Solimão ibne Ali Alhaximi

Solimão ibne Ali Alhaximi (em árabe: سليمان بن علي الهاشمي‎; romaniz.:Sulayman ibn Ali al-Hashimi; c. 700759) foi um árabe do século VIII e um dos dos primeiros príncipes abássidas. Esteve diretamente envolvido na Revolução Abássida que derrubou o Califado Omíada e serviu como governador de Baçorá de 750 a 755. Era tio paterno dos primeiros dois califas do Califado Abássida, ou seja, Açafá (r. 750–754) e Almançor (r. 754–775).

Ali ibne Solimão Alhaximi
Nacionalidade Califado Abássida
Ocupação Oficial

Vida editar

Solimão era filho de Ali ibne Abedalá ibne Alabás e tio paterno dos primeiros dois califas Açafá (r. 750–754) e Almançor (r. 754–775),[1][2] tornando-o um dos "tios" (umuma) que tiveram um alto grau de influência durante os primeiros anos após a Revolução Abássida.[3] Em 750-1, foi nomeado por Açafá como governador do importante posto de Baçorá, no sul do Iraque, juntamente com suas dependências, bem como uma série de outras províncias, incluindo os distritos de Tigre, Barém, Omã e Mirajancadaque.[4][1] Em 753, o califa também o escolheu para liderar a peregrinação (haje) daquele ano.[5][6][7]

Durante sua administração de Baçorá, realizou extensos projetos de obras públicas para desenvolver a região, incluindo a construção de novos canais e melhorias no abastecimento de água local.[8] Também ajudou Cazim ibne Cuzaima Atamimi durante a campanha deste último contra os rebeldes carijitas no Omã em 750-1, fornecendo-lhe navios para transportar seu exército,[9] e em 754 permitiu que seu irmão Abedalá se refugiasse em Baçorá após o fracasso de sua rebelião contra Almançor. Ele e Issa ibne Ali finalmente entregaram seu irmão a Almançor com a condição de que sua vida fosse poupada, mas este acordo foi rapidamente violado e o califa secretamente matou-o.[1][10][11][12] Solimão permaneceu como governador até c. 755,[13] quando Almançor o dispensou em favor de Sufiane ibne Moáuia.[14][15] Morreu em Baçorá em outubro de 759 aos 59 anos, e foi sucedido por vários filhos, incluindo Maomé e Jafar.[1][16][17]

Referências

  1. a b c d Bosworth 1997, p. 822.
  2. Gordon 2018, p. 1040.
  3. Lassner 1980, p. 11 ff..
  4. Yarshater 1985–2007, v. 27: p. 196.
  5. Yarshater 1985–2007, v. 27: p. 208.
  6. Gordon 2018, p. 1092.
  7. Almaçudi 1861–1917, v. 9: p. 63.
  8. Baladuri 1924, p. 65 ff..
  9. Yarshater 1985–2007, v. 27: p. 201.
  10. Yarshater 1985–2007, v. 28: pp. 17-18, 49, 56-57.
  11. Gordon 2018, p. 1099, 1101-02.
  12. Almaçudi 1861–1917, v. 6: p. 177.
  13. Arjomand 1994, p. 26 n. 95; 28-29.
  14. Yarshater 1985–2007, v. 27: pp. 198, 204, 208; v. 28: pp. 6, 47, 53, 56-57 (que coloca a demissão em 756 ou 757).
  15. Gordon 2018, p. 1101-02, 1119.
  16. Yarshater 1985–2007, v. 28: p. 80.
  17. ibne Hâmeza 1982, p. 34.

Bibliografia editar

  • Almaçudi, Ali ibne Huceine (1861–1917). Meynard, Charles Barbier de; Courteille, Abel Pavet de, ed. Les Prairies D'Or. 9. Paris: Imprimerie Nationale 
  • Baladuri, Amade ibne Jabir (1924). The Origins of the Islamic State, Part II. Traduzido por Murgotten, Francis Clark. Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Colúmbia 
  • Bosworth, C. E. (1997). «Sulayman ibn 'Ali ibn 'Abd Allah». In: Bosworth, C. E.; van Donzel, E.; Heinrichs, W. P. & Lecomte, G. The Encyclopaedia of Islam, New Edition, Volume IX: San–Sze. Leida: E. J. Brill. p. 381. ISBN 978-90-04-10422-8 
  • ibne Hâmeza, Abu Maomé ibne Ali ibne Amade ibne Saíde ibne Alandaluci (1982). Harun, 'Abd al-Salam Muhammad, ed. Jamharat Ansab al-'Arab 5 ed. Cairo: Dar al-Ma'arif 
  • Gordon, Matthew S.; Robinson, Chase F.; Rowson, Everett K. (2018). The Works of Ibn Wadih al-Ya'qubi: An English Translation. 3. Leida e Boston: Brill. ISBN 978-90-04-35621-4 
  • Lassner, Jacob (1980). The Shaping of 'Abbasid Rule. Princeton: Universidade de Princeton. ISBN 978-0-691-61628-5 
  • Yarshater, Ehsan (1985–2007). The History of al-Ṭabarī (40 vols). SUNY Series in Near Eastern Studies. Albânia, Nova Iorque: Imprensa da Universidade Estadual de Nova Iorque. ISBN 978-0-7914-7249-1