Nota: Para outras pessoas de mesmo nome, veja Prisco.

Tarquínio Prisco (em latim Lucius Tarquinius Priscus) ou Tarquínio, o Antigo foi o quinto rei de Roma, segundo a cronologia de Tito Lívio, eleito depois da morte de Anco Márcio. Proveniente de Tarquinia, na Etrúria, possuía grande riqueza, oriunda de suas atividades comerciais. Foi o primeiro rei etrusco.[1] Seu verdadeiro nome, Lúcio Tarquínio (Lucius Tarquinius), foi substituído quando chegou em Roma.

Tarquínio Prisco

Tarquínio Prisco, do Promptuarii Iconum Insigniorum
Rei de Roma
Reinado c. 616 a.C. - 579 a.C.
Antecessor(a) Anco Márcio
Sucessor(a) Sérvio Túlio
 
Nome completo Lucius Tarquinius Priscus
Dinastia Tarquínios
Pai Demarato de Corinto

Família

editar

Seu pai era Demarato de Corinto, da família dos baquíadas, e se tornou muito rico fazendo o comércio entre Corinto e as cidades do mar Tirreno.[2] Quando Cípselo tornou-se tirano, derrubando os braquíadas, Demarato achou que não era seguro viver sob uma tirania sendo rico, principalmente por ele pertencer a oligarquia.[3] Ele juntou suas posses e fugiu de Corinto,[3] indo para a Tarquinia, onde ele tinha amigos, e se casou com uma mulher local de família nobre.[4]

Ele teve dois filhos, Arruns e Lucumo, a quem ele deu nomes tarquínios e casou com mulheres tarquínias de famílias nobres, mas os instruiu na cultura da Grécia e do Tirreno.[4]

Depois que Arruns morreu, seguido poucos dias depois da morte de Demarato, Lucumo herdou a fortuna do pai.[5] Lucumo tinha pretensões de se tornar um cidadão importante,[5] mas sendo excluído por não ser considerado nativo, e ouvindo que os romanos recebiam bem qualquer estrangeiro, mudou-se para Roma com sua família e seus amigos.[6] Em Roma, ele adotou o nome Lucius Tarquinius.[7]

Governo

editar

Depois da morte de Anco Márcio, Tarquínio Prisco dirigiu-se à Comitia Curiata e os convenceu que ele devia ser eleito rei em lugar dos filhos do falecido rei, que ainda eram adolescentes.[8] Ele sucedeu a Anco Márcio como rei de Roma.[9]

Em seu governo, introduziu em Roma divindades e tradições etruscas. Continuou as guerras de conquista contra as tribos vizinhas, instituiu jogos públicos e fez secar as áreas de pântanos da cidade. Reformou as instituições, a administração pública, bem como o exército. Aumentou o número de senadores de cem para duzentos.[10] Urbanizou Roma com construções como a do Templo de Júpiter, o Circo Máximo, da área posteriormente chamada de Fórum Romano e da Cloaca Máxima, principal rede de esgotos da cidade, que existe até hoje.

Durante seu reinado, gregos da Foceia subiram o rio Tibre e se aliaram aos romanos; em seguida, eles foram à terra dos lígures e dos gauleses e fundaram Massília.[11]

Morte e sepultura

editar

O filho mais velho de Anco Márcio, na esperança de obter o trono que considerava usurpado por Tarquínio, organizou um complô no qual o rei etrusco morreu.[1] Porém seu plano foi frustrado pela hábil esposa de Tarquínio, Tanaquil, que conseguiu fazer com que o povo romano elegesse Sérvio Túlio como sexto rei de Roma, continuando a dinastia dos tarquínios.

Referências

  1. a b GILBERT, John (1978). Mitos e lendas da Roma Antiga. 1 2 ed. São Paulo: Melhoramentos. p. 72 
  2. Dionísio de Halicarnasso, Das antiguidades romanas, Livro III, 46.3
  3. a b Dionísio de Halicarnasso, Das antiguidades romanas, Livro III, 46.4
  4. a b Dionísio de Halicarnasso, Das antiguidades romanas, Livro III, 46.5
  5. a b Dionísio de Halicarnasso, Das antiguidades romanas, Livro III, 47.1
  6. Dionísio de Halicarnasso, Das antiguidades romanas, Livro III, 47.2
  7. Dionísio de Halicarnasso, Das antiguidades romanas, Livro III, 48.2
  8. Tito Lívio: Ab Urbe condita libri, 1:35
  9. Dionísio de Halicarnasso, Das antiguidades romanas, Livro III, 49.1
  10. Tito Lívio:Ab Urbe condita libri, 1:35
  11. Justino, Epítome das Histórias de Pompeu Trogo, 43.3 [em linha]

Precedido por
Anco Márcio
Rei de Roma
616 a.C. - 579 a.C.
Sucedido por
Sérvio Túlio
  Este artigo sobre Roma Antiga e o Império Romano é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.