Sigismundo de Schkopp

Sigismundo de Schkopp (em neerlandês: Sigismund van Schkoppe; Parchau, Prússia, 10 de março de 1613 - Glogau, 3 de outubro de 1654[1]), foi General-Governeur das Índias Ocidentais e um General de infantaria marítima, aliado a Maurício de Nassau, que participou das Invasões Holandesas no Brasil a serviço da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais.[2][3]

Personagem central na constituição da Nova Holanda, o Conde Mauricio de Nassau se entusiasmara com as amplas vitórias de Schkopp:

“Animado por tão fácil vitória, não podia Nassau dar férias. Preferia aproveitar-se da estrela que tanto para ele brilhava, destacando para o sul, por terra, Sigismundo Schkoppe”[4][5]

Assim, veio a lhe conceder plenos poderes, vindo a ser o Governador da nova colônia:

“todos os lugares conquistados e ainda por conquistar no Brasil pela Companhia das Índias Ocidentais, assim como sobre todas as forças de terra e mar que a mesma ali tiver e vier a ter”[6][7]

No Brasil editar

Entre seus feitos a serviço da Casa de Orange-Nassau, atuou em batalhas no Maranhão (captura de São Luís, Maranhão), na tomada da Ilha de Itamaracá e Batalha dos Guararapes (Recife), na invasão a Porto Calvo (Alagoas), na captura do Forte de Santa Catarina do Cabedelo (Paraíba) e invasões ao Rio de Janeiro.

Sigismundo foi um dos principais nomes entre os invasores da Guerra Luso-Holandesa, alcançando o posto de tenente-coronel durante batalhas pelo Brasil. Ao lado do almirante Jan Corneliszoom Lichthart, concluiu a famosa aliança com Domingos Fernandes Calabar que garantiu o sucesso das invasões holandesas por vários anos.[8]

Família editar

Sigismundo de Schkopp era membro de uma das mais antigas famílias nobres da região da Silésia.[2] Seu tetravô foi Cristóvão de Schkopp, Coronel e "herói de guerra" na Breslávia. Fiel ao rei Jorge de Poděbrady, Cristóvão foi responsável pela construção do Schloss Auras em 1466.[2][3]

Com alta reputação perante os duques da dinastia Piasta, o brasão dessa família apresenta um leão, de pelos vermelhos, vestido num hábito de monge e esferas vermelhas nas patas dianteiras.[2]

Dentre seus descendentes, Sigismundo de Schkoppe tem Bernando de Schkopp, general e governador de Estrasburgo, como tetraneto; e Anna Hasta Edwiges von Seehausen, nobre prussiana radicada no Brasil, como pentaneta.[2][3]

Referências

  1. Mello, José Antônio Gonçalves de (2004). Fontes para a história do Brasil holandês: A administração da conquista. Recife: CEPE. p. XVI; 65 
  2. a b c d e von Zedliz-Neukirch, Leopold (1836). Neues preussisches Adels-Lexicon: oder genealogische und ... Leipzig: Volume 4. 170 páginas
  3. a b c Neumann-Reppert, Ekkehart. Die Familie von Schkopp. Schenefeld, Schleswig-Holstein: [s.n.] 32 páginas
  4. WAETJEN, Hermann. O Domínio Colonial Hollandez no Brasil. Companhia Editora nacional, 1938
  5. Nascimento, Rômulo Luiz Xavier. O desconforto da governabilidade [recurso eletrônico] : guerra, administração e cotidiano no Brasil holandês (1630-1644) / Rômulo Luiz Xavier do Nascimento. – Recife : Ed. UFPE, 2020. Série Ars Historica
  6. MELLO, José Antonio Gonsalves de. Fontes para a História do Brasil Holandês: a administração da conquista. v. 2. Rio de Janeiro: Fundação Nacional Pró-Memória, 1985. p. 13.
  7. BARBOSA, André Ricardo de Oliveira. Conde de Nassau, o engenheiro de tramoyas: a cultura do Barroco e a teatrocracia nassoviana. 2016. 170 f. Dissertação (Mestrado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016.
  8. BOXER, Charles R.. Os holandeses no Brasil (1624-1654). São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1961.