Shoshana Zuboff ([onde?], 18 de novembro de 1951) é professora aposentada de administração de negócio pela Harvard Business School.[1] Uma das primeiras mulheres a ser professora titular na Harvard Business School, é Ph.D. em psicologia social da Universidade de Harvard e bacharel em filosofia pela Universidade de Chicago.

Shoshana Zuboff
Shoshana Zuboff
Shoshana Zuboff talar vid Alexander von Humboldt Institut für Internet und Gesellschaft, 2019
Nascimento 18 de novembro de 1951 (72 anos)
Residência Nobleboro
Cidadania Estados Unidos
Cônjuge James Maxmin
Alma mater
Ocupação economista, socióloga, professora universitária, psicóloga, escritora
Prêmios
  • Axel Springer Award (2019)
Empregador(a) Universidade Harvard, Harvard Business School, Berkman Klein Center for Internet & Society at Harvard University
Obras destacadas The Age of Surveillance Capitalism
Página oficial
https://shoshanazuboff.com/

Trabalho mediado por computador editar

O conceito de trabalho mediado por computador foi introduzido pela primeira vez por Shoshana Zuboff em uma pesquisa do MIT de 1981, "Implicações Psicológicas e Organizacionais do Trabalho Mediado por Computador", elaborado em um artigo de 1982, "Novos Mundos do Trabalho Mediado por Computador" , e publicado na íntegra no livro de 1988 Na Era da Máquina Inteligente: O futuro do trabalho e do poder.

Pesquisa editar

A pesquisa de Zuboff consistiu em estudos plurianuais aprofundados em escritórios, fábricas, profissionais, executivos e locais de trabalho artesanais, todos caracterizados por uma mudança recente dos ambientes de tarefas tradicionais para os mediados por computador. A pesquisa demonstrou a natureza tripartida da relação entre tecnologia da informação e trabalho: 1) a tecnologia não é neutra, mas incorpora características intrínsecas que permitem novas experiências humanas e impedem outras; 2) dentro desses novos "horizontes dos possíveis" indivíduos e os grupos constroem o significado e fazem escolhas, moldando ainda mais a situação, e 3) a interação das qualidades intrínsecas e das escolhas humanas é ainda moldada pelos interesses sociais, políticos e econômicos que moldam a situação com suas próprias oportunidades e limitações intencionais e não intencionais.

Visão geral editar

Professora Zuboff foi chamada "A verdadeira profeta da era da informação". Seu notório clássico “Na Era da Máquina Inteligente: O Futuro do Trabalho e do Poder (1988) ganhou aclamação crítica instantânea tanto na imprensa acadêmica como na imprensa especializada - incluindo a primeira página da New York Times Book Review - e há muito é considerada o guia da tecnologia da informação no local de trabalho.

Na Era das Máquinas Inteligentes editar

Na Era da Máquina Inteligente é a fonte de muitos conceitos que se tornaram amplamente integrados na compreensão das tecnologias da informação e suas conseqüências. Estes incluem as descobertas de que a mudança relacionada com a tecnologia da informação tende a maiores níveis de habilidade; Que os altos níveis de tecnologia da informação podem abrir o caminho para arranjos de trabalho mais fluidos, sociais, distribuídos e menos hierárquicos; O conceito de "informação pan-óptica"; A dualidade da tecnologia da informação como uma tecnologia informadora e automatizante; A abstração do trabalho; Trabalho mediado por computador; Informação como um desafio à autoridade; A necessidade de melhorar as competências intelectuais no local de trabalho informatizado; E o fato de que indivíduos e grupos criam o significado da informação que usam - para citar apenas alguns. De acordo com a análise de 2008 dos estudiosos finlandeses Hanna Timonen e Kaija-Stiina Paloheimo da emergência e difusão do conceito de trabalho do conhecimento, Na Era da Máquina Inteligente é um dos três livros do final do século XX, incluindo Peter Drucker Na Idade Da Discontinuidade e A Vinda da Sociedade Pós-Industrial de Daniel Bell, responsáveis pela difusão do conceito de "trabalho do conhecimento".

Leis de Zuboff editar

No contexto de sua pesquisa sobre as implicações da tecnologia da informação, ela declarou três leis: [6]

Tudo o que pode ser automatizado será automatizado. Tudo o que possa ser informatizado será informatizado. Todos os aplicativos digitais que podem ser usados para vigilância e controle serão usados para vigilância e controle.

Odyssey editar

Em 1993, a professora Zuboff fundou o programa de educação executiva "ODYSSEY: Escola para a segunda metade da vida" na Harvard Business School. O programa abordou as questões de transformação e renovação de carreira na meia-idade. Durante doze anos de seu ensino e liderança, ODYSSEY tornou-se conhecido como o principal programa deste tipo no mundo. As estratégias e os pensamentos de Zuboff à cerca de Odyssey foram perfilados em um artigo da Fast Company e seu ensaio , "The New New Adulthood".

O novo jogo dos negócios editar

De acordo com seu relato, em meados da década de noventa Zuboff tinha começado a questionar a visão da corporação progressista adotada na maioria da literatura de gestão. Observando a tendência das firmas em utilizar tecnologias de informação principalmente para fins limitados de automação, economia de custos e controle, ela começou a explorar novas maneiras pelas quais o poder informador da tecnologia pudesse encontrar sua expressão plena. Isto levou a uma pausa no ensino e publicação para concentrar-se em um período de estudo e reflexão e começou uma jornada intelectual de uma década de duração, da qual concluiu que os modelos de negócios atuais baseados nos quadros de concentração e controle associados ao "capitalismo gerencial" do século XX haviam alcançado os limites da sua adaptação.. Uma vez que os motores da criação de riqueza tinham se transformado em seus impedimentos. A sociedade do século XXI exige uma nova abordagem do comércio baseada em um novo "capitalismo distribuído".

Essas idéias levaram ao livro mais recente de Zuboff, O novo jogo dos negócios: Porque as empresas estão decepcionando as pessoas, e a próxima etapa do capitalismo.

Visão geral editar

Segundo o The Conference Board, o novo jogo dos negócios é "em parte uma história e crítica do capitalismo, uma análise da função e organização corporativa e uma declaração visionária de uma nova ordem econômica. É essa visão que faz o livro se destacar, que o tornará controverso, e que pode, daqui à 50 anos, ser considerado como influência ".

Novos conceitos e difusão editar

Princípios de economia de apoio têm sido a fonte de experimentação significativa no setor de educação, particularmente fora dos EUA. O trabalho de inovação no UK's Specialist Schools and Academies Trust (Fundação de escolas e academias de especialistas do Reino Unido) baseou-se nos princípios da economia de apoio, assim como o trabalho do teórico educacional e praticante Brian Caldwell. Também tem influenciado no campo do marketing. Zuboff também escreveu sobre inovações no cuidado aos idosos.

Trabalho recente editar

Além de seu trabalho acadêmico, Zuboff trouxe suas idéias para muitos empreendimentos comerciais e públicos / privados nos Estados Unidos e Reino Unido, particularmente em habitação social, cuidados de saúde, educação e cuidados aos idosos. Zuboff tornou-se uma colunista de negócios popular. A maioria das suas colunas desenvolveu e disseminou novos conceitos do Novo jogo dos Negócios. De 2003 a 2005, Zuboff compartilhou suas idéias em sua popular coluna mensal "Evolving", na revista Fast Company. De 2007 a 2009 ela foi colunista em destaque para BusinessWeek.com.

Em 2009, logo após sua aposentadoria da Harvard Business School, Zuboff estava completando a sequência de Novo Jogo dos Negócios, juntamente com um livro sobre o programa ODYSSEY, quando ela foi atingida por um raio em sua casa em Maine, que depois pegou fogo destruindo Seu trabalho junto com toda a estrutura e conteúdo da casa da família. Aspectos desta experiência são descritos em seu artigo ao Huffington Post, "Quando o aquecimento global comeu minha vida". Nesse ensaio também introduziu o conceito de "erro de previsibilidade".

Uma nova publicação em 2010, "Criando Valor na Era do Capitalismo Distribuído", aparece no McKinsey Quarterly (Revista de negócios americana) 22].

Suas recentes contribuições para o Frankfurter Allgemeine Zeitung (jornal alemão) incluem ““The Secrets of Surveillance Capitalism” em março de 2016; “Disruption’s Tragic Flaw,” em fevereiro de 2015; “The Digital Declaration,” setembro de 2014; “The Digital Economy: Human Factors,” julho de 2014; “Dark Google,” abril de 2014; “The New Weapons of Mass Detection,” fevereiro 2014; “Obama, Merkel, and the Bridge to an Information Civilization,” janeiro de 2014; and “Be the Friction: Our Response to the New Lords of the Ring,” junho de 2013.*

Zuboff está atualmente trabalhando em seu novo livro Master Or Slave?*: A luta pela alma de nossa civilização da informação, com uma data prevista de publicação do outono de 2017 no hemisfério Norte.

Em 2021 Zuboff lança a obra de mais de 800 páginas, "A era do capitalismo de vigilância", inaugurando o conceito capitalismo de vigilância, na qual explica o funcionamento não casual, mas de contínuo do capitalismo, em que às Big Techs encontram brechas nos sistemas econômicos, jurídicos e psico-sociais para enriquecer. A autora, inclusive, já propõe a definição do conceito logo no início de seu livro: [1]

[2] 1. Uma nova ordem econômica que reivindica a experiência humana como matéria-prima gratuita para práticas comerciais dissimuladas de extração, previsão e vendas; 2. Uma lógica econômica parasítica na qual a produção de bens e serviços é subordinada a uma nova arquitetura global de modificação de comportamento 3. Uma funesta mutação do capitalismo marcada por concentrações de riqueza, conhecimento e poder sem precedentes na história da humanidade; 4. A estrutura que serve de base para a economia de vigilância; 5. Uma ameaça tão significativa para a natureza humana no século XXI quanto foi o capitalismo industrial para o mundo natural nos séculos XIX e XX; 6. A origem de um novo poder instrumentário que reivindica domínio sobre a sociedade e apresenta desafios surpreendentes para a democracia de mercado; 7. Um movimento que visa impor uma nova ordem coletiva baseada em certeza total; 8. Uma expropriação de direitos humanos críticos que pode ser mais bem compreendida como um golpe vindo de cima: uma destituição da soberania dos indivíduos.

Referências

  1. Mariosa, Erica (23 de abril de 2023). «Capitalismo de Vigilância e o Twitter de todo dia». Blogs de Ciência da Unicamp. Consultado em 12 de junho de 2023 
  2. ZUBOFF, SHOSHANA (2021). A ERA DO CAPITALISMO DE VIGILÂNCIA. São Paulo: Intrinseca. p. 15. ISBN 978-65-5560-144-2 
  1. Zuboff, Shoshana
  2. Zuboff, Shoshana. "Shoshana Zuboff - Faculty - Harvard Business School"
  3. "The New New Adulthood". 1 Agosto 2004.
  4. "The Support Economy".
  5. Shoshana Zuboff
  6. S. Zuboff, "The Surveillance Paradigm Be the friction - Our Response to the New Lords of the Ring"