Sistelo

freguesia do município de Arcos de Valdevez, Portugal

Sistelo é uma freguesia portuguesa do município de Arcos de Valdevez, com 26,23 km² de área e 273 habitantes (censo de 2021)[1]. A sua densidade populacional é 10,4 hab./km².

Portugal Portugal Sistelo 
  Freguesia  
Igreja de Sistelo
Igreja de Sistelo
Igreja de Sistelo
Localização
Localização no município de Arcos de Valdevez
Localização no município de Arcos de Valdevez
Localização no município de Arcos de Valdevez
Sistelo está localizado em: Portugal Continental
Sistelo
Localização de Sistelo em Portugal
Coordenadas 41° 58' 24" N 8° 22' 29" O
Município Arcos de Valdevez
Código 160145
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
Área total 26,23 km²
População total (2021) 199 hab.
Densidade 7,6 hab./km²
Sítio http://www.jf-sistelo.com

Localiza-se na Serra da Peneda, apresentando um relevo acidentado, com altitudes que variam entre 180 metros e os 1360 metros.[2]

A Ordem de Malta deteve importantes bens na área desta freguesia. Razão pela qual o brasão de armas da freguesia ostenta, em chefe, a cruz oitavada daquela antiquíssima Ordem Religiosa e Militar.[3]

Monumento Nacional da Paisagem Cultural de Sistelo editar

O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa promulgou, em 28 de dezembro de 2017, a classificação como Monumento Nacional da Paisagem Cultural de Sistelo, que recentemente ganhou a alcunha de "Pequeno Tibete Português".[4]

A classificação foi aprovada em Conselho de Ministros de 7 de dezembro de 2017 que fixou “restrições para a protecção e salvaguarda da aldeia de Sistelo e paisagem envolvente”.

Esta foi a primeira paisagem do país a ser classificada como Monumento Nacional, título atribuído até então a património edificado.[5]

Lugares editar

A freguesia é constituída por 5 pequenos lugares:

  • Igreja
  • Estrica
  • Quebrada
  • Padrão
  • Porto Cova

Clima e hidrologia editar

O clima desta região é mediterrâneo marítimo, com uma temperatura média anual de 13ºC e a precipitação média anual de 2093 mm. A área é percorrida por uma densa rede hidrográfica; dos vários rios e ribeiros que atravessam a freguesia destaca-se o rio Vez, principal afluente do rio Lima[6].

Património editar

  • Socalcos
  • Regadios tradicionais
  • Moinhos
  • Espigueiros ligados à cultura do milho
  • Caminhos
  • Calçadas do monte
  • Brandas de gado e de cultivo
  • Cortelhos
  • Habitações de granito
  • Castelo de Sistelo

Demografia editar

A população registada nos censos foi:[1]

População da freguesia de Sistelo
AnoPop.±%
1864 740—    
1878 840+13.5%
1890 720−14.3%
1900 738+2.5%
1911 840+13.8%
1920 824−1.9%
1930 606−26.5%
1940 669+10.4%
1950 762+13.9%
1960 794+4.2%
1970 660−16.9%
1981 549−16.8%
1991 427−22.2%
2001 341−20.1%
2011 273−19.9%
2021 199−27.1%
Distribuição da População por Grupos Etários
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 32 20 157 132
2011 16 15 101 141
2021 7 12 65 115

Economia editar

Sistelo é uma comunidade rural perfeitamente adaptada ao território de montanha. Na base da economia local está a atividade agro-pastoril com um aproveitamento diversificado do território. A agricultura de subsistência é feita nos socalcos, produzindo milho regional, feijão e batata e forragens e pastagens para alimentação animal. O gado constitui um das principais fontes de rendimento, nomeadamente as raças autóctones Barrosã e Cachena.

 
Criação de gado em Sistelo

Castelo de Sistelo editar

O Castelo de Sistelo, ou Casa de Sistelo,[7] é um palacete mandado construir por Manuel António Gonçalves Roque (Sistelo, 14 de junho de 1834 — Rio de Janeiro, 19 de outubro de 1886).

Manuel António Gonçalves Roque editar

Era irmão mais novo de Boaventura Gonçalves Roque (Sistelo, 22 de abril de 1822 — Estoril, 14 de junho de 1894), tendo ido ambos muito jovens para o Brasil, onde conquistaram fortuna enquanto comerciantes.

Manuel António Gonçalves Roque terá regressado a Portugal por volta de 1880, ano em que foi designado 1º visconde de Sistelo, reconhecendo-o como mecenas de iniciativas sociais e artísticas no Brasil e em Portugal. Foi benemérito, entre outras, da associação dos Arquitectos e Arqueólogos Portugueses e do Gabinete Português de Leitura no Rio de Janeiro. Na freguesia de Sistelo financiou também a construção do chafariz, do cruzeiro, da escola e do jazigo onde a família está sepultada.

Casou em 1870 no Rio de Janeiro com a sua sobrinha, Júlia Labourdonnay Gonçalves Roque (1853 - 1932), vinte anos mais nova, que se tornou a Viscondessa de Sistelo.

Julie de Cistello editar

Júlia Labourdonnay Gonçalves Roque foi uma pintora naturalista reconhecida no final do século XIX e inícios do século XX, tendo sido pioneira no acesso das mulheres ao ensino artístico e na participação das mulheres luso-brasileiras nos Salons anuais parisienses. Ficou conhecida internacionalmente como Julie de Cistello.

Não tiveram filhos e Júlia ficou viúva em 1886, aos 32 anos. É precisamente a partir daí que a sua carreira irá ter um grande desenvolvimento, tendo financiado ela própria os seus estudos artísticos na Academia Julian em Paris, onde se inscreveu em 1892 e novamente em 1900. Foi uma das primeiras mulheres artistas luso-brasileiras a expor nos Salons parisienses a partir de 1897. Participou em inúmeras exposições em Paris, tendo integrado o Pavilhão de Portugal da Exposição Universal de Paris em 1990, exposto no Salon organizado pelas artistas feministas da Union des femmes peintres et sculpteurs (1906, 1910) ou em 1908 na Exposição Nacional do Rio de Janeiro. Faleceu em 1932 com 69 anos.[carece de fontes?]

Referências

  1. a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  2. Pereira et al (2010). Ecossistemas e Bem-Estar Humano: Resultados da Avaliação para Portugal do Millennium Ecosystem Assessment, pág. 589.
  3. PINHO, António Brandão de (2017). A Cruz da Ordem de Malta nos Brasões Autárquicos Portugueses. Lisboa: Chiado Editora. 426 páginas. Consultado em 27 de agosto de 2017 
  4. Diário da República n.º 10/2018, Série I de 2018-01-15, páginas 395 - 396
  5. «Marcelo Rebelo de Sousa promulga classificação de Sistelo como Monumento Nacional» 
  6. Pereira et al (2010). Ecossistemas e Bem-Estar Humano: Resultados da Avaliação para Portugal do Millennium Ecosystem Assessment, pág. 589.
  7. Sistelo na base de dados SIPA da Direção-Geral do Património Cultural

Ligações externas editar

 
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