[4]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaSeriola rivoliana

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Osteichthyes
Subclasse: Actinopterygii
Ordem: Perciformes
Família: Carangidae
Género: Seriola
Espécie: S. rivoliana
Nome binomial
Seriola rivoliana
Valenciennes, 1833

A autoridade científica da espécie é Valenciennes, tendo sido descrita no ano de 1833.[4]

Descrição

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Caracteriza-se pelo corpo comprido e espalmado[5], medindo, em média, cerca de 90 centímetros[6], sendo que o maior exemplar alguma vez registado chegava aos 160 centímetros comprimento[7]. Por seu turno, o peso mais elevado, alguma vez registado num exemplar desta espécie orçava os 59,9 kg.[7]

Exibe uma coloração que alterna entre o acastanhado e o azul- acinzentado no dorso, ao passo que no ventre já se mostra com uma pigmentação mais esbranquiçada, com reflexos acobreados.[7] É dotado, ainda, de uma emblemática risca castanho-amarelado escura sobre a nuca, que se espraia desde a zona ocular até ao início da barbatana dorsal.[5] Tem ainda outra risca amarela, mais clara, ao centro do dorso.[7]

Destaca-se, também, pelas barbatanas, que variam em cor entre o cinzento escuro e o amarelado, salvo as barbatanas ventrais, que costumam ser brancas[7] e por possuir um pedúnculo caudal com sulcos. [5]

Conta com um total de 8 espinhos dorsais, 27 a 33 raios dorsais, 3 espinhos anais e 18 a 22 raios anais. Conta ainda 24 vértebras.[7]

Hábitos

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Os adultos são bentopelágicos[8], agrupando-se em cardumes pouco numerosos e alimentando-se de uma dieta à base de outros peixes mais pequenos, mas também de invertebrados.[5] Os ovos são pelágicos.[7]

Distribuição

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Trata-se de uma espécie marinha, que habita a profundidades na ordem dos 5 a 245 metros.[9] Encontra-se nos oceanos Atlântico, desde o Cabo Cod até ao Norte da Argentina[10], Índico e Pacífico, desde o Sul do Quénia até à África do Sul[11] e desde das Ilhas Marianas Orientais até às Ilhas Wake, na Micronésia e ao Sul da Nova Caledónia[12]. Marca presença, ainda, nos mares Negro eMediterrâneo, especialmente nas cercanias da ilha de Lampedusa.[13][5]

Portugal

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Encontra-se presente em Portugal, onde é uma espécie nativa.[5] Pode ser observado nas áreas protegidas do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, no Parque Marinho Prof. Luiz Saldanha e no Parque Natural do Litoral Norte.[5]

Consumo Humano

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Há casos registados de ciguatera, no que toca ao consumo de charoteiros capturados na costa setentrional da América do Sul[14].

Referências

  1. Infopédia. «charoteiro | Definição ou significado de charoteiro no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 15 de janeiro de 2022 
  2. Infopédia. «lírio | Definição ou significado de lírio no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 15 de janeiro de 2022 
  3. «Seriola dumerili». Museu Virtual Biodiversidade. Consultado em 17 de janeiro de 2022 
  4. a b «ADW: Seriola rivoliana: CLASSIFICATION». animaldiversity.org. Consultado em 15 de janeiro de 2022 
  5. a b c d e f g «Seriola rivoliana». Museu Virtual Biodiversidade. Consultado em 15 de janeiro de 2022 
  6. Bouhlel, M. (1988). «Poissons de Djibouti». Food and Agriculture Organization. RDA internacional: 416. Consultado em 15 de janeiro de 2022 
  7. a b c d e f g «Seriola rivoliana, Longfin yellowtail : fisheries, gamefish». www.fishbase.se. Consultado em 15 de janeiro de 2022 
  8. Mundy, Bruce C. (2005). Checklist of the Fishes of the Hawaiian Archipelago (em inglês). Los Angeles, USA: Bishop Museum Press. p. 704. ISBN 1581780443 
  9. Erdmann, M.V. (2012). Reef fishes of the East Indies. Perth, Australia: Conservation International Foundation. 1292 páginas. ISBN 9780987260000 
  10. Cervigón, F. (1993). Los peces marinos de Venezuela. Caracas, Venezuela: Fundación Científica Los Roques. 497 páginas. doi:10.2307/1442156 
  11. «FAO Species identification sheets for fishery purposes. Western Indian Ocean: fishing area 51. Prepared and printed with the support of the Danish International Development Agency (DANIDA).». www.fao.org. Consultado em 15 de janeiro de 2022 
  12. Malcolm P., Francis (Abril 1993). «Checklist of the coastal fishes of Lord Howe, Norfolk, and Kermadec Islands, Southwest Pacific Ocean». University of Hawaii Press. Pacific Scientific. 47 (2): 136-170. ISSN 0030-8870 
  13. Andaloro, F. (Janeiro 2002). «First record of Seriola rivoliana Cuvier, 1833 in the Mediterranean». Wiley-Blackwell. Journal of Fish Biology (60): 486-488 
  14. Cervigón, Fernando; Nations, Food and Agriculture Organization of the United (1992). Guia de campo de las especies comerciales marinas y de aguas salobres de la costa septentrional de Sur America (em espanhol). [S.l.]: FAO. 513 páginas. ISBN 9253031298 
  • Seriola rivoliana - Froese, R. and D. Pauly. Editors. 2014. FishBase. World Wide Web electronic publication. www.fishbase.org, (11/2014)

Ligações externas

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