Tentativa de golpe de Estado no Camboja em 2000
A tentativa de golpe de Estado no Camboja de 2000 ocorreu em 24 de novembro de 2000 quando os Combatentes pela Liberdade Cambojana tentaram, sem sucesso, derrubar o governo do Camboja em um golpe de Estado fracassado. No que o grupo chamou de "Operação Vulcão",[1] dezenas de rebeldes atacaram prédios governamentais em Phnom Penh na tentativa de depor o governo de Hun Sen.[2]
Tentativa de golpe de Estado no Camboja em 2000 | |||
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Data | 24 de Novembro de 2000 | ||
Local | Phnom Penh, Cambodja | ||
Desfecho | Vitória do governo | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Planejamento
editarO líder dos Combatentes pela Liberdade Cambojana, Chhun Yasith, cidadão norte-americano naturalizado e ex-refugiado cambojano, viajou de sua casa na Califórnia para a fronteira entre Tailândia e Camboja em 1998 para se encontrar com membros das Forças Armadas Reais do Camboja que se opunham a Hun Sen[3] e com ex-membros do Khmer Vermelho para organizar o complô.[1] Chhun trabalhou para arrecadar fundos nos Estados Unidos, inclusive a bordo do Queen Mary,[1] enquanto conspiradores no Camboja forneciam armas.[3] Chhun organizou o ataque de um local na Tailândia.[1] O grupo planejava atingir 291 alvos e conseguiu arrecadar US$ 50.000.[4]
Intentona golpista
editarNa manhã de 24 de novembro, cerca de 100 indivíduos armados atacaram o Ministério da Defesa e o prédio da polícia nacional. As autoridades interromperam o ataque antes que ele atingisse a residência do primeiro-ministro. Trinta e oito conspiradores, incluindo dois cidadãos norte-americanos, foram presos.[3] Hun Sen participava de uma Cúpula da ASEAN no exterior e não estava no país.[5] Pelo menos quatro pessoas morreram e várias dezenas ficaram feridas.[1] Os ataques causaram danos mínimos e foram derrotados em poucas horas.[4] O próprio Chhun permaneceu na fronteira tailandesa, com a intenção de liderar um novo governo caso o golpe fosse bem-sucedido.[3] O porta-voz do governo, Khieu Kanharith, descreveu os ataques como terrorismo e não utilizou a palavra golpe.[5]
Consequências e investigações
editarO governo cambojano condenou 38 pessoas, incluindo dois cidadãos norte-americanos, pelo ataque. Chhun foi sentenciado à revelia. Mais tarde, foi investigado nos Estados Unidos e preso em junho de 2005 em conexão com a violência.[1] Ele foi condenado em 2008 e sentenciado à prisão perpétua em 2010.[3] Em 2010, Hun Sen sugeriu que o Partido Sam Rainsy, de oposição, teve um papel na tentativa de golpe.[6]
Ver também
editar- Conspiração de Bangkok – Uma conspiração dos anos 1950 para derrubar Norodom Sihanouk
- Golpe de Estado no Camboja em 1997 – Autogolpe de Hun Sen contra o co-primeiro-ministro Norodom Ranariddh
Referências
- ↑ a b c d e f Serjeant, Jill (17 de Abril de 2008). «California man found guilty in Cambodian coup bid». Reuters
- ↑ «Man guilty of Cambodia coup plot» (em inglês). BBC News. 17 de Abril de 2008
- ↑ a b c d e Tran, My-Thuan (23 de Junho de 2010). «Former refugee gets life term over failed Cambodian coup». Los Angeles Times (em inglês)
- ↑ a b «U.S. Man Tells Of Coup Plot In Cambodia». The Washington Post. Associated Press. 11 de Junho de 2001
- ↑ a b Kyne, Phelim (24 de novembro de 2000). «'Terrorist' attacks spark Cambodian security alert». CNN
- ↑ Cheang, Sokha; Strangio, Sebastian (25 de Junho de 2010). «PM hints that SRP had role in failed coup». The Phnom Penh Post