Teano (filósofa)

Matemática pitagórica do século VI a.C.

Teano (em grego: Θεανώ; século VI a.C.) ou Teano de Crotona[1] foi uma matemática e filósofa da Grécia Antiga.

Teano
Nascimento século VI a.C.
Crotone
Morte século V a.C.
Cônjuge Pitágoras
Filho(a)(s) Mnesarchus, Mia, Damo, Telauge, Arignote
Ocupação matemática, filósofa, astrónoma, bailarina, compositora, poetisa, escritora

Biografia editar

Pouco se sabe sobre a vida de Teano, e as fontes antigas são confusas. De acordo com uma tradição, ela teria vindo de Creta e foi filha de Pitonax de Creta (um físico e filósofo seguidor do orfismo),[2][3] mas em outros relatos acredita-se que era de Crotona e tenha sido filha de Brontino - sucessor de Pitágoras;[3][4][5] ou ainda a filha de Pitágoras e mulher de Brontino, ou a filha de Milo de Crotona. Tradicionalmente, foi uma grande discípula de Pitágoras e muitos a supõem como tendo sido sua mulher.[2][3][4][5][6]

Os filhos atribuídos de várias formas a Pitágoras e Teano incluíam três filhas, Damo, Myia e Arignote, e um filho, Telauges.[2][3][4][5] Acredita-se que ela e as duas filhas tenham assumido a escola pitagórica após a morte do marido.

Na escola grega conduzida por Pitágoras havia muitas mulheres acadêmicas e mestras. Os que participavam da escola viviam de maneira pública e publicavam os trabalhos todos sob o nome de Pitágoras. Assim, hoje torna-se difícil determinar cada trabalho individualmente.

Pensamento editar

Não há escritos remanescentes, embora exista uma literatura apócrifa. Historiadores afirmam que o trabalho mais importante por ela deixado relaciona-se ao princípio filosófico da doutrina do meio-termo, a qual ela teria dito a Hipódamo de Túrio (pode ser o Hipódamo de Mileto, que segundo Aristóteles planejou a cidade de Túrio na Magna Grécia em 440 a.C.) estar num tratado chamado Sobre a Virtude.[7][8]

Mary Ellen Waithe a considerou uma filósofa pitagórica em sua obra sobre as filósofas da história. Dentro da tradição pitagórica, Teano considerava que tudo que existe por ser distinto numericamente. O número é o princípio da realidade e da individualidade.[9] Segundo Estobeu, Thesleff, e Heeren, Theano escreveu em Sobre a Piedade:[9]

Eu aprendi que muitos dos gregos acreditam que Pitágoras disse que todas as coisas são geradas a partir do número. A própria afirmação coloca uma dificuldade: como coisas que não existem podem ser concebidas a gerar? Mas ele não disse que todas as coisas vêm a ser do número; antes, são de acordo com o número - com base no fato de que a ordem no sentido primário está no número e é pela participação que um primeiro, e um segundo e o resto são sequencialmente atribuídos a coisas que são contadas.

Referências

  1. M.E. Waithe (1987). A History of Women Philosophers: Volume I: Ancient Women Philosophers, 600 B.C.-500 A.D. [S.l.: s.n.] p. 12. ISBN 9789024733484 
  2. a b c Porfírio, Vida de Pitágoras, 4
  3. a b c d Suda, Theano θ84
  4. a b c Diógenes Laércio, viii. 42-3
  5. a b c Suda, Pitágoras π3120
  6. Spinelli, Miguel. "Filósofos Pré-Socráticos. Primeiros mestres da filosofia e da ciência grega". 2ª ed., Porto Alegre: Edipucrs, 2003, pp.116-117
  7. Lynn M. Osen (1975). Women in Mathematics. [S.l.]: MIT Press. ISBN 9780262650090 
  8. Mary Ritter Beard, (1931), On understanding women, p. 139. See also: Mary Ritter Beard, (1946), Woman as force in history: a study in traditions and realities, p. 314.
  9. a b Waithe, Mary Ellen (1987). A History of Women Philosophers: Volume I: Ancient Women Philosophers, 600 B.C.-500 A.D. Londres: Kluwer. ISBN 9789024733484.

Bibliografia editar

Ligações externas editar