Tendências Macroeconómicas da República Popular da China
Tendências MacroeconómicasEditar
A tabela abaixo mostra a tendência do PIB chinês em preços de mercado, estimados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), com valores mostrados em milhões de yuans.[1][2] Para comparações de paridade de poder de compra, a taxa de câmbio do dólar está a apenas 2,05 yuans.
Ano | Produto Interno Bruto (PIB) |
Taxa de câmbio do dólar |
Taxa de inflação (2000=100) |
---|---|---|---|
1955 | 91.000 | 2,46 | - |
1960 | 145.700 | 2,46 | - |
1965 | 171.600 | 2,46 | - |
1970 | 225.300 | 2,46 | 21,3 |
1975 | 299.700 | 1,86 | 22,4 |
1980 | 460.906 | 1,49 | 25 |
1985 | 896.440 | 2,93 | 30 |
1990 | 1.854.790 | 4,78 | 49 |
1995 | 6.079.400 | 8,35 | 91 |
2000 | 9.921.500 | 8,27 | 100 |
2005 | 18.308.500 | 8,19 | 106 |
2006 | 21.087.100 | 7,98 | 107,6 |
2007 | 25.730.600 | 7,62 | 112,6 |
Problemas sistemáticosEditar
O governo tentou nos últimos anos conter as tensões sociais e os danos ambientes relacionados com o rápido desenvolvimento econômico, tais como a coleta de recibos de dívidas públicas de províncias, de negociantes e de pessoas individuais, a redução da corrupção e de outros crimes econômicos, sustentar o crescimento de vagas de trabalho adequadas para dezenas de milhão de pessoas que saem gradualmente das empresas estatais chinesas, além de migrantes e de novos trabalhadores, e manter flutuante as grandes empresas estatais, que não têm participado na expansão vigorosa da economia e que não podem pagar mais salários e pensões plenos. Cerca de 50 a 100 milhões de trabalhadores rurais que estavam sobrando no mercado de trabalho ficaram desgovernados, entre as pequenas vilas e as cidades, sendo que a maioria estava tendo apenas uma simples vida sustentada por serviços de remuneração baixa. A resistência popular, as mudanças na política central e a perda de autoridade de líderes rurais têm enfraquecido o programa de controle populacional. Outra grande ameaça em longo prazo para o rápido crescimento econômico chinês tem sido a deterioração do meio-ambiente, principalmente a poluição do ar e da poluição da água, a erosão, a desertificação crescente e a contínua queda da água potável disponível, especialmente no norte do país. A China tem também perdido continuamente grandes áreas de terra arável devido à erosão e ao processo de desenvolvimento da infraestrutura.
Outros grandes problemas concentram-se na força de trabalho e no sistema de preços. Há grande subemprego tanto nas áreas urbanas quanto nas rurais, e o receio dos efeitos disruptivos de um grande e explícito desemprego é forte. Os preços de mercadorias importantes, especialmente das matérias-primas industriais e de grandes produtos industriais, são determinados pelo estado. Na maior parte dos casos, as taxas de preço básicas foram ajustadas na década de 1950 e são frequentemente desarrazoáveis nos termos das atuais demandas e capacidades de produção. Ao longo dos anos, grandes subsídios foram criados dentro da estrutura de preços, e estes subsídios cresceram substancialmente durante as décadas de 1970 e 1980. No começo da década de 1990, estes subsídios começaram a ser eliminados, em grande parte devido à admissão da China na Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2001, que necessitava de uma maior liberação e de desregulação econômica. A transformação em andamento da economia da China teve profundo impacto, não somente na China, mas em todo o mundo. As reformas de mercado da China aumentaram a iniciativa individual e o empreendedorismo.[3]
Ambiente regulatórioEditar
Apesar da economia da China ter se expandido rapidamente, o seu ambiente regulatório não a seguiu paralelamente. Desde as reformas de mercado aberto de Deng Xiaoping, o crescimento dos negócios tem fugido do controle do governo quanto a sua regulação. Isto criou uma situação onde os empresários, que enfrentam forte concorrência e poucos erros, quererão tomar medidas drásticas para aumentar as margens de lucro, frequentemente a custo da segurança do consumidor. Esta questão adquiriu mais proeminência em 2007, com as várias restrições sobre as problemáticas exportações chinesas para os Estados Unidos.[3] O governo chinês reconhece a gravidade do problema, e concluiu recentemente que 20% dos produtos são subpadronizados ou defeituosos.
InflaçãoEditar
Durante o inverno de 2007-2008, a inflação anual chegou a 7%, subindo para 8,7% em estatísticas para o mês de fevereiro de 2008.[4][5][6] As áreas de alimentos e de combustíveis foram os setores mais problemáticos, sendo que a carne e gasolina foram os produtos que impuseram mais dificuldades.
A falta de gasolina e óleo diesel começou no fim de 2007, devido à relutância das refinarias petrolíferas de produzirem combustíveis a preço baixo, determinado pelo estado. Os preços foram aumentados ligeiramente em novembro de 2007, mas os preços continuaram mais baixos do que a média mundial. O controle dos preços ficou em efeito em vários produtos e serviços básicos, mas foi ineficiente quando ao preços dos alimentos, que aumentaram 18,2% de novembro de 2006 para novembro de 2007.[7][8] O problema da inflação tem causado preocupações nos mais altos níveis do governo chinês. Em janeiro de 2008, o governo chinês declarou que iria tomar medidas mais severas para o controle da inflação, e que iria punir severamente os responsáveis pelo aumento dos preços.[9][10]
A produção de carne suína é uma importante peça da economia da China. O consumo per capita é de cerca de um quinto de libra por dia. O aumento mundial da demanda do sêmen animal, associado com o aumento da produção de etanol do milho, resultou na disparada do preço do porco na China em 2007. O aumento do custo de produção interagiu de forma negativa com o aumento da demanda do animal, principalmente devido ao aumento da renda per capita. O governo então subsidiou os preços da carne suína para estudantes e moradores de cidades de baixa renda, e pediu o aumento da produção. A liberação de carne suína dos estoques estatais chegou a ser cogitada.[11]
Superaquecimento econômicoEditar
Outro ponto fraco da economia chinesa é o seu superaquecimento, devido ao seu rápido crescimento nos últimos anos. As autoridades chinesas negam que a economia chinesa, como um todo, está superaquecendo, embora admitam que certas áreas estão um "pouco fora de controle". O crescimento recente é o resultado de investimentos de grande escala, que estiveram longe da eficiência em comparação com outros países, como por exemplo a Índia. [12] De acordo com pesquisas do governo chinês, o nível de retorno de investimento na Índia e mais alto do que o da China, com um maior lapso em comparação com países desenvolvidos.[12]
O sistema tributário também provou-se ser um problema na estabilização da economia chinesa, com planos de cortes de impostos sendo atualmente implementados para certos setores da economia, como por exemplo, para a indústria. O resultado primário dos cortes de impostos foi o auxílio à redução das disparidades econômicas entre as zonas rurais e urbanas, e o encorajamento das corporações estatais a melhor competir com corporações estrangeiras.
Falta de mão-de-obra e o aumento dos custos de exportaçãoEditar
Em 2005, houve sinais de maior demanda de mão-de-obra, e os trabalhadores começaram a ser capazes de escolher o emprego que oferecia melhor remuneração e as melhores condições de trabalho. Isto permitiu que trabalhadores poderiam sair de suas vidas restritivas e dos seus empregos nas fábricas de exportação, que caracterizaram certas regiões industriais, principalmente em províncias como Guangdong e Fujian. O salário mínimo começou a subir para o equivalente a 100 dólares por mês assim que as empresas estavam necessitando de mais trabalhadores; algumas estavam oferecendo 150 dólares ou mais pela mão-de-obra. A falta de mão-de-obra foi resultado, em parte, das tendências demográficas, já que a proporção da população em idade produtiva diminuiu como resultado dos restritos controles do planejamento familiar.[13]
O The New York Times reportou em abril de 2006 que os custos da mão-de-obra chinesa continuam a aumentar e se estabeleceu a falta de mão-de-obra especializada. As vagas de trabalho na China para trabalhadores especializados aumentaram para mais de um milhão. Mesmo os serviços que não necessitam de mão-de-obra especializada estão sofrendo com a falta de força de trabalho; os empregadores tiveram que recorrer a cidades mais interioranas ou mesmo a outros países como o Vietnã e o Bangladesh para completar o quadro funcionarial. Muitos jovens estão preferindo continuar seus estudos a entrar no mercado de trabalho por apenas um salário-mínimo. A mudança demográfica resultada da política do filho único continua a reduzir drasticamente a quantidade de jovens que estão para entrar no mercado de trabalho. Além disso, as iniciativas governamentais para avançar o desenvolvimento econômico do interior do país estão começando a se tornar eficientes, criando oportunidades de trabalho dignas naquelas regiões.[14] Outro artigo da The New York Times em agosto de 2007 reporta a aceleração desta tendência. Um trabalhador inexperiente e sem especialização poderá ganhar até 200 dólares por mês, e os trabalhadores mais experientes podem ganhar ainda mais e exercer cargos de chefia. Houve grandes demandas de jovens trabalhadores que queriam trabalhar por uma longa jornada de trabalho, enquanto que os trabalhadores que tinham acima de 40 anos eram desprezados. Porém, a situação se inverteu com a falta de mão-de-obra. O aumento dos salários foram, de certo modo, encobertos pelo aumento da produtividade, mas em 2007, foi registrado um ligeiro aumento nos custos de importação da China. Após a medição dos custos de importação da China, que começou em dezembro de 2003, registraram-se apenas quedas. Porém, em julho de 2007, os custos de importação aumentaram 0,4% num único mês, sendo o maior aumento dos custos de importação da história. Além disso, foi o terceiro aumento mensal consecutivo dos custos de importação. Ao todo, o ano de 2007 registrou um aumento de 0,9%.[15][16] Em fevereiro de 2008, começaram a surgir preocupações sobre o aumento dos salários e da inflação na China, que teria também impactos inflacionários no restante do mundo, especialmente nos países desenvolvidos, que são dependentes dos produtos chineses de baixo preço.[17] Em janeiro de 2008, a China introduziu uma nova lei trabalhista, aumentando os direitos da força trabalhista. Porém, a nova lei trabalhista teve repercussão negativa para as multinacionais que operam na China. Muitas delas se baseavam na exploração da mão-de-obra barata, e tiveram que sair da China para procurar outros países onde a mão-de-obra também é barata, como o Vietnã, o Bangladesh e a Tailândia. Empresas privadas chinesas também tiveram que recorrer a mão-de-obra de outros países asiáticos. Em 2008, os pedidos de exportação começaram a cair drasticamente com o início da crise econômica de 2008-2009. As indústrias têxtil e a de brinquedos foram as mais afetadas, especialmente na província de Guangdong. Segundo o governo chinês, o fechamento de mais de 67.000 fábricas causou a perda de mais de 20 milhões de vagas de trabalho.[18] Inicialmente, o governo chinês viu com bons olhos o fechamento dessas fábricas, sendo que a maioria tinha trabalhadores pouco remunerados e com uma extensa jornada de trabalho, e cogitou-se que a nova lei trabalhista poderia erradicá-los definitivamente. Porém, o processo de fechamentos das "subfábricas" foi mais rápido do que o previsto, e levou a um colapso do setor privado, principalmente em Guangdong, que fez aumentar o receio do aumento e da dispersão do descontentamento social.
- ↑ Edit/Review Countries
- ↑ China's gross domestic product (GDP) growth Arquivado em 16 de julho de 2013, no Wayback Machine. Fundo Monetário Internacional (em inglês)
- ↑ a b An, Alex and An, David, "Media control and the Erosion of an Accountable Party-State in China." China Brief, 07/10/2008. [1][ligação inativa] (em inglês)
- ↑ "Consumer Price Index (CPI) Kept Growth in November" Arquivado em 14 de novembro de 2009, no Wayback Machine. Agência Nacional de Estatísticas da China 12/11/2007 (em inglês)
- ↑ "China’s Inflation Rose to 7.1% in January" Keith Bradsher , The New York Times 19/02/2008 (em inglês)
- ↑ http://www.stats.gov.cn/english/newsandcomingevents/t20080311_402467365.htm Arquivado em 14 de novembro de 2009, no Wayback Machine. Consumer Price Index (CPI) Expanded in February] Agência Nacional de Estatísticas da China 11/03/2008 (em inglês)
- ↑ "Chinese Prices Surge Again, Despite New Controls" Keith Bradsher in The New York Times 14/11/2007 (em inglês)
- ↑ "Inflation Picks Up in China; Trade Gap Grows" Keith Bradsher The New York Times 11/12/2007 (em inglês)
- ↑ "China vows to stabilize prices, prevent price hikes" Arquivado em 20 de maio de 2011, no Wayback Machine. Governo da República Popular da China, Xinhua Publicado em 09/01/2008, acessado em 09/01/2008 (em inglês)
- ↑ "Fighting Inflation, China Freezes Energy Prices" Jim Yardley The New York Times 9/01/2008 (em inglês)
- ↑ "Rise in China’s Pork Prices Signals End to Cheap Output" Keith Bradsher The New York Times 08/06/2007 (em inglês)
- ↑ a b China and India: The Reality Beyond the Hype A Deloitte Research Study. 2006. (em inglês)
- ↑ Yardley, Jim; David Barboza (3 de abril de 2005). «Help Wanted: China Finds Itself With a Labor Shortage». New York Times (em inglês)
- ↑ Barboza, David (3 de abril de 2006). «Labor Shortage in China May Lead to Trade Shift». New York Times (em inglês)
- ↑ Bradsher, Keith (29 de agosto de 2007). «Wages Rise in China as Businesses Court the Young». New York Times (em inglês)
- ↑ http://www.bls.gov/news.release/ximpim.nr0.htm U.S. Import and Export Price Indexes (em inglês)
- ↑ "China’s Inflation Hits American Price Tags", David Barboza, The New York Times 01/02/2008
- ↑ http://www.chinadaily.com.cn/china/2008-12/06/content_7278414.htm (em inglês)