Topónimos árabes em Portugal

artigo de lista da Wikimedia

Esta página contém alguns caracteres especiais e é possível que a impressão não corresponda ao artigo original.

Esta é uma lista de nomes de cidades, vilas e freguesias portuguesas como foram conhecidas historicamente em árabe durante o período de ocupação Moura (sendo que nalgumas situações o nome actual deriva directamente do topónimo árabe).

Povoação portuguesa Nome árabe Tradução
Abrantes
Alandroal Da planta Loendro[1]
Albarraque
Albufeira al-Buħayra ( البحيرة ) Castelo do mar ou a lagoa deriva de Baltum
Alburitel
Alcabideche al-Qibdhaq
Alcácer do Sal al-Qasr-al-Baja ou al-Qasr abu Danis (قصر أبي دانس) Do arábe qasr fortaleza[1]
Alcáçovas al-Qasba ( قصبة) a fortificação, cidadela e também cana[2]
Alcafache
Alcafozes
Alcains al-Kanisa a igreja
Alcanede
Alcanena
Alcântara al-Qantara a ponte
Alcantarilha diminutivo de al-Qantara a pequena ponte
Alcaria al-Qariya a vila
Alcobaça al-Qubasha De origem incerta pode vir tanto de carneiro em árabe ou pode derivar do latim Helicobatia[3]
Alcobertas
Alcochete alcoxa forno[2]
Alcoentre
Alcofra
Alcoitão
Alcongosta
Alcorochel
Alcôrrego
Alcôrrego
Alfama al-Hamma fonte, lugar de banhos
Alfarelos
Alfarrobeira
Alfeizerão al-fezeran a cana[2]
Alfena
Alferce Al-Fahs (cf. Rei, António, 2005)
Alferrarede
Alfornelos
Algarve al-Gharb o ocidente
Algés al-Jaysh (الجيش) o exército
Algeriz e Santa Lucrécia de Algeriz Nem todos os nomes começando por Al são de origem arábe, por exemplo Algeriz, nome do Norte de Portugal, de origem sueva de Harjis: Exército[4]
Algoz al-Ghuz (ﺰ‎ﻐ‎ﻠ‎ا )
Algueirão al-Gar a gruta ou a caverna[2]
Alhandra al-Hamma fonte, lugar de banhos
Aljazede
Aljezur al-Jazirah (ﺮ‎ﺰ‎ﺠ‎ﻠ‎ا) ilha, península
Aljustrel al-Lustr
Aljubarrota
Almacave al-Makaber (المقابر) cemitérios[2]
Almaceda
Almada Hisn al-Madin (حصن المعدن) literalmente castelo [hisn] da cidade [al-Madin]
Almancil A hospedeira
Almargem do Bispo al-Marje o prado[2]
Almagreira
Almeirim al-Mairim (talvez um antropónimo)
Almendra
Almendres
Almodôvar al-Mudawwar (المدوّر)
Almofala
Almoster al-Monasterium (contracção do artigo definido árabe al- com o substantivo latino monasterium)
Alpalhão
Alpiarça
Alqueva
Alqueidão al-Qaiatun ou hajar alkulus (حجر الكلس) tenda; passagem estreira ou pedra calcária[2]
Alvados
Alvaiázere al-Baiaq o falcoeiro[2]
Alvalade al-Balat Vem do latim Palatiu: Palácio, com influência de al-Balat: Zona plana, e designa uma residência senhorial[1]
Alvelos
Alvendre
Alverca al-Birka ou al-Borka o pântano
Alviobeira
Alvito
Alvite
Alvites
Alviela
Alvoco da Serra
Alvor Alber O poço[2]
Alvorge al-burj, (البرج) a torre
Alvorninha
Arrábida
Assumar O junco, lugar onde há junco, junqueira[2]
Atianha
Azeitão az-Zayt (الزيت) azeite
Azinhaga
Beja al-Bajah az-Zayt (باجة الزيت) do latim Pace[1]
Bensafrim
Benfica
Bobadela abu 'Abd Allah (أبو عبد الله) filho do servo de Allah
Cacela Hisn-Qastalla Do latim Castellu pela palavra arábe qastallâ[1]
Cacém / Santiago do Cacém al-Qashim divisão
Caia al-Qaya
Caneças al-Kanisa igreja
Castro Marim al-Qasruh Do latim Castrum
Coimbra al-Qulumriyya (قلمريّة), ou mais raramente Kuwīmbrā (كويمبرا)
Elvas al-Bash
Évora al-Yabura (يابرة)
Façalamim, actualmente Santiago da Guarda O nome anterior, muçulmano, significa "Foice do Amim".
Faro al-Farun ou al-Harun (فارو), al-Uqshunuba [Ossónoba] (أخشونبة), Shantamariyyat al-Gharb (Santa Maria do Ocidente/Santa Maria do Algarve) (شنتمريّة الغرب)
Fátima al-Fatimah (فاطمة) Fátima (filha de Maomé)
Idanha al-Antaniya
Juromenha al-Julumaniya
Lagos al-Zawiya
Lezíria al-Jazirah (ﺮ‎ﺰ‎ﺠ‎ﻠ‎ا) ilha, península
Lisboa al-Ushbuna (الأشبونة) raramente al-Lishbuna (لشبونة) De Olisipo designação pré-romana de "Lisboa"
Loulé al-'Ulyâ (ﺎ‎ﻴ‎ﻠ‎ﻌ‎ﻟ‎ﺍ‎)
Marachique Marajiq
Marvão Maruan (مروان), de ibne Maruane
Massamá al-Massamah que está no alto; lugar onde se toma boa água
Mértola al-Martulah (مارتلة) Antiga Mírtilis Júlia romana, seu nome vem da murta[1]
Messejana al-Masjana cárcere, prisão
Monsanto Munt Shiyun do latim Mons Sanctus
Monsaraz Munt Sharish O topónimo está ligado a este último domínio [árabe-berbere], uma vez que, em Português, a palavra xarez (ou xerez) deriva do árabe saris (ou sharish), designando a vegetação de estevas (xaras), então abundante às margens do rio Guadiana. O topónimo Monsaraz, desse modo, evoluiu de monte Xarez (ou Xaraz)", cf. Castelo de Monsaraz.
Moscavide al-Masqba Sementeiras
Moura al-Manijah ou al-Maura
Odeceixe do arábe Wadi: Rio, e do latim Saxu: pequena pedra/rocha[1]
Odeleite wadi-Lait do arábe Wadi: Rio, e do latim Lacte: Leite[1]
Odemira al-Uadhra De Wadi curso de água e Mira nome germânico[1]
Odiáxere
Odivelas wadi-Bala'a
Olhão al-Hain
Oriola Uryūlâ (أريولة), Ūryūlâ (أوريولة)
Paderne Bantar (ﺮ‎ﻄ‎ﻨ‎ﺑ‎)
Palmela Balmallah , بسملة em nome de Allah
Porches al-burj, (البرج) a torre
Portimão Resulta da forma árabe, do latim Portus magnus que deu Portumanho[2]
Porto Burtuqal (برتقال), ou mais raramente, Ūbūrtū (أوبورتو) De origem latina: Portus
Queluz Qâlluz vale da amendoeira[2]
Ribeira de Alcalamouque
Sacavém aš-Šaqaban (شقبان)
Sagres Saqris
Santa Iria de Azóia al-Zawiya (الزاوية) [al-Taytal]
Santarém as-Shantariyn ou Santaryn (شنترين) Nome não árabe: cidade de Santa Iria / Santa Irene
São Brás de Alportel Šanbras (ﺲ‎ﺮ‎ﺒ‎ﻨ‎ﺷ‎) Do latim Portellu diminutivo de Portu: Passagem, abertura[1]
São Miguel de Alcainça al-Kanisa igreja
Segura Šaqūrâ (شقورة)
Serpa Shirba
Setúbal xeTubr Resulta da forma árabe do nome de origem pré romana, de Cetobriga, 'cidade dos Cetos'.
Silves as-Shilb (شلب)
Sintra as-Shantara
Talasnas Santuário
Tavira at-Tabira
Terena at-Talanna
Tunes at-Tunis (تونس)
Vila Franca de Xira as-Shirush

Regiões:

Rios:

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l Moçarabismo e Toponímia em Portugal, Maria Luísa de Azevedo, Academia das Ciência de Lisboa, 2015
  2. a b c d e f g h i j k l m David Lopes, 1921-22, Toponímia árabe de Portugal, Revista Lusitana volume 24, Lisboa.
  3. Maria Luísa Seabra Marques de Azevedo, TOPONÍMIA MOÇÁRABE NO ANTIGO CONDADO CONIMBRICENSE, Dissertação de Doutoramento, 2005
  4. Piel, Joseph Maria, Os nomes germânicos na toponímia portuguesa (1934). «Boletim de Filologia». Lisboa: Centro de Estudos Filológicos,. II-VII

Ligações externas editar

Ver também editar