Tipologia (teologia)

Tipologia na teologia cristã e exegese bíblica é uma doutrina ou teoria relativa a relação entre o Antigo Testamento com o Novo Testamento.[1][2] Eventos, pessoas ou declarações no Antigo Testamento são vistos como tipos pré-figurados ou substituídos por antítipos, eventos ou aspectos de Cristo ou de sua revelação descritas no Novo Testamento. Por exemplo, Jonas pode ser visto como o tipo de Cristo em que emergiu da barriga do peixe e, portanto, pareceu ressurgir da morte.[3]

Speculum Humanae Salvationis, Best seller de teologia, ano 1430

Na versão mais completa da teoria da tipologia, todo o propósito do Antigo Testamento é visto como meramente a provisão de tipos para Cristo, o antítipo ou cumprimento. A teoria começou na Igreja Primitiva, teve sua maior influência na Alta Idade Média e continuou a ser popular, especialmente no Calvinismo, após a Reforma Protestante, mas em períodos subsequentes lhe foi dada menor ênfase.[3] No protestantismo alemão do século XIX, a interpretação tipológica foi distinguida da interpretação retilínea da profecia. O primeiro foi associado aos teólogos hegelianos e o segundo à analiticidade kantiana. Vários grupos que apoiam a tipologia hoje incluem os Christian Brethren a partir do século 19, onde a tipologia era muito favorecida e assunto de numerosos livros, e o Sínodo Evangélico Luterano de Wisconsin.[4]

Notavelmente, na Igreja Ortodoxa Oriental, a tipologia ainda é uma ferramenta exegética comum e frequente, principalmente devido à grande ênfase dessa igreja na continuidade da apresentação doutrinária em todos os períodos históricos. A tipologia era frequentemente usada na arte cristã antiga, onde tipo e antítipo seriam representados em posições contrastantes.[5]

O uso da terminologia se expandiu para a esfera secular; por exemplo, "Geoffrey de Montbray (m. 1093), bispo de Coutances, um braço direito de Guilherme, o Conquistador, era um tipo de grande prelado feudal, guerreiro e administrador".[6]

Referências

  1. Liddell and Scott's Greek-English Lexicon, Oxford 1871.
  2. The Latin figura, meaning form, shape, or figure, may be comparable, but is from the less violent verb fingo, finxi, fictum, to fashion, form, or mould (Cassell's Latin Dictionary)
  3. a b A Study of Biblical Typology (Wayne Jackson, Christian Courier)
  4. Goppelt, Leonhardt. Typos: The Typology Interpretation of the Old Testament in the New. Grand Rapids: Eerdmans, 1982.
  5. Martens, Peter. "Revisiting the Allegory/Typology Distinction: The Case of Origen." Journal of Early Christian Studies 16 (2008): 283–317.
  6. Encyclopædia Britannica
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