The Revolution Will Not Be Televised

 Nota: Se procura sobre a canção-poema de Gil Scott-Heron, veja The Revolution Will Not Be Televised (canção).

The Revolution Will Not Be Televised (bra/prt: A Revolução Não Será Televisionada), também conhecido como Chávez: Inside the Coup, é um documentário irlandês de 2003, dirigido por Kim Bartley e Donnacha Ó Briain. O filme narra os eventos ocorridos na Venezuela precedentes e durante a tentativa de golpe de Estado de abril de 2002, período no qual o Presidente Hugo Chávez foi removido do cargo por dois dias. Com particular ênfase no papel da mídia privada venezuelana, a película examina diversos incidentes importantes: o protesto e a subsequente violência que impulsionaram o afastamento de Chávez; a formação de um governo interino por parte da oposição, liderada pelo empresário Pedro Carmona; e o colapso da administração de Carmona, que pavimentou o caminho para o retorno de Chávez. A Bartley e Ó Briain, cineastas irlandeses por trás da realização, foi dado acesso direto a Chávez; a intenção dos dois era fazer uma biografia do presidente no estilo fly on the wall. Eles passaram diversos meses na Venezuela, seguindo o líder e sua equipe, além de entrevistar cidadãos comuns. À medida que o golpe ia se concretizando, em 11 de abril, os diretores filmaram as ruas da capital, Caracas, capturando imagens dos manifestantes e da violência em erupção. Mais tarde, registraram várias das confusões políticas dentro do Palácio de Miraflores, a sede da presidência.

The Revolution Will Not Be Televised
The Revolution Will Not Be Televised
 Irlanda
2003 •  cor •  74 min 
Direção Kim Bartley
Donnacha Ó Briain
Produção David Power
Narração Donnacha Ó Briain
Elenco Hugo Chávez
Pedro Carmona
Jesse Helms
Colin Powell
George Tenet
Cinematografia Kim Bartley
Donnacha Ó Briain
Edição Ángel Hernández Zoido
Companhia(s) produtora(s) Power Pictures
Distribuição Vitagraph Films (Estados Unidos)
Lançamento 18 de fevereiro de 2003
Idioma inglês
espanhol
Orçamento € 200 mil
Receita US$ 200 mil (€ 171 mil)

Bartley e Ó Briain conceberam o filme após o fim dos trabalhos documentais da Tragédia de Vargas para uma agência de caridade irlandesa, dos quais a primeira fez parte. Depois de uma visita à Venezuela para determinar se havia ou não possibilidade de realização, a dupla formou uma companhia de produção e candidataram o projeto para financiamento da Bord Scannán na hÉireann (BSE), fomentadora do cinema irlandês. A pedido da BSE, os diretores fecharam uma parceria com um produtor mais experiente e filmaram um pequeno piloto, a fim de atrair potenciais investidores. O custo da obra, estimado em 200 mil euros, foi pago pela BSÉ e várias emissoras europeias. Os realizadores gravaram mais de duzentas horas de material; a edição focou em conteúdos que tornassem o produto final interessante e fizessem o enredo caminhar. Foi nessa altura que a cobertura do filme passou a ser mais dedicada à tentativa de golpe.

O projeto foi recebido de maneira positiva pelos críticos de cinema e recebeu diversos prêmios. Analistas citaram a proximidade sem precedentes da equipe com eventos-chave e aclamou a película por sua "narrativa firme";[1] outras revisões citaram "falta de contexto" e a sua "tendenciosidade pró-Chávez" como pontos negativos. Exibido pela primeira vez na televisão na Europa e na Venezuela em 2003, The Revolution Will Not Be Televised apareceu mais tarde em festivais de cinema e conseguiu um lançamento limitado em circuitos art house. Ativistas independentes realizaram exibições não-oficiais, e oficiais do governo venezuelano encorajaram a sua circulação como forma de aumentar o apoio à administração chavista. É regularmente transmitido na televisão venezuelana; na capital do país, é especialmente exibido durante "conjunturas políticas contenciosas".[2] Igualmente citado como uma "representação precisa" e uma "deturpação" dos eventos de abril de 2002, o filme causa controvérsias a respeito da sua neutralidade, em especial no que tange as cenas da violência dos dias 11-13 de abril, a maneira como os realizadores decidiram exibir o desenrolar dos eventos e a suposta omissão de incidentes e pessoas.

Ficha técnica editar

  • Filmado e dirigido por: Kim Bartley e Donnacha O'Briain
  • Produzido por: Power Picture associada à Agencia de Cinema da Irlanda.
  • Edição: Angel H. Zoido
  • Produtor Executivo: Rod Stonemann
  • Produzido por: David Power
  • Duração:74 minutos

Referências editar

Notas

  1. Schiller (2009), p. 488.
  2. Schiller (2009), p. 494.

Bibliografia

  • Bartley, Kim; Ó Briain, Donnacha (2003). The Revolution Will Not Be Televised. [DVD]. (Galway, Irlanda: Power Pictures).
  • Nelson, Brian A. (2009). The Silence and the Scorpion: The Coup Against Chavez and the Making of Modern Venezuela (Nova York, Estados Unidos: Nation Books). ISBN 978-1-56858-418-8.
  • Schiller, Naomi (outubro de 2009). "Framing the Revolution: Circulation and Meaning of The Revolution Will Not Be Televised". Mass Communication and Society (Philadelphia, Estados Unidos: Taylor & Francis) 12 (4), pp. 478–502. doi:10.1080/15205430903237832. ISSN 1532 7825.
  • Stoneman, Rod (2008). Chavez: The Revolution Will Not be Televised – A Case Study of Politics and the Media (Londres, Reino Unido: Wallflower Press). ISBN 978-1-905674-74-9.

Ligações externas editar