The Women

filme de 1939 dirigido por George Cukor
Disambig grey.svg Nota: Este artigo é sobre o filme de 1939, com Norma Shearer. Para o filme de 2008, com Meg Ryan e Annette Bening, veja The Women (2008).

The Women (bra: As Mulheres[2]) é um filme estadunidense de 1939 do gênero comédia dramática dirigido por George Cukor. O roteiro de Anita Loos e Jane Murfin é uma adaptação da peça teatral homônima de 1936, de Clare Boothe Luce. Assim como a peça, o elenco do filme é formado todo por mulheres (ao todo, cerca de 130) e, inclusive, os muitos animais de estimação que aparecem são também todos fêmeas. George Cukor foi chamado para a direção devido a sua fama de "diretor de mulheres". O tema é o relacionamento amoroso e emocional entre mulheres e homens e apenas uma personagem aparenta ser lésbica (a escritora Nancy Blake). O filme foi realizado em preto e branco, mas contém uma cena colorida (em Technicolor) de dez minutos, a de um desfile de modas com os figurinos de Adrian.

The Women
Cartaz promocional do filme.
No Brasil As Mulheres
 Estados Unidos
1939 •  pb •  133 min 
Direção George Cukor
Produção Hunt Stromberg
Roteiro Anita Loos
Jane Murfin
F. Scott Fitzgerald (não-creditado)
Donald Ogden Stewart (não-creditado)
Baseado em The Women
Peça teatral de 1936, de Clare Boothe Luce
Elenco Norma Shearer
Joan Crawford
Rosalind Russell
Género comédia
Música David Snell
Edward Ward
Cinematografia Joseph Ruttenberg
Oliver T. Marsh
Edição Robert J. Kern
Companhia(s) produtora(s) Metro-Goldwyn-Mayer
Distribuição Loew's Inc.
Lançamento
  • 1 de setembro de 1939 (1939-09-01) (Estados Unidos)
Idioma inglês
italiano
Orçamento US$ 1 688 000[1]
Receita US$ 2 270 000[1]

Houve uma refilmagem como musical em 1956, chamada "O Belo Sexo". As estrelas foram June Allyson, Joan Collins e Ann Miller. Em 2008, Diane English escreveu e dirigiu uma refilmagem com o mesmo título. As estrelas foram Meg Ryan, Eva Mendes, Annette Bening, Jada Pinkett Smith, Bette Midler e Debra Messing. A distribuição ficou a cargo da Picturehouse Entertainment, companhia ligada a Warner Bros (a versão de 1939 permanece sendo de propriedade da Turner Entertainment).[3]

Em 2007, o filme foi selecionado para preservação pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.

SinopseEditar

A jovem dama da sociedade nova-iorquina Mary Haines (Norma Shearer) é apaixonada pelo seu marido, e o casal tem uma filha pré-adolescente, a Pequena Mary (Virginia Weidler). Uma de suas amigas, porém, ouve no salão de beleza uma fofoca sobre o marido dela ter uma amante, e conta à prima de Mary, Sylvia (Rosalind Russell). A tal amante é a vendedora de perfumes, esperta e interesseira, Crystal Allen (Joan Crawford). Mary fica sabendo e confronta Crystal, e a notícia do escândalo acaba chegando aos jornais. Mary vai para um rancho em Reno, cidade para onde as mulheres ricas se dirigem quando querem o divórcio, e ali a separação é oficializada. Naquele lugar, Mary conversa com outras mulheres recém-divorciadas e fica sabendo sobre a atitude de cada uma em relação àquela nova situação.

ElencoEditar

  • Norma Shearer como Mary Haines
  • Joan Crawford como Crystal Allen
  • Rosalind Russell como Sylvia Fowler
  • Paulette Goddard como Miriam Aarons
  • Joan Fontaine como Peggy Day
  • Mary Boland como A Condessa De Lave
  • Phyllis Povah como Edith Potter
  • Virginia Weidler como Pequena Mary Haines
  • Lucile Watson como Sra. Morehead
  • Marjorie Main como Lucy
  • Virginia Grey como Pat, a balconista da banca de perfumes
  • Ruth Hussey como Srta. Watson
  • Muriel Hutchison como Jane
  • Hedda Hopper como Dolly Dupuyster
  • Florence Nash como Nancy Blake
  • Cora Witherspoon como Sra. Van Adams
  • Mary Beth Hughes como Srta. Trimmerback
  • Lilian Bond as Sra. Erskine
  • Dennie Moore como Olga, a manicure
  • Jane Isbell como a filha de Edith (não-creditada)
  • Mariska Aldrich como Professora de Canto (não-creditada)
  • Butterfly McQueen como Lulu, empregada da banca de perfumes (não-creditada)
  • Barbara Jo Allen como Recepcionista (não-creditada)
  • Judith Allen como Modelo (não-creditada)
  • Gertrude Astor como Atendente do Banho de Lama (não-creditada)
  • Marie Blake como Garota do Almoxarifado (não-creditada)
  • Suzanne Kaaren as Princesa Mara (não-creditada)
  • Theresa Harris como Olive (não-creditada)
  • Esther Dale como Ingrid (não-creditada)
  • Betty Blythe como Sra. South (não-creditada)
  • Barbara Pepper como Mulher Brava (não-creditada)
  • Mabel Colcord como Mulher Recebendo Massagem (não-creditada)

ProduçãoEditar

Em janeiro de 1937, os produtores Harry M. Goetz e Max Gordon compraram os direitos da peça e planejavam oferecer o roteiro para Claudette Colbert, com Gregory LaCava como o diretor.[4] Em março de 1938, Norma Shearer e Carole Lombard entraram em negociações para interpretar a protagonista.[5] Em novembro de 1938, foi anunciado que Jane Murfin estava a escrever o roteiro para a MGM. Virginia Weidler entrou para o elenco em 24 de abril de 1939.[6] F. Scott Fitzgerald trabalhou no roteiro no início do processo, mas não foi creditado como um dos roteiristas.[7] Mary Nash, irmã da membra do elenco Florence Nash, estrelou uma peça de 1911 chamada "The Woman".

O New York Times relatou as estratégias de Cukor para gerenciar um elenco com 135 mulheres liderado por três estrelas já conhecidas e exigentes. Foi descrito uma técnica para lidar com a precedência: Cukor garantiu que todas as três estrelas fossem chamadas para o set simultaneamente, enviando funcionários separados para bater nas portas de seus camarins no mesmo momento, ou gritando: "Prontas, senhoras!" para que todas pudessem ouvir. Este sistema ocorreu apenas uma vez, e uma atriz (não divulgada) se ofendeu, permanecendo em seu camarim por muito tempo.[8]

Cena em TechnicolorEditar

"The Women" tem uma sequência em Technicolor, um desfile de moda. Quando entrevistado pelo apresentador Robert Osborne, o diretor George Cukor afirmou que não gostava da sequência e que queria removê-la do filme. O crítico da New York Times Frank Nugent concordou com esta avaliação. Em 22 de setembro de 1939, ele relatou que "um show de estilo em Technicolor ... pode ser adorável – pelo menos é o que a maioria das mulheres ao nosso redor parecia pensar — mas não tem lugar na produção. Por que não mergulhadoras ou um número musical das Rockettes? É a única marca contra a direção perspicaz e senciente de George Cukor".

Por outro lado, o crítico britânico Peter Bradshaw compara essa sequência com a cena do pesadelo em "Quando Fala o Coração" (1945), de Alfred Hitchcock.[9]

RecepçãoEditar

O filme foi um sucesso comercial e foi citado como um dos melhores do ano.[10] Embora não tenha recebido nenhuma indicação ao Oscar, muitos críticos agora o descrevem como um dos principais filmes do que era um ano estelar na produção de filmes de Hollywood.

Leonard Maltin dá ao filme 3 1/2 de 4 estrelas: "O elenco (todo feminino) brilha nesta hilária adaptação da peça de Clare Boothe sobre divórcio, maldade e competição no círculo de "amigas". Crawford tem um de seus melhores papéis..."[11]

Em 2018, Peter Bradshaw, do The Guardian, deu cinco de cinco estrelas para "esta extraordinária e quase comédia Daliesque ... a ausência de homens tem seu próprio tipo de implicação ética. É uma espécie de abandono, e a estrutura sem homens do drama é um comentário satírico sobre sua distância emocional em torno dessa junção dramática de duplicidade e infidelidade. Cukor cria um espetáculo brilhante, interrompido pelos momentos de devastação emocional incrivelmente sérios de Shearer".[9]

BilheteriaEditar

De acordo com os registros da MGM, o filme arrecadou US$ 1.610.000 nos EUA e Canadá, e US$ 660.000 em outros lugares, mas por causa de seu alto custo de produção, acabou resultando em uma perda de US$ 262.000.[1] No entanto, o filme foi relançado em 1947 e obteve um pequeno lucro de US$ 52.000.

Impacto culturalEditar

Em 2007, "The Women" foi selecionado para preservação no National Film Registry pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos como sendo "culturalmente, historicamente ou esteticamente significativo".[12]

A atriz Anna Kendrick considera o filme como seu favorito por causa de seu "elenco feminino e escritoras muito engraçadas. Eu o revisito quase todos os anos e minha apreciação pelas performances e pela escrita cresce".[13] Ela reiterou seu amor pelo filme anos depois.[14]

ParódiaEditar

Em 5 de novembro de 1939, o transmissor de rádio Jack Benny apresentou uma paródia de "The Women" com todos os membros do elenco sendo homens em papéis femininos, e Mary Livingstone como a locutora.

Ligações externasEditar

 
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Referências

  1. a b c The Eddie Mannix Ledger. Los Angeles: Margaret Herrick Library, Center for Motion Picture Study .
  2. «As Mulheres». Cineplayers. Brasil. Consultado em 12 de junho de 2022 
  3. Fleming, Michael (19 de setembro de 2007). «Femmes front 'Women'». Variety 
  4. «Notes». Turner Classic Movies. Consultado em 24 de abril de 2010 
  5. "Looking at Hollywood", Chicago Tribune, 2 de março de 1938
  6. "Robert Doncat Named as 'Ruined City' Star", Los Angeles Times, 25 de abril de 1939
  7. Brody, Richard (11 de novembro de 2009). «The Women». The New Yorker. Consultado em 25 de julho de 2017 
  8. «Mr. Cukor: A Man Among 'The Women'». The New York Times (em inglês). 1 de outubro de 1939. Consultado em 4 de junho de 2020 
  9. a b Bradshaw, Peter (16 de agosto de 2018). «The Women review – Manhattan's magnificent social whirl». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 5 de junho de 2020 
  10. Frost, Jennifer (2011). Hedda Hopper's Hollywood: Celebrity Gossip and American Conservatism. [S.l.]: NYU Press. p. 25. ISBN 978-0-8147-2823-9 
  11. «The Women (1939) – Overview – TCM.com». Turner Classic Movies (em inglês). Consultado em 4 de junho de 2020 
  12. "National Film Registry". Library of Congress, acessado em 28 de outubro de 2011.
  13. Fujitani, Ryan (5 de outubro de 2012). «Five Favorite Films with Anna Kendrick». Rotten Tomatoes. Consultado em 8 de junho de 2020 
  14. Fujitani, Ryan (19 de dezembro de 2017). «Anna Kendrick's Five Favorite Films». Rotten Tomatoes. Consultado em 8 de junho de 2020 
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