Eupatorium cannabinum

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Eupatorium cannabinum, comummente conhecido como trevo-cervino[1] ou eupatório-de-avicena[2], é uma espécie de planta com flor pertencente à família das Asteráceas e ao tipo fisionómicos dos caméfitos.[3]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaEupatorium cannabinum

Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: angiospérmicas
Clado: eudicotiledóneas
Ordem: Asterales
Família: Asteraceae
Género: Eupatorium
Espécie: E. cannabinum
Nome binomial
Eupatorium cannabinum
L.

A autoridade científica da espécie é L., tendo sido publicada em Species Plantarum 2: 838. 1753.[4]

Etimologia editar

Quanto ao nome científico desta espécie:

Quanto ao nome popular «trevo-cervino» provém da crença folclórica medieval de que os cervos se serviriam das folhas frescas desta planta para se tratarem de feridas e chagas.[7]

Descrição editar

Trata-se de uma planta herbácea vivaz, cujos caules eretos e algo lenhosos na base, que podem atingir até cerca de metro e meio de altura.[8] Encontra-se revestida de pêlos curtos, finos e macios enrolados.[8]

As folhas são palmatissectas, geralmente, compostas por três ou cinco segmentos lanceolados, acuminados, de margens denteadas, especialmente as inferiores e médias, são opostas entre si e contam com um pecíolo curto.[8]

Possui uma raiz branco-acinzentada, fibrosa, oblíqua, da grossura de um dedo.[7] A raiz destaca-se ainda pelo odor repugnante e, embora comestível, pelo travo muito amargo.[7]

O trevo-cervino floresce de Setembro a Junho, sendo que as flores são tubulares e pequenas.[8] As corolas das flores têm uma coloração avermelhada.[8]

As flores formam vários capítulos, os quais se encontram reunidos em corimbos ou panículas alargadas, ramosas e densas, contando com as brácteas involucrais de formatos que variam entre o oblongado ou oblongo-linear, escarioso-marginado ou obtuso.[8]

Os aquénios, por seu turno, têm papilho e são negros e glandulosos.[8]

Distribuição editar

Encontra-se presente nos continentes europeu, asiático e Norte de África.[3]

Portugal editar

Trata-se de uma espécie presente no território português, nomeadamente os seguintes táxones infraespecíficos:[9]

Em termos de naturalidade é nativa da região atrás referida.[10]

Legislação editar

Não se encontra protegida por legislação portuguesa ou da Comunidade Europeia.

Ecologia editar

Trata-se de uma espécie ripícola, encontrando-se amiúde na orla de cursos de água, em valados, em pauis e nas cercanias de bosques.[10][8] Geralmente privilegia espaços húmidos, frescos e sombrios.[10]

Medicina popular editar

Foi usada historicamente na confecção de mezinhas para tratar de maleitas do fígado, da vesícula[11] e de obstipações.[7] Tendo sido também usado na preparação de unguentos para tratar a acne rosácea. [11]

Desta planta só se aproveitavam as folhas e as raízes, sendo que, do que toca às raízes, estas têm um cheiro e paladar muito desagradáveis, quando frescas.[7] Acreditava-se que se secassem perderiam as propriedades medicinais, pelo que se utilizavam o mais cedo possível, logo a seguir à colheita.[7]

Relativamente às folhas, também se tinham de usar frescas, colhidas idealmente antes da época da floração, reputando-lhes uma acção cicatrizante.[7] Também se lhes reputava um sabor bastante amargo.[7]

Ao trevo-cervino são ainda reconhecidas propriedades aperitivas, colagogas, depurativas, tónicas, laxantes, expectorantes, febrífugas e eméticas.[3]

Referências

  1. Infopédia. «trevo-cervino | Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Porto Editora. Consultado em 3 de junho de 2022 
  2. Infopédia. «eupatório-de-avicena | Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Porto Editora. Consultado em 3 de junho de 2022 
  3. a b c d «Jardim Botânico UTAD | Espécie Eupatorium cannabinum». Jardim Botânico UTAD. Consultado em 3 de junho de 2022 
  4. Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 29 de setembro de 2014 <http://www.tropicos.org/Name/2702469>
  5. «eupătŏrĭa -ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». www.online-latin-dictionary.com. Consultado em 3 de junho de 2022 
  6. «Cannabium - ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». www.online-latin-dictionary.com. Consultado em 3 de junho de 2022 
  7. a b c d e f g h i Borralho da Graça, J. A. (1993). Segredos e virtudes das plantas medicinais. Lisboa: Reader's Digest. p. 340. 732 páginas. ISBN 9726090164 
  8. a b c d e f g h «Eupatorium cannabinum L.». www.biorede.pt. Consultado em 3 de junho de 2022 
  9. Sequeira M, Espírito-Santo D, Aguiar C, Capelo J & Honrado J (Coord.) (2010). Checklist da Flora de Portugal (Continental, Açores e Madeira). Associação Lusitana de Fitossociologia (ALFA).
  10. a b c «Eupatorium cannabinum | Flora-On | Flora de Portugal». flora-on.pt. Consultado em 3 de junho de 2022 
  11. a b Proença da Cunha, A. (2003). Plantas e produtos vegetais em fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 701 páginas. ISBN 972-31-1010-5 

Bibliografia editar

Ligações externas editar

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